Pelo menos quatro estudantes de enfermagem cristãos do Instituto de Ciências Médicas do Paquistão, na capital Islamabad, foram acusados de profanar versos do Alcorão.

De acordo com informações do Centro de Estudos Cristãos em Rawalpindi, os estudantes de enfermagem acusados são: Edna, Seemab, Kanwal Bakhtawar e um outro estudante cristão cujo nome não se tem certeza.

O incidente de profanação contra versos do Alcorão teria acontecido no dia 17 de maio, em plena sala de aula, mas o caso só veio a público no dia 28.

Eles continuaram mantendo o problema em segredo até a última sexta-feira, dia 1º de junho, quando cerca de 400 estudantes da própria escola de enfermagem e da faculdade realizaram um protesto contra eles em alta voz, alegando blasfêmia e cantando frases de repúdio. Alguns paramédicos de alto escalão também participaram do ato.

A diretora da escola de enfermagem Stella e a professora Fazila Khokhar se juntaram aos demais estudantes e os acusaram de blasfêmia. Os quatro cristãos foram imediatamente suspensos.

O primeiro boletim de ocorrência registrado no posto policial não trouxe qualquer acusação. Limitou-se a dizer que um comitê da escola ainda está avaliando o problema que motivou o protesto.

O ministro de Estado para Assuntos da Minoria, Mushtaq Victor, classificou as acusações de blasfêmia contra os estudantes cristãos de “conspiração promovida por elementos linha-dura” para colocar os cristãos contra os muçulmanos. E pediu moderação ao país.

“Nós pedimos aos nossos amigos que orem pelas meninas, pela professora e a diretora para que Deus as guarde e também pelos amigos muçulmanos para que fiquem calmos e resolvam o problema através da negociação”, disse o porta-voz do Centro de Estudos Cristãos, em Rawalpindi.

Cerca de 150 clérigos muçulmanos se reuniram fora do hospital-escola na última sexta-feira. Por causa da atmosfera de inquisição, a segurança ao redor do hospital, da escola e da faculdade foi reforçada.

Fonte: Portas Abertas

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