Grávida
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O Conselho Federal de Psicologia emitiu uma nota na última quarta-feira (1) na qual se posiciona abertamente a favor da legalização do aborto e classifica esta defesa como uma preservação dos “direitos sexuais e reprodutivas da mulher”.

A audiência pública sobre a legalização do aborto começou nesta sexta-feira (3) no Supremo Tribunal Federal e deve se estender até a próxima segunda-feira.

“O Conselho Federal de Psicologia, que congrega mais de 300 mil profissionais em todo o Brasil, tem defendido a legalização do aborto no país em todos os seus congressos nacionais realizados a cada três anos, desde 2010”. A afirmação é da doutora em Psicologia Social pela Unesp, Sandra Elena Sposito que, junto com a professora Letícia Gonçalves, participou da audiência pública sobre descriminalização do aborto realizada na manhã desta sexta-feira (3) no STF.

Segundo a autarquia, o aborto é uma questão que depende da “autonomia de cada mulher sobre seu próprio corpo”, cabendo “exclusivamente a elas” decidir se dão continuidade ou não à sua própria gestação.

“O Conselho Federal de Psicologia (CFP) se posiciona a favor da descriminalização e legalização do aborto no Brasil, pois entende que a defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos das mulheres faz parte da defesa dos seus Direitos Humanos. A autonomia das mulheres sobre seus corpos deve ser ampliada para que as mesmas tenham condições de decidir ou não interromper uma gravidez”, diz parte do texto.

“A Psicologia deve se posicionar agindo sobre as situações que favorecem situações de vulnerabilidade social e psicológica, que provocam intensas situações de sofrimento psíquico, como é o caso da manutenção de uma gravidez que não foi escolhida pela gestante”, acrescenta o comunicado, também exposto no site Opinião Crítica.

Publicação do Conselho Federal de Psicologia em sua página oficial do Facebook, defendendo abertamente a legalização do aborto. (Foto: Facebook)

Em sua postagem no Facebook (foto acima), a página oficial do órgão usou uma imagem, contendo o símbolo da “mão cerrada” ou “punho cerrado”. Apesar de sua origem ser antiga, o gesto foi adotado por muitos ativistas de esquerda, adeptos do marxismo, para demonstrar apoio uns aos outros. Além disso, em uma das mãos (à esquerda), é possível ver um símbolo relacionado ao movimento feminista gravado em um dos punhos.

O uso da imagem acabou levando o órgão a ser acusado de ativismo partidário e político, faltando assim com sua imparcialidade ao tratar da questão.

Em pouco tempo de publicação, diversos psicólogos expressaram seu repúdio nas redes sociais à postura do CFP, usando a frase “O Conselho de Psicologia não me representa”. Entre eles está a psicóloga e especialista em Direitos Humanos, Marisa Lobo, que em sua página no Facebook publicou um vídeo denunciando o ativismo e emparelhamento político do Conselho Federal de Psicologia.

“Sou psicóloga e o Conselho não me representa. Isso é desvio de finalidade, de função, é ativismo descarado”, declarou Marisa.

Outros também comentaram na página do próprio Conselho: “Infelizmente, para ser psicólogo, tem que pensar como o conselho pensa é? O CFP não me representa mesmo! Luto pela vida! E se isso me custar meu Registro que ele seja caçado!”, escreveu outra usuária das redes sociais, que já ganhou mais de 1.200 curtidas.

Marisa Lobo ainda chamou a atenção para a incoerência da postura do Conselho de Psicologia, já que a publicação está recebendo tantas críticas dos próprios psicólogos que deferiam ser representados pelo CFP. “Se você entrar na página, vai ver que a maioria dos psicólogos não aceita o aborto. Nós estamos sendo oprimidos pelo Conselho Federal de Psicologia e alguém tem que falar, mas ninguém tem coragem”, desabafou.

Marisa também apontou para a incostitucionalidade cometida pelo Conselho ao defender a legalização do aborto.

“O Conselho de Psicologia está cometendo um desvio de finalidade, de função, infringindo o Código de Ética, que diz claramente: ‘É vedado ao psicólogo, induzir convicções religiosas, de orientação sexual e política’. Isso nada mais é do que político. Não é Direitos Humanos, não é defender os ‘Direitos Reprodutivos das Mulheres”, destacou. “Direitos Reprodutivos das Mulheres?! Então quer dizer que matar bebês é Direito Reprodutivo? Com tanto método contraceptivo que existe no Brasil e no mundo?”, questionou.

Confira a declaração completa de Marisa no vídeo abaixo.

 

Fonte: Guiame

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