Divulgação do vídeo da reunião de Bolsonaro com ministros no dia 22 de abril foi autorizada pelo decano do STF, Celso de Mello
Divulgação do vídeo da reunião de Bolsonaro com ministros no dia 22 de abril foi autorizada pelo decano do STF, Celso de Mello

Folha Gospel

A reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros no dia 22 de abril se tornou pública nesta sexta (22) por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello.

A publicidade da gravação foi pedida pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, como prova de que Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na cúpula da Polícia Federal.

O vídeo, onde o presidente Bolsonaro fala quase 30 palavrões, foi elogiado por alguns pastores e líderes evangélicos e criticado por outros.

O pastor Silas Malafaia, em uma das várias publicações que fez no Twitter, disse que a reunião de Bolsonaro com os seus ministros “mostra a imagem de um Presidente indignado com injustiça, com falta de informação, a favor da democracia, contra ditadura e contra a safadeza que estão fazendo com o povo”

Sóstenes Cavalcanti, teólogo e deputado federal (DEM-RJ), insinuou que a reunião reelege Bolsonaro e comparou os palavrões do presidente com os que “Lula e a turma da esquerda falam”.

O pastor Alexandre Gonçalves, de Santa Catarina, disse que se o vídeo ajuda na reeleição de Bolsonaro “povo brasileiro está perdido e resta apenas o Juízo dAquele q julga a causa da viúva e do órfão”

O Reverendo Pedro Muniz, criticou a fala do Bolsonaro ao dizer que quer o povo armado.

O pastor Estêvão Chiappetta, colunista do Folha Gospel, na coluna “O Reino de Cabeça para Baixo”, escreveu uma sequência de twittes e começou falando sobre a polêmica reunião de Bolsonaro com base no texto de Romanos 13.1 sobre a sujeição às autoridades superiores.

O pastor Estêvão Chiappetta ainda afirma que a reunião “foi um desrespeito aos outros poderes da República e da Federação estimulado pelo sr presidente do executivo”.

Disse também, que o pior, “num governo que se diz “conservador” e “cristão” é perceber que os cristãos que o elegeram não se preocupam com esse tipo de postura, e que apoiam o vale tudo”.

Chiappetta conclui dizendo que ora para que “o arrependimento ainda encontre lugar no Poder Executivo.”

O pastor e doutor em Ciências da Religião, Kenner Terra, afirmou em sua conta no Twitter que a reunião mostra “que o Brasil está nas mãos de malucos a serviço de uma ideologia anticivilizatória”.

Nelson Bomilcar, pastor, músico e compositor, disse que suas orações aumentaram e chamou o governo de “parceiro de Belzebu”.

O pastor Ricardo Gondim fez referência ao Salmo 1 comparando a reunião ministerial com a roda dos escarnecedores. Gondim também citou a Bíblia ao comentar o desejo de Bolsonaro de armar a população.

O pastor Antonio Carlos Costa, fundador da ONG Rio de Paz, publicou um vídeo e um texto no Instagram sobre a reunião do presidente com seus ministros. Leia abaixo o texto e na sequência, veja o vídeo.

O EVANGELHO E A REUNIÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA COM OS SEUS MINISTROS

Evangélico brasileiro, você subscreve tudo o que o presidente da República declarou na reunião ministerial, cujo conteúdo foi revelado ontem pelos meios de comunicação?

Considera que o Espírito Santo botou em sua boca aquela mensagem? Julga que seria oportuno convidar os jovens da igreja a assistirem ao vídeo a fim de conhecerem o modo cristão de fazer política? Se o cristianismo entrar para valer na vida política nacional, é exatamente aquilo que teremos?

Pastores brasileiros, os senhores dão glória a Deus pelo que assistiram? Você que o apoiou, continuará mudo? Seu silêncio é bom para revelar ao povo brasileiro a beleza da mensagem de Cristo?

Ele disse que Deus estaria acima de tudo. Disse que faria um governo cristão. Usou versos bíblicos na sua campanha. Por isso e muito mais, 73% dos evangélicos votaram nele no primeiro turno, e o introduziram no culto de adoração. O que devo esperar dele? No mínimo, coerência.

Presidente da República quer um Brasil armado. Afirmo que isso é anti espírito do evangelho.
Declaram que, por causa disso, sou uma vergonha para os evangélicos.
Não faço questão de ser chamado de evangélico. A palavra não diz mais nada.
Peço ser chamado apenas de cristão.

“Para este evangelho eu fui designado pregador, apóstolo e mestre e, por isso, estou sofrendo estas coisas. Mas não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar aquilo que me foi confiado até aquele Dia. Mantenha o padrão das sãs palavras que de mim você ouviu com fé e com o amor que há em Cristo Jesus. Por meio do Espírito Santo, que habita em nós, guarde o bom tesouro que lhe foi confiado”. II TM 1: 11-13

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