O desenhista sueco Lars Vilks, autor de uma charge que mostra Maomé como um cachorro, afirmou ontem (10) que não sente medo após a detenção na Irlanda e nos Estados Unidos de pessoas acusadas de planejar seu assassinato e disse que não se arrepende de ter feito o desenho em 2007.

“Não tenho medo, já vivo há um tempo com isso, desde que a Al Qaeda me ameaçou em 2007”, afirmou hoje Vilks em entrevista ao canal sueco “TV4”.

O desenhista disse também que se tivesse que fazer o desenho de novo, o faria.

Vilks esclareceu que não tem nada contra o Islã ou os muçulmanos, mas reconheceu que existe um problema quando algo particular como a religião se torna público.

O desenhista sueco convidou o Islã a seguir o exemplo de religiões como o cristianismo, que aprendeu que em casos de ofensas é melhor “respirar e deixar de lado”.

“Meu desenho foi feito dentro de um contexto artístico. Você ultrajar todas as religiões, mas não o Islã, é uma exceção, e isso constitui um problema”, explicou.

Vilks admitiu que a publicação em setembro de 2005 de 12 charges de Maomé pelo diário dinamarquês “Jyllands-Posten”, o que provocou um conflito com o mundo islâmico meses depois, foi uma inspiração para sua obra, e defendeu a publicação em massa desse tipo de ilustração.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou hoje uma mulher do estado da Pensilvânia de estar ligada a um suposto plano para assassinar o desenhista sueco.

Colleen LaRose foi detida em outubro, mas seu caso foi mantido em segredo. Ela tinha se relacionado com um grupo militante por meio da internet para cometer o assassinato.

Quatro homens e três mulheres muçulmanas foram detidos ontem na Irlanda dentro de uma investigação conjunta das forças de segurança de vários países europeus e da Inteligência americana.

O primeiro-ministro sueco, o conservador Fredrik Reinfeldt, disse hoje que o ocorrido deveria ser levado “a sério” e pediu que o resultado da investigação especial fosse esperado para estudar possíveis medidas.

Reinfeldt ressaltou que a liberdade de expressão e a de culto são defendidas da mesma forma na Suécia.

A ministra da Justiça, Beatrice Ask, declarou que ainda era cedo demais para estudar um possível pedido de extradição dos detidos por parte das autoridades suecas.

Fonte: EFE

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