O prefeito da Congregação para o Clero, Dom Claudio Hummes, e o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, voltaram a defender o papa Bento XVI frente à crise gerada pelos casos de pedofilia que envolvem religiosos.

Como prova do apoio da Igreja Católica a seu líder, Hummes convidou os padres de todos os países a comparecer ao encontro mundial de sacerdotes, que ocorrerá em Roma nos próximos dias 9, 10 e 11 de junho.

O objetivo é renovar “ao nosso amado papa Bento XVI nossa solidariedade, apoio, confiança e comunhão incondicional, apesar dos ataques frequentes que lhe são dirigidos no momento atual, no âmbito das suas decisões a respeito dos clérigos envolvidos nos delitos de abusos sexuais contra menores”.

Em mensagem enviada no fim do Ano Sacerdotal, o cardeal brasileiro declarou que as acusações contra o Pontífice “são evidentemente injustas” e que “foi demonstrado que ninguém fez tanto quanto Bento XVI para condenar e combater corretamente tais crimes”.

“A presença massiva dos presbíteros na praça com o Papa será um sinal forte da nossa decidida rejeição aos ataques injustos do qual é vítima. Então, venham também para apoiar publicamente”, exortou Hummes.

Segundo denúncias veiculadas pela imprensa internacional, o chefe máximo da Igreja Católica teria acobertado episódios e hesitado na punição de pedófilos quando era arcebispo de Munique e Freising e, posteriormente, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

“Houve uma fúria em querer culpar pessoalmente o Santo Padre, talvez com algum objetivo ainda não manifestado. Nos Estados Unidos há alguns advogados que querem o Papa no tribunal para depor. Um furo sensacional”, lamentou Dom Odilo Scherer.

“Os males, com o tempo, penetram também no clero, porque são os males da cultura do momento. O espírito do mundo, de qualquer forma, penetrou na Igreja”, declarou o arcebispo de São Paulo em entrevista ao jornal italiano La Stampa.

O prelado brasileiro admitiu que o problema dos abusos sexuais contra menores tem grande importância, mas ressalvou que outras problemáticas sociais também devem ser discutidas pela sociedade.

“Só um abuso contra uma criança da parte do clero é um mal muito grave. Mas estamos atentos, porque ao nosso redor há mais coisas”, disse ele. “Ninguém fala do tratamento às mulheres. Assistimos a um renascimento da escravidão em tempos nos quais se apregoa a liberdade das mulheres. E escravas são também as crianças, as vítimas do turismo sexual”, acrescentou.

Fonte: Ansa

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