Padre
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A arquidiocese de Colônia, na Alemanha, gastou mais de 1 milhão de euros (pouco mais de 5 milhões de reais) para quitar as dívidas de jogo de um padre.

Parte do dinheiro usado nesta transação foi retirado de um fundo de compensação destinado a vítimas de abuso sexual, que até agora disponibilizou para as indenizações um valor bem menor do que o das dívidas do sacerdote.

O escândalo foi revelado pelo jornal alemão Kölner Stadt-Anzeiger nesta sexta-feira (15/04) e chocou católicos da arquidiocese de Colônia.

De acordo com a reportagem, a diocese gastou inicialmente quase 500 mil euros para quitar a dívida em cinco parcelas depositadas aos credores entre junho de 2015 e junho de 2016. Como o valor não foi tributado corretamente, um valor de cerca de 650 mil euros foi cobrado em imposto de renda, incluindo juros pelo atraso.

O porta-voz do Conselho da Conferência Episcopal Alemã, Johassen Norpoth, que presta apoio às vítimas de violência sexual cometida por integrantes da Igreja Católica, criticou a arquidiocese, que ele acusou de ter sido bem menos generosa com as vítimas que deveriam receber o dinheiro do fundo como indenização.

De acordo com Norpoth, 60% das vítimas de abuso sexual cometido por padres e outros funcionários da igreja receberam menos de 20 mil euros de indenização. Ele disse ainda que o caso é vergonhoso e perturbador.

“Vítimas de abuso sexual, algumas sem uma renda segura como a de um padre, foram despachadas com uma quantia menor do que 2% do que a igreja está disposta a pagar para um padre em dificuldades financeiras”, pontuou Norpoth ao Kölner Stadt-Anzeiger.

A porta-voz da iniciativa de reforma católica Maria 2.0, Maria Mesrian, também criticou a postura da arquidiocese e destacou que “valores ridículos” foram oferecidos às vítimas de abuso enquanto milhares de euros eram “desperdiçados” para honrar dívidas de jogo privadas de um padre.

A arquidiocese disse que aprendeu com os erros cometidos e que uma situação como essa não se repetirá mais. O atual episódio é mais um escândalo que envolve o arcebispo de Colônia, Rainer Maria Woelki, que assumiu essa posição em 2014, e supostamente teria herdado o problema de seu antecessor.

Woelki vem enfrentando críticas pela forma como lidou com as denuncias de abuso sexual em Colônia – a maior arquidiocese católica da Alemanha. O cardeal já oferece sua renúncia ao papa Francisco, que ainda não se posicionou.

Folha Gospel com informações de Portal Terra

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