Projeto que regulariza templos em áreas públicas deve chegar à Câmara Legislativa do Distrito Federal esta semana. Nas QNLs 13 e 15, em Taguatinga, moradores querem a recuperação imediata da praça que foi ocupada por uma igreja.

A foto de uma praça de 1998 mostra um local limpo e agradável, com brinquedos para as crianças. “Está um descaso, um abandono completo. As crianças não tem onde brincar. Em frente à escola deveria ter uma praça para as crianças brincarem”, opina a comerciária Nick Silva.

Onde tinha um escorregador, hoje tem mato. No lugar dos bancos, ruínas. Ninguém mais freqüenta a praça. “É uma área bastante perigosa, constantemente tem assalto. Recentemente, houve um assassinato por causa de um furto de bicicleta. Também é comum ficar crianças menores fumando maconha, praticando atos libidinosos”, revela o aposentado Ednaldo Soares Pereira.

Mas a polêmica mesmo está em uma área pública ocupada por uma igreja, onde moradores brigam desde 2001. Indignados, recorreram ao Ministério Público, que já se pronunciou contrário ao funcionamento do templo.

“Esta igreja se instalou na nossa praça, na QNL 13/15 de forma ilegal. Não existe nenhum documento oficial que prove que ela poderia estar aqui. Até mesmo porque a lei 245 de 2002 não permite que ela se instale aqui, porque praça pública não pode ter sua área bruta reduzida”, reclama o morador Charles Dias.

O pastor se defende: “não tem nada de invasão, estamos documentados e estamos esperando a legalização das igrejas por meio do governo”, rebate.

A Administração de Taguatinga reconhece que a autorização foi concedida de forma irregular. E também aguarda a aprovação do projeto de lei que regulariza a situação dos templos no Distrito Federal para decidir o que fazer.

“Se o administrador da época tivesse embargado a construção e não tivesse permitido a continuidade da obra, talvez ele procurasse o local apropriado e não teria feito no seu tempo. A te o momento não sei se tem uma ordem judicial pra fazer a remoção daquele templo”, comenta o administrador de Taguatinga Benedito Domingos.

“Tem que restaurar a praça, mas já que o espaço foi tomado, deveria ficar com está, mas sem tirar a igreja”, sugere a autônoma Gorethe Câmara.

“Até às três horas da manhã as pessoas gritam por aqui. Minha esposa dorme com dedo no ouvido, pra poder sossegar”, diz o aposentado Antônio Guedes.

O projeto está sendo revisado pela Terracap e pode retornar à Câmara nesta semana.

Fonte: G1

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