Embora tenha sido bem-sucedida em vendas, ela não agradou à crítica com o CD e DVD “Apenas um Toque”. Apesar do grande êxito comercial, a cantora ficou em maus lençóis com a crítica, que até hoje não entendeu a que veio o CD. Agora, a cantora lança “Profetizando às Nações”, no qual mostra que recuperou o fôlego musical perdido.

Fernanda Brum é uma artista que sempre surpreende seu público. Após o grande êxito do CD “Quebrantado Coração”, que foi muito bem recebido pela crítica e pelo público, a cantora e compositora resolveu dar um giro de 180° na carreira e lançou “Apenas um Toque”, seu primeiro disco ao vivo de musicas inéditas.

Diferentemente de “Quebrantado Coração”, “Apenas um Toque” trouxe uma Fernanda mais simples, seguindo a linha da adoração extravagante. E esta simplicidade fez de “Apenas um Toque” o disco mais vendido de Fernanda Brum.

Apesar do grande êxito comercial, a cantora ficou em maus lençóis com a crítica, que até hoje não entendeu a que veio o CD. No entanto, quando todos apostavam que Fernanda continuaria investindo na linha da adoração extravagante, ela lança o CD “Profetizando às Nações” (MK Music).

Derrubando as expectativas criadas em torno do novo trabalho, Fernanda gravou um disco de estúdio voltado para missões, iniciativa inédita na música gospel nacional.

Tudo aconteceu após a leitura de um livro do compositor Livingston Farias, que falava sobre a igreja perseguida. Fernanda Brum resolveu abraçar a causa e usar a música para ajudar a propagar esse ministério.

Ministrações em estúdio

Temática à parte, em “Profetizando às Nações” Fernanda Brum parece recuperar o fôlego musical perdido em “Apenas um Toque”.

Mais uma vez sob a produção do marido Emerson Pinheiro, Fernanda soube muito bem equilibrar as canções de seu disco. No repertório, além de músicas de Fernanda e Emerson, há composições de Eyshila, Jill, Davi Fernandes, Duda Andrade, Antonio Cirilo, Livinsgton Farias, Luiz Arcanjo e Deco (Ministério Toque no Altar).

O disco é extenso, com 16 faixas. Mas, por incrível que pareça, ele não soa cansativo, o que é fruto da produção moderada de Emerson, que conseguiu dar um toque especial em cada música.

Em Eu Vou, por exemplo, ele usou muito bem alguns efeitos árabes mesclados a ritmos brasileiros. Já em Redenção há forte presença de coral. A faixa Glória da Segunda Casa tem bom arranjo de cordas, enquanto Me Arrependo traz somente piano.

Entre os destaques de “Profetizando às Nações” estão Redenção, música marcante que fala sobre o sacrifico de Jesus; a pop Na Corte do Egito; Peniel, que fala de arrependimento; Filho de Davi, na qual a cantora mostra ótima sintonia com os backing vocals; Jesus, Meu Primeiro Amor, em dueto com Ariane (jovem cantora de 16 anos discípula de Fernanda Brum); e Outra Vez, parceria de Emerson, Klênio e Fernanda que conta com a participação de Marcus Salles, da banda Quatro por Um.

Apesar de ter gravado o disco em estúdio, Fernanda não deixou de lado as famosas ministrações que a consagraram em “Apenas um Toque”. Mesmo não tendo todo o clima de uma gravação ao vivo, ela conseguiu transmitir sua mensagem ministerial em faixas como Me Arrependo, Filho de Davi e Jesus, Meu Primeiro Amor.

DVD marca um novo tempo na carreira de Fernanda Brum

Fernanda Brum não pôde ir à sede da gravadora MK Publicitá para dar uma entrevista porque estava concentrada nos dois livros que está escrevendo: um autobiográfico, e o outro sobre a história de Amnon e Tamar, relatada em “II Samuel” capítulo 13, envolvendo estupro e incesto. Mas a incursão no universo literário não é a única novidade na vida da cantora, que está completando 10 anos de carreira.

No dia 27 de julho, uma terça-feira, Fernanda gravou seu primeiro DVD, baseado no repertório de seu primeiro disco ao vivo, “Apenas Um Toque”. O local foi o Via Show, casa de espetáculos de São João de Meriti, Baixada Fluminense, que pela primeira vez recebeu uma atração gospel. O CD, em 90 dias, vendeu 100 mil cópias. Nunca Fernanda, que ganhou disco de ouro por todos os seus trabalhos anteriores, havia atingido a marca em tão pouco tempo. Além disso, com as novas regras da indústria fonográfica, “Apenas Um Toque” não é somente disco de ouro, mas disco duplo de ouro.

No entanto, nada disso é tão importante para Fernanda Brum quanto outro fato um tanto recente em sua vida. Há cerca de um ano e meio, ela tornou-se pastora auxiliar da Igreja Batista Nova Ebenézer, onde foi gravado o CD ao vivo. Para a cantora, o DVD nada mais é do que fruto deste momento todo especial de sua vida.

“A gravação do DVD sela um novo tempo, o começo de meu ministério. Através dele as pessoas vão poder me conhecer melhor. Acredito que o DVD é uma via de mão dupla – as pessoas recebem uma forma de evangelização e podem transmiti-la”, diz Fernanda, por telefone.

Mais shows no Rio

Oito mil pessoas superlotaram o Via Show para a gravação. Foram apresentadas 16 canções, a maioria do último CD da cantora, mas também alguns sucessos como Meu Bem Maior, Sonhos, Feliz de Vez e Saída. Fernanda foi acompanhada apenas pelo grupo Quatro por Um – do qual faz parte seu marido, o compositor e produtor Emerson Pinheiro – e por um violonista. Nada de backing vocal (os vocais e alguns sons de cordas são gravados em um MD e reproduzidos na hora) ou preocupações como cenários e iluminação. Mas de uma coisa a cantora não abriu mão: ungir a casa antes de começar o show.

“Isso faz parte do meu trabalho, é um costume que tenho. Quisemos consagrar o local como uma igreja. Minha atenção estava voltada para isso, e não para coisas supérfluas como luz ou som. Mas é exatamente aí, quando não exigimos nada, que temos tudo de melhor”, afirma.

O Via Show lotado em plena terça-feira mostrou que existe espaço – e demanda por parte do público – para os artistas gospel se apresentarem em casas de shows no Rio de Janeiro, o que é raro. A maioria dos artistas da MK – gravadora que concentra muitos nomes de apelo popular, como Cassiane, Novo Som e Marina de Oliveira – é carioca, mas na Cidade Maravilhosa se apresenta apenas em igrejas ou grandes eventos gratuitos, enquanto em outros estados é comum sua presença em casas de espetáculo.

Fernanda Brum – que já cantou no Canecão, tradicional casa do Rio – concorda que o momento é bom para a música gospel expandir sua atuação, mas acredita que, no caso dela, haja um empecilho de espaço.

“Nós, artistas evangélicos, temos uma visão muito voltada para a igreja, que é a nossa prioridade, ou então para eventos ao ar livre. O meu público é superior a 50 mil pessoas. Se eu começar a limitar, vou alcançar menos almas”, diz Fernanda, com a sabedoria e a simplicidade que, certamente, foram alguns dos motivos que a levaram a ser consagrada pastora.

Fonte: Universo Musical (www.universomusical.com.br)
Por: Philipe Daniel e Marcos Paulo Bin

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