A Igreja Católica da Bolívia disse que é “improvável” que o presidente boliviano, Evo Morales, e seus opositores dialoguem sobre a crise política no país antes do referendo autônomo que a região de Santa Cruz realizará em 4 de maio.

“Qualquer diálogo com certeza será posterior a essa data”, disse à Agência Efe Marcial Chupinagua, porta-voz do cardeal Julio Terrazas, a autoridade máxima da Conferência Episcopal da Bolívia.

Além disso, segundo Chupinagua, tanto Morales quanto a oposição devem dar “mostras de abertura” sobre suas respectivas posições e ter mais “predisposição” para “pacificar o caminho” para o diálogo – do que a manifestada até agora.

Bolívia vive há meses uma crise política entre dois processos paralelos que, por enquanto, parecem irreconciliáveis: a remodelação constitucional proposta pelo esquerdista Morales e o processo autonomista de várias regiões opositoras lideradas por Santa Cruz, a mais rica e povoada do país.

As autoridades e os líderes cívicos de Santa Cruz mantêm para 4 de maio a convocação de um referendo para ratificar seu estatuto de autonomia, apesar de este ter sido declarado ilegal pelo Governo, pelo Congresso e pela Corte Nacional Eleitoral.

Uma consulta similar será realizada nas regiões de Beni e Pando no dia 1º de junho, enquanto no dia 22 desse mesmo mês será realizada em Tarija.

O cardeal Terrazas se reuniu, em março, com Morales e esta semana recebeu os governadores opositores, mas suas ações para inaugurar o diálogo entre as partes não deram resultado.

Também chegaram à Bolívia, na semana passada, delegados dos Governos do Brasil, da Argentina e da Colômbia, e da Organização dos Estados Americanos (OEA) para buscar uma possível mediação na crise.

O porta-voz do cardeal explicou à Agência Efe que a Igreja vai permanecer “em constante contato” com o Governo e os opositores, e lhes pediu “serenidade” para enfrentar o referendo autônomo de Santa Cruz no dia 4 de maio.

Fonte: Portas Abertas

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