Pastores oram por Lula durante encontro com evangélicos em São Gonçalo
Pastores oram por Lula durante encontro com evangélicos em São Gonçalo

Aliados do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendem que o futuro governo construa canais próprios de diálogo com lideranças evangélicas, segmento que apoiou majoritariamente a tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) e no qual se disseminaram ataques e notícias falsas contra o candidato petista.

Um das ideias sugeridas por representantes do PT e pastores que colaboraram com a campanha de Lula é criar uma secretaria de assuntos religiosos, sob o guarda-chuva de um ministério voltado para assistência social ou direitos humanos, além de fomentar uma espécie de federação de igrejas independentes para driblar a dependência de pastores das maiores denominações.

Outra proposta é reativar o extinto “Conselhão” com presença de representantes de religiões.

Um dos principais nomes da interlocução da campanha de Lula com religiosos e articulador da carta aos evangélicos, o ex-ministro Gilberto Carvalho tem colocado a reestruturação da relação com igrejas como um dos principais temas do futuro governo.

No dia seguinte à vitória de Lula, Carvalho declarou ao podcast Três por Quatro, do site Brasil de Fato, que será preciso “sinalizar com clareza” e ter uma “ação abrangente” com os evangélicos, e considerou o segmento crucial para “reconstruir uma ampla base popular de governo” e chegar à população mais pobre, “que está sendo cuidada pelas igrejas”. Para Carvalho, o foco deve estar “nas pequenas igrejas, que são as que mais crescem”.

Na entrevista, Carvalho criticou a postura de grandes lideranças, como o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal, a quem chamou de “useiro e vezeiro em enviar seus representantes ao Planalto” para negociar apoio nos governos Lula e Dilma. “Erramos em atendê-lo e esquecer a base”, disse o ex-ministro.

Dois pastores dissidentes de igrejas que apoiaram Bolsonaro, e que se aproximaram da campanha de Lula, endossam a ideia de uma secretaria de assuntos religiosos: o bispo Romualdo Panceiro, ex-integrante da Universal e que rompeu com Macedo em 2020, e o pastor Paulo Marcelo Schallenberger, que é amigo do deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) e foi escanteado pela Assembleia de Deus do Belém (SP) por apoiar Lula.

Schallenberger defende uma extensão ministerial para “dialogar com líderes simples e anônimos”. O pastor também pretende incentivar, numa iniciativa à parte do governo, a criação de uma “escola de pastores” e uma federação de “igrejas independentes”, que dê peso representativo a denominações menores.

Fonte: O Globo

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