O papa Francisco morreu na manhã desta segunda-feira (21/04) às 7h35 (2h35 em Brasília), segundo anunciado pelo Vaticano, em comunicado assinado pelo cardeal Kevin Ferrell.
“Às 7:35 desta manhã, o bispo de Roma, Francisco, regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja”, escreveu o carmelengo.
O cardeal acrescentou que o papa Francisco “ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”.
“Com imensa gratidão pelo seu exemplo de verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, encomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Uno e Trino”, disse.
O papa Francisco, que estava com a saúde muito debilitada, apareceu de cadeira de rodas pela primeira vez em maio de 2022. Ele recorreu ao auxílio após dores intensas no joelho. “Tenho um ligamento rompido, farei algumas infiltrações e vamos ver. Estou assim há algum tempo, não posso caminhar”, disse o pontífice, na época.
Dias depois, ele voltou a ser visto sendo empurrado na cadeira de rodas. Após essas primeiras aparições, não era difícil a imprensa internacional noticiar que a saúde do papa estava debilitada.
Em novembro de 2023, o papa cancelou uma viagem para a reunião climática da COP28, em Dubai, por causa de uma gripe e inflamação pulmonar. Em janeiro de 2024, ele não conseguiu terminar um discurso no Vaticano por causa de “um pouco de bronquite”, segundo o pontífice.
A bronquite do papa voltou à tona em fevereiro de 2025. O pontífice não conseguiu terminar um discurso e pediu para que um assistente fizesse a leitura durante uma missa no Vaticano. Dias depois, o papa foi internado para uma cirurgia “complexa”, segundo Vaticano.
Aparição no Domingo de Páscoa
O papa Francisco, 88, que ainda se recuperava da grave pneumonia, fez uma breve aparição na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para sua tradicional bênção neste domingo (20) de Páscoa. Com dificuldades para falar, o pontífice mencionou uma “crise dramática e indigna” na Faixa de Gaza, condenou o aumento do antissemitismo pelo mundo e disse que não há paz sem liberdade religiosa.
“Feliz Páscoa”, disse ele, que estava numa cadeira de rodas e não precisou de auxílio de oxigênio, diante de milhares de fiéis.
Durante a leitura da mensagem tradicional, feita com ajuda de um colaborador, o papa criticou o conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza e pediu um cessar-fogo. “Expresso minha solidariedade com os sofrimentos de todo o povo israelense e do povo palestino. Faço um apelo às partes em conflito: decretem um cessar-fogo, libertem os reféns e socorram um povo faminto que aspira a um futuro de paz”, disse.
O pontífice também condenou o antissemitismo pelo mundo e afirmou que “a paz não é possível” sem “liberdade religiosa ou liberdade de pensamento”.
Depois da aparição que durou cerca de 20 minutos, o pontífice abençoou os fiéis.
Funeral
Como é tradição, o funeral do papa começa na Basílica de São Pedro. O corpo de Jorge Mario Bergoglio, o primeiro pontífice latino-americano da história que nasceu em Buenos Aires em 1936, ficará exposto para visitação e oração dos fiéis. O funeral termina com a missa de corpo presente, na Praça de São Pedro.
Em abril de 2024, o papa chamou atenção dos fiéis ao anunciar que já estava “tudo pronto” para a sepultura dele. O pontífice ordenou uma simplificação dos rituais fúnebres dos papas, com os corpos não sendo mais expostos fora dos caixões.
Na ocasião, ele também revelou que, após sua morte, o corpo seria exposto no caixão. Os corpos dos papas anteriores foram colocados em um catafalco, espécie de plataforma, durante seus ritos fúnebres. Ele também pediu para que fosse enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, fugindo da tradição de um enterro em São Pedro, onde está o corpo de 91 pontífices.
Com informações de UOL, Folha de S. Paulo e DW