Uma das seitas mais recentes é uma vertente da música eletrônica, que anima as raves e leva as pessoas a dançar em êxtase: é a Igreja do Trance Divino, que, em vez de dízimo, cobra ingressos para as festas que produz.

A Igreja do Trance Divino foi fundada há dois anos. “Você pode viver com alegria, com festividade, com diversão. É uma revolução, o trance revoluciona a vida das pessoas”, acredita a ministra da fé Anirit Kuyana.Os líderes são batizados com nomes indianos e Jesus Cristo é chamado de “Ju Ju”. Sem uma sede própria, os encontros acontecem em locais improvisados, como um salão que pertence a uma pousada da cidade.

Para quem não é freqüentador, é difícil imaginar. O que parece ser uma festa, na verdade, é um culto religioso de uma igreja que tem registro em cartório. “A maioria dos pastores são DJs. E se for DJ tem que tocar bem, tem que estar com o som atualizado. A igreja preza a competência musical dos pastores”, diz o pastor Veet Prayas.

A Igreja do Trance Divino tem uma hierarquia. “Tem missionário, o profeta, a bispa, o monge. E tem os santos. A única santa viva é a Rita Lee”, explica o missionário Gauthana. O grupo não gosta de revelar seus rituais e faz reuniões secretas para discutir assuntos como OVNIs (sigla para objetos voadores não-identificados) e meio ambiente. “A gente está aqui para falar sério mesmo, para pregar a igualdade, a irmandade e para desejar um mundo melhor”, diz a pastora Shakti.

“Nossa religião é basicamente musical. Então não existe muita coisa escrita. Existe coisa tocada. Ela te leva em um ritmo enorme e te solta lá em cima sozinho. E aí a mente esvazia, você fica no nirvana, sem o pensamento”, afirma Anirit Kuyana.

Fonte: G1

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