Cidadãos de Duas Pátrias: Terrestre e Celeste

Dr. Gilberto Garcia no Estúdio da Rádio Melodia.
Dr. Gilberto Garcia no Estúdio da Rádio Melodia.

Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”, é o que está inserido no parágrafo único do Art. 1º da Constituição Federal do Brasil/1988, por isso todas as Autoridades Públicas do Governo Brasileiro, de todas as Esferas de Poder Estatal (Executivo, Legislativo ou Judiciário), em todos os Níveis (Federal, Estadual ou Municipal), estão submetidos as Regras Constitucionais, ou seja, a Democracia Popular Representativa é o método que as Nações Livres, como nosso País, escolheram como Organização da Administração Pública Estatal, daí a importância do voto do cidadão; assim é vital estar atento para que o processo político eleitoral não seja campo de hostilidades pessoais, brigas físicas ou conflitos virtuais, e sim, o espaço que a sociedade idealizou para que cada um expresse sua cosmovisão de mundo, sendo respeitado este posicionamento individual ou coletivo, independente se conservador, ou, se progressista, e sejam promovidos debates de ideias e projetos dos candidatos, e, os programas de seus respectivos partidos políticos, ‘o projeto de poder’, com o qual o candidato está comprometido.

Desta forma, o eleitor no exercício de seu livre arbítrio presta contas a sua Consciência Cívica, demonstre sua identificação com esta ou aquela proposta, representada por um candidato, e não combate ou embate entre pessoas, sobretudo nas Redes Sociais, pois, certamente todos objetivam, às vezes, por caminhos diferentes, a resolução dos problemas que afligem ao povo brasileiro, eis que, é o resultado das urnas que expressa o desejo da maioria, esta é a regra legal na vida do cidadão numa democracia; eis que, a Mídia Brasileira não tem se preocupado em explicar para a população, (lembrando que temos eleitores de todos os níveis educacionais), as regras básicas do processo eletivo, inclusive a questão do Coeficiente Eleitoral onde o eleitor vota num candidato e elege outro porque os votos são aproveitados pelo candidato mais bem votado do Partido Político, e aí a vontade do eleitor expressa na ‘Urna Eletrônica’ está submetida a Legislação Eleitoral, o que, inclusive implica na discussão da implementação do Sistema do ‘Voto Distrital’ ou ‘Voto Distrital Misto’ no País.

A Constituição nas Igrejas

A Carta Magna, (mais que uma Lei Fundamental que organiza o Estado brasileiro), é o Estatuto Jurídico da Nação Brasileira, e ela existe para limitar a atuação dos Entidades Governamentais, e disciplinar o exercício das prerrogativas e obrigações das pessoas, (físicas e jurídicas), havendo uma grande necessidade, inclusive das Igrejas e Organizações Religiosas proverem espaços para divulgação da Constituição Cidadã, seja em Cultos Cívicos, seja através de Lições na Escola Bíblica, seja em Encontros de Cidadania Cristã, para que os associados eclesiásticos, membros e fiéis, sejam conhecedores de direitos e deveres junto a pátria, para aí poderem exercitar, com consciência, sua cidadania junto aos Órgãos Públicos e Organizações Privadas do país; e, quem sabe inauguramos no meio evangélico um Movimento Educacional de prover acesso aos cidadãos-religiosos: “A Constituição nas Igrejas”, até para entender a formatação institucional do Governo, que é um legado da Revolução Francesa, idealizado por Montesquieu, a Tripartição da Administração Estatal, numa divisa de Poderes dos Gestores Públicos, no Estado Moderno, adotada no mundo ocidental.

O ideal seria que cada cidadão brasileiro possuísse um exemplar da Constituição Federal, como isso ainda não ocorre, compartilhamos o enunciado do Capítulo – “Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos”, Art. 5o – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (…)”, como inclusive ocorre em outros países, destacadamente nos EUA onde as crianças a estudam para conhecerem a história dos fundadores da maior democracia do mundo, e que esta é baseada na Constituição Estadunidense, garantida pela Suprema Corte Americana; queira Deus um dia sigamos o exemplo de Nações Desenvolvidas; oxalá tenhamos um dia a Constituição brasileira sendo estudada nos Colégios, Escolas, Cursos Técnicos, Faculdades, Clubes, Associações de Moradores, ONGs, Condomínios, Escolas de Samba, Quarteis, Presídios, Empresas, Fábricas, Casas de Show, Circos, Teatros, Cinemas, Lonas Culturais etc.

Para efeito de entendimento da importância desse preceito constitucional para o Estado Democrático de Direito, enfatizamos que o Art. 5o, composto de seus setenta e oito incisos, que inclusive é Cláusula Pétrea, ou seja, Artigo Irreformável, que não pode ser modificado ou emendado pelo Congresso Nacional, é o núcleo central da Constituição Federal/1988, “Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: (…) § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (…) IV – os direitos e garantias individuais. (…)”, grifo nosso; enfatizando-se que este só pode ser alterado por uma Assembleia Nacional Constituinte, à qual só é concebível num momento de ruptura institucional, quando ocorreu uma guerra civil ou golpe de estado, ou, ainda, numa mudança de regime de governo aprovado pelo Povo.

Democracia: Melhor Sistema de Governo

É de se destacar que pesquisa divulgada indica que quase 70% do povo brasileiro entende que a democracia é o melhor sistema de governo, enfatizando que a Constituição Federal/1988 estabelece que vivemos numa democracia representativa, por isso, a Constituição Federal/1988 prevê o Voto Universal, Art. 60, §4º, Inciso: II, da CF/1988, “o voto direto, secreto, universal e periódico”, ou seja, nossa democracia depende umbilicalmente da participação popular, onde cada cidadão-eleitor é titular do direito e portador do poder de escolher seus representantes para governa-lo; daí a importância do eleitor exercer uma Cidadania Proativa, necessariamente antes do Pleito Eleitoral, pesquisando a vida pregressa dos candidatos, analisando as promessas na campanha, verificando as propostas do Partido Político que ele está filiado, acompanhando sua atuação parlamentar, conhecendo os projetos de lei que ele propôs, ouvindo seus pronunciamentos, lendo seus discursos, sabendo como foi a participação dele em votações no parlamento, participando de encontros ou audiências públicas que ele promova com seus eleitores, contactando-o para receber a prestação de contas do mandato concedido, e à partir destas ações, escolher os candidatos que efetivamente representam seus princípios, valores e crenças, à luz de Malaquias 3:18, “Então vereis outra vez a diferença, entre o justo e o ímpio, o que serve a Deus e o que não serve”.

Apesar de todas as suas dificuldades econômicas e sociais, vivendo num país em que o povo e as Autoridades Públicas, em todos os níveis Municipal, Estadual e Federal, e esferas do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, respeitam o Ordenamento Jurídico Pátrio, e por isso, Necessitamos Recuperar o Sentimento Patriótico, (como outros povos do mundo fazem questão de demonstrar), revivendo o orgulho de ser brasileiro, sem perder de vista que há muita coisa a ser feita, e que são os cidadãos brasileiros corresponsáveis pela concretização do sonho de um país melhor na busca da igualdade de oportunidades para todas as pessoas; na estruturação de uma Comunidade Fraterna, à luz do Art. 3º, “Constituem objetivos fundamentais da República Federal do Brasil: Inciso I – construir uma sociedade livre, justa e solidária”, da Carta Política Nacional; e assim efusivamente as Celebrar as Datas Cívicas Históricas Nacionais, principais, como o Dia de Tiradentes (Vinte e um de abril), Independência Política (Sete de setembro) e Proclamação da República (Quinze de novembro).

Diversidade: Representação Parlamento Nacional

O parlamento, em todos os seus níveis, é o espaço de vocalização política do cidadão, por isso, seus representantes, eleitos pelo voto direto, com quem se identificam, os quais contribuem para a elaboração de Políticas Públicas para a sociedade, pois esta atuação sociológica é fruto da convivência de variadas proposições políticas e ideológicas que se manifestam, eis que, na democracia os políticos são comissionados por seus eleitores, no exercício da soberania popular, que tendem a encaminhar as demandas dos representados que lhes concedem e fiscalizam o exercício do mandato parlamentar, eis que, todos vivemos na “Pólis”, que é a ‘Cidade’, por isso, dependemos da Atuação Política, destacadamente, para usufruir das prerrogativas enumeradas pelo Constituinte de 1988, como estabelecido o Art. 6º da Constituição Federal, “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. “, grifo nosso.

O momento eleitoral tem um traço altamente simbólico, seja pela necessidade de reconstrução de igualdades nas oportunidades; independente de posições ideológicas é vital pensar na pátria e digitar o voto na urna eletrônica com consciência; afinal, segundo pesquisas, evangélicos ultrapassam 30% da população brasileira e certamente tem votado em pessoas comprometidas com a transformação da realidade social, para que haja o apaziguamento da nação, que só será obtida, pelo processo democrático do voto, submetendo todos, conservadores ou progressistas, aos desejos da maioria dos eleitores, onde cidadãos são representados politicamente, e corresponsáveis pelos destinos da Nação brasileira, especialmente quando estamos debatendo várias Mudanças Legislativas no Congresso Nacional, com reflexos nas Assembleias Legislativas Estaduais e Câmaras de Vereadores Municipais, entre outras, Reforma Administrativa, Reforma Tributária, Reforma Política, Reforma Previdenciária, Reforma Trabalhista, Reforma Eleitoral, Reforma Penal etc.

Nós temos no Brasil, segundo dados oficiais, algo em torno de 215 milhões de habitantes segundo o IBGE, quase 150 milhões são aptos a votar nas eleições, e quem sabe não seja o Tempo da Discussão do ‘Voto Facultativo’?. Esses cidadãos são influenciados, seja o empresário, comerciário, estudante, industriário, dona de casa, professor, pedreiro, profissional liberal, doméstica, motorista, aposentado, eletricista, marceneiro, costureira, autônomo, gráfico, bombeiro etc. Ou seja, gente de tudo quanto é naipe é chamado a votar. E esse voto, como o nome já diz, é representativo. Assim cada um vai votar em alguém que pense de forma semelhante. Você vai sempre votar em alguém que tenha as ideias que você tem, que represente você. Vota-se geralmente em alguém que tenha algum tipo de perfil parecido com sua proposição de vida, princípios, valores, moral, crenças religiosas, na perspectiva ética etc, na proposição para os Cristãos contida no Sermão do Monte, anotado por Mateus 5:16, “E verão as vossas boas e glorificarão ao Pai que está nos Céus”.

É natural que todos os Grupos Sociais atuantes na sociedade brasileira estejam representados no Parlamento Nacional, assim, sua cosmovisão cristã é considerada na consecução de políticas públicas, o que reafirma que o Brasil é constitucionalmente um País que Assegura e Protege a Liberdade de Crença e Consciência, e ainda, um Estado Laico e não Estado Ateu, e nem Antirreligioso, (como inserido na Carta Política/1988, Art. 19, Inciso: I, e, Art. 5º, Inciso: VI), pois respeita e defende todas as Confissões Religiosas, sejam: Adventistas, Anglicanos, Baha’ís, Budistas, Católicos, Cultos Afro-brasileiros, Práticas Pagãs, Crenças Indígenas, Cultura Racional, Evangélicos, Esotéricos, Espíritas, Espiritualistas, Exército da Salvação, Hare Krishna’s, Hinduístas, Israelitas, Islâmicos, Messiânicos, Mórmons, Perfect Liberty, Positivismo Religioso, Religião de Deus, Seguidores do Santo Daime, Seicho-no-Ie, Tradições Religiosas Ciganas, Testemunhas de Jeová, Wicca’s, Xamanismo, Xintoísmo etc, inclusive, Ateus, Agnósticos, Sem Religião etc, às quais exercem sua religiosidade numa proposição de convivência pacifica e harmoniosa a todos os matizes de fé, numa sociedade secular e plural, tendo o consequentemente direito de eleger pessoas que tenham compatibilidades com seus princípios, valores e crenças, filosofias, modo de pensar e identidade com sua cosmovisão, onde todos são cidadãos brasileiros.

Debate Cidadania – ‘Analfabeto Político’

Numa perspectiva de que o ‘Povo de Deus’ é ‘Cidadão de Duas Pátrias’, com acesso a ‘Pátria Celestial’ através do Sacrifício de Cristo, mas tendo compromisso com a ‘Pátria Terrestre’, na condição de peregrinos nesta terra, com base na oração de Jesus, “Não peço que os tire do mundo, mas que os guarde do mal”, (João 17:15), e, especialmente porque em função de um equivocado discurso plantado de longa data no meio da Igreja Evangélica de que “Crente não se envolve em política”, substituído pelo “Irmão vota em irmão”, provocando uma atitude de alienação entre os evangélicos que tem se caracterizado na inação em questões que preocupam a sociedade, passividade em temas de interesse público, ausência de uma atuação proativa na busca de soluções para os problemas sociais que aflige a todas as pessoas, às vezes preferindo ações isoladas; enfatizando-se que as Igrejas tem sido Faróis de Esperança na Sociedade pela Atuação Eclesiástica e Atuação Social, sobretudo, junto a Comunidades Carentes, assistindo também materialmente e emocionalmente as pessoas mais pobres.

Questões propostas no “Debate Melodia”, mediado presencialmente pelo Pr. Eliel do Carmo, Advogado e Vereador na Câmara da Cidade do Rio de Janeiro/RJ, tendo a participação do Dr. Gilberto Garcia, Advogado, Professor e Editor do Site ‘O Direito Nosso de Cada Dia’, do Pr. Walter Junior, Professor e Pastor-Presidente da Igreja Batista da Prata, Bangu, Rio de Janeiro/RJ, e pelo Pr. Humberto Siqueira, Advogado e Pastor-Presidente da Igreja Batista Nacional em Teresópolis/RJ, numa estratégia de empoderar o Povo de Deus, à luz de Oséias 4:6: “O Meu Povo perece porque lhe falta conhecimento”, enfocando as temáticas, que foram transmitidas pela Grande Rede, podendo ser acessados no Canal do Youtube da Rádio 97,5FM: “Você Sabe Mesmo O Que é Política?”, (https://www.youtube.com/watch?v=9LsMCXxWB1U), e, “Ensino Religioso: “Na Família, Na Igreja ou na Escola?”, (https://www.youtube.com/watch?v=oHB_Co7kw_Y), (Mateus 5:20).

Esta é uma alvissareira iniciativa, colocada em prática um ano antes das eleições, possibilitando o debate de temas que verdadeiramente afetam ‘o dia a dia’ da vida dos cidadãos, e instrumentalizando-os para exercer seu dever/direito da escolha de seus representantes, proposição do “Debate Cidadania”, diferenciando “Política” de “Politicagem”, explicando a atuação a “Política Cidadã” de “Política Partidária”, pela percepção da ausência de conhecimento específico da influência das decisões estratégicas de Políticas Públicas na vida dos cidadãos brasileiros, pois o ser humano é um ser gregário, ‘Não é bom que o homem esteja só (…)’, (Genesis 2:18a), criado para viver em sociedade, portanto, dependendo da política para sua coexistência com outras pessoas; enfatizando o alerta enunciado por Bertolt Brecht, (Pensador Alemão, falecido na década de 50), ‘O Analfabeto Político’: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas”; sendo certo que quando o cidadão não participa ele está concedendo a outros, que nem sempre tem os mesmos valores, o direito de tomar decisões que influenciarão a vida de todas as pessoas.

Evangélicos brasileiros e Representação política

Neste tempo temos a possibilidade, na medida do comprometimento com o Evangelho de Jesus Cristo, ser instrumentos de Deus, eis que a “Criação aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus”, (Epístola aos Romanos 8:19); lembrando que a Constituição do Brasil/1988 ultrapassou trinta anos de vigência, mas ainda possui muitos dispositivos constitucionais que carecem ser regulamentados pelo Congresso Nacional, os constituintes derivados, parlamentares eleitos, e outros que estão aguardando interpretação de aplicação pelo Supremo Tribunal Federal; como inclusive já foi pacificada a questão, sempre suscitada, alusiva a expressão “sob a proteção de Deus”, inserida no preâmbulo da Constituição Federal/1988, que fundamentaria a perspectiva deísta do Carta Magna, o que já foi definido que não é o caso, e sim, um posicionamento ideológico dos constituintes originários, sem qualquer valor jurídico vinculatório.

Vivemos um tempo de grandes debates no país, principalmente, na seara ideológica, para os quais evangélicos, necessitam estar preparados, sobretudo apoiados em razões que não sejam exclusivamente bíblicas, eis que, a sociedade hodierna, denominada de pós-moderna, que tem relativizado valores basilares do cristianismo, não tem a fé como fundamento de sua vivência existencial, em que pese ser esta a base essencial dos religiosos, mas que precisam, para serem ainda mais relevantes, ou seja, ouvidos no espaço público, embasar suas razões em argumentos não só teológicos, mas também históricos, sanitários, tecnológicos, filosóficos, éticos, científicos, sociológicos, econômicos, humanitários, antropológicos, jurídicos etc, para o enfrentamento de temas hodiernos, com abordagens bíblico-teológica, bem fundamentadas doutrinariamente, numa linguagem simples e acessível as pessoas comuns, num formato em que o povo de Deus “Entenda o que lê”, inclusive, ficando alerta pelo noticiado pela Mídia Nacional, seja pelas famosas ‘fake news’ (notícias falsas), mas sobretudo para o direcionamento, o desvirtuamento, e até, proposital omissão de Veículos de Imprensa, ao enfatizar discursos de conveniência, por serem ‘politicamente corretos’, assim necessário ler três ou mais jornais, assistir três ou mais canais noticiosos, acessar a notícia em três ou mais sites da internet, cotejando e conferindo as linhas editorias noticiosas.

Este foi o excelente exemplo da Revista Adultos da EBD (2º Trimestre/2018) da CPAD/CGADB, utilizada por Igrejas de Variadas Denominações, que enfocou temas palpitantes na sociedade, compartilhados à luz de princípios, valores e crenças que norteiam a fé evangélica, Lições Bíblicas, sob o tema geral: “Valores Cristãos: Enfrentando as questões morais de nosso tempo”, tendo como comentarista o Pr. Douglas Baptista, (Pastor-Presidente da Assembleia de Deus de Missão do Distrito Federal e doutor em Teologia Sistemática), abordando assuntos como: ‘O Que é Ética Cristã’, ‘Ética Cristã e Ideologia de Gênero’, ‘Ética Cristã e Direitos Humanos’, ‘Ética Cristã e Aborto’, ‘Ética Cristã, Pena de Morte e Eutanásia’, ‘Ética Cristã e Suicídio’, ‘Ética Cristã e Doação de Órgãos’, ‘Ética Cristã e Sexualidade’, ‘Ética Cristã e Planejamento Familiar’, ‘Ética Cristã e Vida Financeira’, ‘Ética Cristã, Vícios e Jogos’, ‘Ética Cristã e Política’, e, ‘Ética Cristã e Redes Sociais’; para que os crentes exercitem um criterioso ‘Voto Ético’, combatendo o clientelismo do “toma-la, dá-cá”, sendo este é um Legado Eleitoral para as Futuras Gerações. (‘Vós sois o sal da terra (…) e luz no mundo’, Mateus 5: 13,14).

Enfatizamos o direito constitucional das Igrejas e Organizações Religiosas, bem como, seus os Líderes Religiosos, manifestarem seus Posicionamentos Políticos, como assegurado na Carta Magna Nacional/1988, a Liberdade de Expressão dos Cidadãos Brasileiros, seja ideologicamente, filosoficamente, religiosamente, politicamente ou partidariamente, inclusive orientando seus fiéis sobre princípios, valores e crenças, e a influência destes na opção por candidaturas e partidos políticos, discutindo e debatendo projetos, propostas, programas partidários, inclusive promovendo debates, à luz das regras eleitorais vigentes, (não podendo ensejar campanhas e pedidos de votos para candidatos), sob pena de cerceamento à Liberdade de Expressão, no denominado, “Livre mercado de ideias”, assegurado na Constituição Federal.

Destacando-se o desafio de incentivar, instituir ou participar ativamente da grupos que promovem encontros, debates, seminários, estudos das ideologias políticos partidárias, inclusive em outros países, aprofundando o conhecimento histórico, convidando inclusive Estudiosos, Pesquisadores, Autoridades Públicas dos Três Poderes da República, e aí as Igrejas tem uma oportunidade ímpar, de empoderar seus membros, fiéis e famílias sobre os temas que afligem o povo na Cidade, no Estado e no País, (como diversos Grupos Sociais já fazem de longa data, preparando-se antecipadamente para as ‘Pautas’ e os ‘Pleitos’, e por isso, altamente influentes nas Mídias Sociais e junto aos Políticos e Parlamentos), numa atuação comunitária na conscientização do Povo de Deus de sua Dupla Cidadania, sobretudo, para as áreas de saúde, educacional, humanitária, e, social, tão carentes de ações governamentais, e os comprometimentos nos destinos da Nação brasileira, à luz do Livro de Tiago, no Novo Testamento, que assevera: “Aquele que sabe fazer o bem e não faz comete pecado”, 4:17.

Investimento Talentos: Cooperadores do Reino

Que o Senhor ilumine lideranças evangélicas a investir em jovens vocacionados, da mesma maneira como ocorre com o financiamento na formação de pastores, educadores e missionários, para atuarem na sociedade, em suas atividades profissionais, como cooperadores do Reino, fundamentados em princípios, valores, e, crenças, exercendo sua missão de fé como advogados, professores, atletas, administradores, economistas, filósofos, empresários, escritores, jornalistas, sociólogos, físicos, boleiros, cabeleireiros, pedagogos, contadores, arquitetos, policiais, químicos, cientistas, corretores, magistrados, matemáticos, confeiteiros, engenheiros, contatores, médicos, psicólogos, biólogos, empreendedores, treinadores, militares, geólogos, fisioterapeutas, desenhistas, nutricionistas, motoristas, podólogos, mecânicos, influenciadores digitais, costureiras, padeiros, militares, cabeleireiros, esteticistas, vendedores, telefonistas, garçons, radialistas, dentistas, jornaleiros, feirantes, bancários, comerciários, industriários, músicos, agricultores, autônomos etc.

Como temos sustentado nas aulas da disciplina que, há quase uma década, ministramos: “Igreja e o Direito”, no Curso de Teologia na Faculdade Evangélica das Assembleias de Deus no Brasil (FAECAD/CGADB), (reconhecido pelo MEC), e, através de diversas palestras, livros, artigos, debates, entrevistas etc, parafraseando uma famosa frase de um grande pregador, nestes novos tempos legais é vital que a liderança da Igreja, eis que, está inserida na sociedade civil, mormente através de seu pastor, (e se possível, diáconos), possua numa mão a Constituição Federal/1988 e o Código Civil, e na outra mão a Bíblia Sagrada e o Jornal Diário, para com resguardo legal, possa pregar uma mensagem contextualizada, usufruindo a Ampla Liberdade Religiosa assegurada pela Carta Magna aos Cidadãos brasileiros, para que o Espírito Santo, faça a obra que é dEle, e, por graça: “Convença o homem do pecado, da justiça e do juízo”, (João 16:8), para honra e glória de Deus.

Duplo Compromisso, um Secular e outro Espiritual

Cidadãos de dois reinos, ou duas pátrias, os evangélicos são também, como todos os cidadãos brasileiros, corresponsáveis pelo futuro do país, na medida em que são os votos dos eleitores, independentemente de professar ou não uma religião, inclusive em função da vigência constitucional do Estado Laico, ou seja, o Estado Sem Religião Oficial, que concede mandatos aos Gestores da República, em todos os seus níveis, na medida em que fora da democracia só restam os iluminados sem qualquer vinculação com os anseios do povo, daí a importância da participação “profética dos fiéis”, tendo o zelo de eleger pessoas comprometidas com o progresso da nação, onde os representantes “ungidos” pelo voto do povo, no Executivo e Legislativo, possam destacar-se pelos princípios, valores e crenças fundamentadas no Cristianismo, no trato da coisa pública, na busca do bem comum para todos os cidadãos brasileiros, “Dando a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, (Mateus 22:21), quando Jesus deixou claro que temos Duplo Compromisso, um Secular e outro Espiritual.

Atualíssimo aos evangélicos brasileiros, sobre a importância da representação política, o alerta de Mardoqueu à necessidade, em função de estar dentro do Palácio do Rei, da atuação propositiva da Rainha Ester: “(…) quem sabe se para tal tempo como este não chegaste ao reino? (…)”, (Livro de Ester 4:14b); que Deus sempre ilumine a Nação Brasileira na livre escolha de seus representantes, pois após a eleição, cabe a intercessão aos Céus para rogar graça para os eleitos, eis que, depois de diplomados e empossados, tornam-se Autoridades Públicas, é o mandamento bíblico, para que possam fazer um governo bem sucedido para todos os brasileiros, cabendo aos evangélicos seguir, mercê da graça de Deus, a orientação do Apóstolo Paulo (I Timóteo: 1: 1-2): “(…) recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. (…)”, assim, todos necessitamos interceder junto ao Trono da Graça, por todas as Autoridades Constituídas, do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, para que haja paz e progresso na Nação brasileira, como propugna o Profeta Jeremias, 29:7, “E busquem a paz na cidade, (…), porque na sua paz, vós tereis paz”.

Dr. Gilberto Garcia

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Gilberto Garcia
DIREITO NOSSO: Gilberto Garcia é Advogado, Professor Universitário, Mestre em Direito, Especialista em Direito Religioso. Presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa do IAB/Nacional (Instituto dos Advogados Brasileiros), Membro da Comissão Especial de Advogados Cristãos, OAB/RJ, Integrante da Comissão de Juristas Inter-religiosos pelo 'Diálogo e pela Paz', Instituída pela Arquidiocese Católica do Rio de Janeiro, e, Membro Titular da Academia Evangélica de Letras do Brasil - AELB. Autor dos Livros: “O Novo Código Civil e as Igrejas” e “O Direito Nosso de Cada Dia”, Editora Vida, e, “Novo Direito Associativo”, Editora Método/Grupo GEN, e Coautor nas Obras Coletivas: “In Solidum - Revista da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais Aplicadas da UNIG”, Ed. Gráfica Universitária/RJ; bem como, “Questões Controvertidas - Parte Geral Código Civil”, Grupo GEN, e, “Direito e Cristianismo”, Volumes 1 e 2, Editora Betel, e, “Aprendendo Uma Nova Realidade: 2020 - O Ano em que o Mundo Parou!”, “Os Reflexos da Covid-19 no Meio Cristão-Evangélico Brasileiro”, “O Que Pensam os Líderes Batistas?”, “O Esperançar em Um Pais Repleto de Pandemias”, “Princípios Batistas, Discurso Relativização, Coerência e Vivência”, e, “Igreja e Política - Um Hiato Dolorido”, "Antologia de Verão/2023", "Antologia de Outono/2023', Vital Publicações; e, ainda, “A Cidadania Religiosa num Estado Laico: a separação Igreja-Estado e o Exercício da fé”, IAB/Editora PoD, e, “Desafios do Exercício da Fé no Ordenamento Jurídico Nacional”, IAB/Editora Essenzia; além do DVD - “Implicações Tributárias das Igrejas”, CPAD/CGADB; Instagram:@prof.gilbertogarcia; Editor do Site: www.direitonosso.com.br
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