Teto da Igreja Renascer em Cristo que desabou em janeiro de 2009
Teto da Igreja Renascer em Cristo que desabou em janeiro de 2009

O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho determinou a penhora das contas bancárias da Igreja Renascer em Cristo, fundada na década de 1980 pelo apóstolo Estevam Hernandes Filho.

A decisão ocorreu porque Maria de Fátima da Silva, 66, que perdeu a mãe há 12 anos, vítima do desabamento do teto da sede da Igreja Renascer, no Cambuci, em São Paulo, em janeiro de 2009, até hoje aguarda o pagamento da indenização de R$ 931 mil, determinada pela Justiça (os valores incluem juros, correção e multa). A Justiça localizou apenas R$ 31.518.

Nove pessoas morreram no acidente, que ocorreu por volta das 18h50. Outras cerca de 100 pessoas ficaram feridas, de acordo com relatos da época. Elas aguardavam o início do culto.

Frequentadora assídua da igreja, Maria de Lourdes da Silva, a mãe de Maria de Fátima, tinha 77 anos e estava no local reservado aos integrantes do coral.Com o desabamento, ficou soterrada, sendo encontrada pelos Bombeiros, ainda viva e consciente, apenas duas horas depois. Sua perna direita teve de ser amputada para poder ser retirada dos escombros. Morreu no Hospital das Clínicas.

Maria de Fátima disse à Justiça que, ao procurar a igreja, foi tratada com descaso. “Tem coisa melhor do que morrer dentro da igreja?”, ouviu, segundo o relato feito no processo de indenização.

“O tratamento digno só ocorreu enquanto minha mãe contribuía mensalmente com o carnê”, afirmou à Justiça.

A igreja afirmou que não teve nenhuma culpa no trágico acidente “que se deu por responsabilidade e culpa exclusiva das empresas contratadas para a realização e execução de reforma e reforço do telhado”.

Afirmou também que está contestando judicialmente os valores da indenização determinada à família de Maria de Lourdes, mas tem feito pagamentos mensais, depositados judicialmente.

De acordo com o advogado Roberto Ribeiro Jr, que representa a igreja, R$ 210 mil já foram depositados. “Mesmo no período de pandemia, com igrejas fechadas, foram feitos depósitos em favor da Sra. Maria de Fátima da Silva.”

Fonte: Folha de S. Paulo

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