Início Site Página 2933

Padre é morto após sofrer assalto no Paraná

O padre Nilson José Brasiliano, de 44 anos, foi morto a facadas em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, ao ser vítima de um roubo. O corpo foi encontrado somente na manhã de hoje, amarrado e abandonado em uma localidade rural, a cerca de 10 quilômetros do centro da cidade. A polícia prendeu quatro suspeitos.

Eles ainda não tinham sido ouvidos de forma oficial, mas seriam indiciados por roubo, homicídio e ocultação de cadáver.

Brasiliano exercia o sacerdócio na paróquia de Agudos do Sul, a cerca de 70 quilômetros ao sul de Curitiba. De acordo com o delegado de Araucária, Rubens Recalcatti, o padre conhecia as quatro pessoas acusadas do homicídio. Eles teriam se encontrado no início da tarde de sexta-feira no centro de Araucária e os quatro ganharam uma carona. O padre passou na Caixa Econômica Federal, retirou uma quantia em dinheiro e todos seguiram para uma chácara que ele tinha no bairro Costeira.

Ainda de acordo com o delegado, o padre teria comentado que possuía mais R$ 17 mil depositados no banco. Na chácara, os acompanhantes do padre – três dos quais já teriam passagem pela polícia por furto de veículos – teriam encontrado uma corda e decidido amarrar Brasiliano, forçando-o a repassar-lhes a senha da conta bancária. Depois o colocaram em um veículo pertencente a ele mesmo e seguiram para o banco, onde sacaram dinheiro.

O padre teria sido morto naquela mesma noite e o corpo, coberto de galhos e capim, abandonado em uma encosta íngreme na estrada que liga a BR-476 (Rodovia do Xisto) à localidade rural de Tietê. Na noite de ontem, o carro foi visto em um bairro próximo ao centro de Araucária e, como a polícia já tinha informações do desaparecimento do padre, o vidro foi quebrado para ver se ele não se encontrava dentro do veículo ou do porta-malas. Como não havia ninguém, a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Guarda Municipal passaram toda a madrugada percorrendo o município, encontrando o corpo por volta das 7 horas da manhã. Dois dos acusados foram presos em um motel, o terceiro no centro de Araucária e o quarto em casa.

Fonte: Folha Online

Entrevista: Percival de Souza, o mais celebrado repórter policial do Brasil

Nascido em berço evangélico, o jornalista Percival de Souza diz que é daqueles que não abrem mão da fé, mesmo diante de confrontações. “Convivo de perto com o mundo cão, conheço bem a brutalidade humana. Esse envolvimento me estimula a conhecer cada vez mais a Bíblia e o Senhor.”

O caso Isabella Nardoni foi um dos crimes de maior repercussão na história da crônica policial brasileira. O assassinato da garotinha de cinco anos, cujos maiores suspeitos são seu próprio pai e a madrasta, ainda não julgados, chocou o país e colocou na vitrine da opinião pública o trabalho da imprensa. Todos os jornais, revistas, emissoras de TV e de rádio, além de sites informativos, dedicaram grande parte de sua pauta à cobertura do crime do Edifício London, numa luta diária pela divulgação de informações em primeira mão. Em jogo, não apenas a obrigação de informar, mas também a tentativa, muitas vezes explícita, de envolver emocionalmente o público.

Dentre os profissionais envolvidos no trabalho, o destaque foi para o jornalista Percival de Souza, da Rede Record de Televisão. Diariamente, por horas a fio, ele podia ser visto nos programas da emissora, informando e comentando os desdobramentos das investigações, com todos os detalhes do caso. Deu vários “furos” – o que, no jargão do jornalismo, é aquela notícia veiculada com exclusividade, o grande sonho de qualquer repórter. Na verdade, isso não é novidade na carreira de Percival, que já dura mais de quatro décadas e o consagrou como o principal repórter policial do país. Aos 64 anos, ele tornou-se referência em sua atividade não apenas pelas reportagens memoráveis que lhe valeram muitos prêmios, mas também pelos livros que escreveu. “Eu sei como é uma investigação, uma perícia. Então, graças a Deus, não preciso ficar prisioneiro da opinião de juiz, promotor, delegado ou advogado”, comenta.

A menção ao nome de Deus não é mera retórica. Crente convicto desde a mocidade, Percival é daqueles que não abrem mão da fé, mesmo diante de confrontações. E, segundo ele, isso acontece o tempo todo no dia-a-dia de sua profissão. “Convivo de perto com o mundo cão, conheço bem a brutalidade humana. Esse envolvimento me estimula a conhecer cada vez mais a Bíblia e o Senhor.” Ligado à Igreja Metodista, da qual afastou-se recentemente, o jornalista freqüenta uma congregação presbiteriana e é muito requisitado para palestras em igrejas e congressos evangélicos. Nessas ocasiões, usa toda sua bagagem profissional e pessoal para estimular os cristãos a defender os direitos humanos e os valores éticos. Percival, que é colunista de ECLÉSIA há oito anos (ele assina uma coluna que leva seu nome), concedeu a seguinte entrevista à revista:

A morte brutal da menina Isabella Nardoni chocou o país. Como jornalista especializado na cobertura policial, o que você achou do trabalho da imprensa nesse caso?
Na maioria dos veículos de comunicação, a cobertura foi feita sem merecer nenhum reparo – inclusive, pretendo me incluir nessa lista. Não há como confundir a abordagem de temas desagradáveis com uma certa assepsia da cobertura. Isso porque nós, jornalistas, entre outras coisas, somos seletivos. Esse caso foi particularmente chocante porque, além de a vítima ter apenas cinco anos, o próprio pai é o suspeito, junto com sua companheira. Você pode raciocinar de várias maneiras, inclusive algumas que não fazem parte do raciocínio da imprensa, e sim, do raciocínio cristão. Aliás, eu me senti ainda mais envolvido por ter uma neta com a mesma idade da menina morta. Durante a cobertura, eu sentia uma ira profunda das pessoas, principalmente quando o casal aparecia em algum lugar para depor ou era conduzido preso. Cheguei a comentar que tive a impressão de estar num novo coliseu, numa arena muito feroz.

Seu trabalho se destacou bastante na cobertura do episódio. Com toda sua experiência, você teve dificuldades nas apurações?
Estou na área criminal há quatro décadas e esse crime exigiu a aplicação de todo meu know-how profissional. Se eu tive algum destaque nessa cobertura, quando era onipresente na televisão, foi fruto dessa experiência. Eu sei como é uma investigação, eu sei como é uma perícia – conheço necropsia, entendo como é a elaboração de um laudo… Então, graças a Deus, não preciso ficar prisioneiro da opinião de juiz, promotor, delegado ou advogado. Tive condições de interpretar, explicar e traduzir de forma didática o que estava acontecendo para um grande número de pessoas. Mas, em geral, existem dificuldades em se entender certos procedimentos, devido à pressa. A imprensa corre contra o relógio, pois quer apresentar uma grande novidade diariamente. Esse ritmo é exatamente o contrário da apuração, que exige calma, ausência de precipitação, equilíbrio, enfim, a busca de provas concretas.

Você se considera um jornalista à moda antiga?
Acho que sim, e vejo que profissionais desse tipo já são poucos, infelizmente. Para você ter uma idéia, no auge da investigação e antes da reconstituição do crime ser feita, eu consegui detalhadamente o conteúdo da apuração depois de um encontro com os policiais encarregados do caso. E consegui ouvi-los sem ser visto com eles, pois isso poderia ser interpretado como uma espécie de privilégio. Mesmo com toda a imprensa na porta do Distrito Policial, consegui entrar pela lateral, escondido, deitado no banco traseiro de uma viatura com vidros escuros. Fiquei lá duas horas e meia e saí do mesmo modo que entrei, sem ser visto. Estou contando isso, não para dizer que sou um super-jornalista – na realidade, procurei fazer o que um repórter teria que fazer num caso assim.

Atuar na cobertura criminal o coloca, o tempo todo, em contato com o chamado “mundo cão” da brutalidade humana. Você já entrou em crise com Deus ou teve alguma dúvida em relação à sua fé?
Com relação a Deus eu nunca tive dúvidas – exceto na juventude, e por outras razões, quando o Brasil vivia um período de exceção na ditadura militar. Como eu tinha engajamento político, isso implicava em receber, de alguma maneira, doutrinação política, inclusive de tendências fortemente marxistas. Mas não abandonei a minha vida religiosa por causa disso; pelo contrário, aquele envolvimento me estimulou muito a conhecer melhor a Bíblia. Mas reconheço que, no cotidiano contemporâneo, é difícil você conviver com certos episódios. Se não fosse a formação religiosa que tenho, provavelmente não suportaria isso. Recentemente, estive com um delegado que está conduzindo uma investigação sobre uma rede gigantesca de pedofilia em São Paulo. Ele me mostrou algumas imagens em poder do pedófilo preso. Para resumir a coisa, há uma foto de violência sexual consumada contra um bebê de 27 dias. Isso é chocante! É difícil você olhar para alguém sob essa acusação e ficar impassível. O mundo em que eu vivo, profissionalmente falando, é exatamente isso que você citou na pergunta: um mundo cão. E olha que falo isso sem nenhuma depreciação à raça canina. Na verdade, eu acho que tenho uma armadura, como diria o apóstolo Paulo, para me proteger dessas coisas.

Qual sua opinião acerca dos clamores da sociedade pelo endurecimento das penas previstas no Código Penal?
Olha, eu sou um homem cristão, e vejo isso de uma maneira mais abrangente, mais profunda. A Bíblia diz que, onde está o nosso tesouro, aí estará o nosso coração. Dostoiéwski disse que a luta entre Deus e o diabo é permanente e acontece no palco do coração dos homens. Considero perfeita essa definição. As raízes do mal e suas expressões, como o crime e a violência, têm o seu nascedouro no coração humano. Nele palpitam sentimentos e emoções – de um lado, o bem, o amor, a caridade, a fraternidade, a esperança; sentimentos nobres, edificantes, cristãos. Em contrapartida, temos o ódio, a avareza, o ciúme, a ambição. Se você olhar a prática do crime, as origens são sempre as mesmas, porque são calcadas exatamente nesses sentimentos negativos. Nesse sentido, as leis humanas são extremamente frágeis. Sou contra a pena capital por várias razões. Se o marco zero de tudo isso foi o episódio envolvendo Caim, descrito no livro do Gênesis, fica claro que o próprio Deus é contra a pena de morte. Segundo o texto, o próprio Senhor fez um sinal na fronte de Caim, para que ninguém que o encontrasse o ferisse de morte por ele haver assassinado o próprio irmão. Também acho a prisão perpétua muito definitiva. A verdade é que há criminosos absolutamente irrecuperáveis, até por força de suas condições mentais – caso dos inimputáveis ou dos semi-imputáveis, por exemplo. Em resumo, não acredito na validade da antecipação da maioridade penal, faço reparos à previsão máxima de três anos para a internação de menores infratores, não admito a pena de morte e acho que existe, no mundo jurídico, outros mecanismos a serem aplicados em relação à prisão perpétua.

É voz corrente que as prisões brasileiras são escolas de crime que não recuperam ninguém. O que você acha da atuação evangelística das igrejas no sistema penitenciário?
No mundo prisional, é preciso certa especialização em termos de trabalho religioso. Há que se conhecer aquele universo, quais são os personagens com quem se está conversando, ter noção do que essas pessoas fizeram, etc. Além de tudo, é proibido ser ingênuo dentro de uma prisão. De modo geral, essa presença religiosa é muito apreciada pelos detentos. É um conforto, um bálsamo, em um ambiente de desespero. Tratar o prisioneiro como ser humano exige muito esforço por parte de quem se propõe a fazer esse tipo de trabalho – mas é possível colher resultados surpreendentes. Eu entendo que hoje precisamos dessa consciência acerca da realidade prisional, e a partir disso, definir uma fórmula eficiente de trabalho.

As igrejas têm atuado no combate à violência?
Acho essa atuação incipiente, porque isso exige, além de um conhecimento especializado, uma fé que se apresente de maneira muito sólida, muito convincente. Mas quando a Igreja consegue ter consciência dos seus limites e se aproxima de entidades e instituições que atuam bem, os resultados são ótimos. A Igreja de Cristo tem um papel que é exclusivamente dela.

Reportagens investigativas costumam colocar o profissional em situações de risco. Você não teme pela sua vida quando se envolve em reportagens arriscadas?
Acho que Deus determinou um ofício, uma atividade para cada um de nós. Ele nos dá os dons e os talentos para serem cultivados e aprimorados. Algumas vezes, o trabalho exige sacrifícios. No caso do Tim Lopes, por exemplo [N.da Redação: Tim Lopes era jornalista da Rede Globo e foi assassinado por traficantes de uma favela no Rio de Janeiro em 2002, quando fazia uma reportagem sobre venda de tóxicos e prostituição infanto-juvenil. Ele foi torturado e teve o corpo queimado. Percival subiu o morro escondido na mala de um carro para apurar o crime, e parte dessa história é contada em seu livro Narcoditadura]. Confesso que fiz aquela apuração com muita raiva. Não sei se era a ira santa de que falam nas Escrituras. Eu tinha um relacionamento de amizade com o Tim e o que houve com ele foi muito brutal. Ele foi torturado, esquartejado, incinerado. Morreu devagar, e sofreu muito antes de morrer. Eu senti a necessidade de contar essa história e o faria de novo, se fosse necessário. Quando eu subi o morro, sinceramente falando, eu me senti protegido. Era como se Deus me falasse de uma maneira não convencional: “Vai que eu seguro”. Posso lhe garantir que eu senti isso.

Então, a profissão é um ministério para você?
Não sei se posso dizer que é um ministério. Mas, de alguma maneira, é como amar o próximo como a si mesmo. É mais cômodo ficar em casa, fingindo que coisas assim não existem. Mas temos a nossa consciência, que eu defino como um lampejo divino. Também penso muito nas palavras de Lutero: “Não é bom para o cristão viver contra a sua consciência”. Então, acredito que esse trabalho possa ser uma forma de atividade ministerial, cumprindo tarefas que ajudem a salgar essa terra. Para mim, os indicativos bíblicos são claros. Por exemplo – o primeiro milagre de Eliseu, relatado nas Escrituras, foi salgar as águas do manancial que abastecia Jericó. Isso é muito forte, muito significativo, alentador e inspirador.

Você joga sal nas águas?
Procuro fazer isso. E haja sal!

Qual é o seu envolvimento com a Igreja?
Durante toda minha vida, eu tive um vínculo muito estreito com a Igreja Metodista. Ali, exerci todas as atividades que um leigo pode desempenhar numa igreja local, inclusive a superintendência da Escola Dominical e a direção da Faculdade de Teologia. Mas, por razões bem pessoais, eu resolvi fazer como Cristo fez – retirei-me um pouco para meditar, principalmente em torno de alguns fatos que aconteceram e que me aborreceram profundamente.

Pode dar um exemplo?
Por exemplo: o órgão máximo decisório da Igreja Metodista decidiu estabelecer restrições ao relacionamento com os católicos. Não tenho dúvida nenhuma de que isso é absolutamente medieval. Certa vez, superintendendo a Escola Dominical, promovi uma aula magna tendo como convidado o Mário Sérgio Cortela, diretor do Departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Segundo o Concílio Geral, não posso mais levar alguém como ele à minha igreja local. Isso é um absurdo, é inimaginável e inaceitável. Não é bíblico, pois a oração de Jesus foi para que todos sejamos um. Então eu pensei profundamente sobre esses fatos e achei que, pelo menos, aquele não era mais o meu lugar. Deus não tem endereço fixo, nem fica confinado num determinado local. Como não tenho absolutamente nada em termos de restrições aos católicos, me agrada também, de vez em quando, assistir à missa lá no Mosteiro de São Bento e ouvir seu canto gregoriano. Esse período de meditação talvez até fosse necessário, porque eu passei a maior pare da minha vida em atividades docentes na minha igreja. Acho que chegou o momento de me dedicar a pensar, refletir, observar, ouvir. E tenho ouvido coisas muito interessantes.

Fale sobre sua formação religiosa.
Eu nasci em berço evangélico, num domingo, por volta das 20h. Portanto, minha mãe faltou a um culto para que eu nascesse [risos]. Tive formação religiosa dentro da igreja. Fui aluno de todas as classes de Escola Dominical. Então eu segui toda essa trajetória, exerci várias atividades, tive várias experiências, fiz muita coisa na igreja, pela igreja ou representando a igreja.

E sua carreira?
Meu primeiro trabalho na área foi como repórter num jornal especializado em boxe, chamado Ringue, já extinto. Depois, fui para o jornal O Esporte que, como o nome diz, fazia cobertura esportiva. Mais tarde, atuei no jornal A Gazeta e dali, fui para a revista Quatro Rodas, cujo diretor era o jornalista Mino Carta. De lá passei para o Notícias Populares fazendo geral. Fiquei também um ano na revista Auto Esporte numa vaga aberta pela saída do Clóvis Rossi, que tinha ido para o Estadão. Por último, veio o trabalho no Jornal da Tarde. Além disso, fiz várias coisas em rádio, principalmente Eldorado, Gazeta e Capital. Em televisão, atuei na TV Cultura, na Globo – onde fiquei nove anos como comentarista – e, por último, na TV Record, onde estou há quase seis anos.

Por que você decidiu fazer cobertura policial?
Isso, na verdade, não foi uma coisa planejada por mim. Minha carreira está umbilicalmente ligada à história do Jornal da Tarde, de São Paulo. Eu sou da equipe que fundou o jornal, cujo diretor de redação era o Mino Carta. O grande Mino Carta! O Jornal da Tarde seria logo uma revolução na imprensa brasileira, assim como as revistas O Cruzeiro e Realidade, além do Jornal do Brasil. Resolvemos que todas as áreas iam ser cobertas de maneira diferente, inclusive a policial. E eu, que nunca tinha entrado numa delegacia, de repente recebo a missão do Mino de criar uma concepção, algo novo para essa editoria do jornal. Comecei muito timidamente, conhecendo aos poucos a organização policial. Devagar, fui desenvolvendo meu trabalho e buscando o aperfeiçoamento. Acabei me especializando em noticiário policial e – por que não dizer? – gostando disso.

Como é que você analisa o jornalismo evangélico que existe hoje no Brasil?
Eu acho que, com as exceções que toda regra tem, esse jornalismo criou uma ficção: a aversão, em geral, aos meios de comunicação, pela religiosidade de alguns grupos – particularmente os evangélicos. A nossa tendência, de alguma maneira, é acobertar certas práticas. Nesse sentido, a ECLÉSIA é uma revista que, sem ser essa sua intenção, transformou-se numa espécie de oásis desse cenário, porque seu critério para a publicação de alguma matéria é jornalístico. Nós, jornalistas, temos o critério essencial de relatar fatos, de maneira que não haja dúvida nenhuma de que são fatos autênticos, de que o que relatamos não são peças de ficção – mesmo que esse fatos incomodem ou desagradem. Aliás, a imprensa não cria ou produz fatos; ela noticia os fatos.

O que leva as igrejas e suas lideranças a essa aversão pela imprensa?
O fato de eu denunciar algo abominável envolvendo determinada pessoa ou determinado grupo não significa um ataque àquela pessoa, ou àquela organização religiosa. Estamos falando de fatos específicos. Muitas pessoas têm dificuldades em entender isso. Ora, se fulano de tal desviou dinheiro, se corrompeu, isso é um fato – claro, é preciso que haja a acusação, o processo criminal e, se for o caso, a prisão. E a imprensa precisa divulgar isso. Mas o corporativismo diz: “Ah, mas é fulano! É fulana! Onde já se viu falar isso? Não pode mexer com essa pessoa, ela é intocável”. Isso, para mim, é inaceitável. Nosso trabalho é secular, quanto mais numa atividade que mostra o desempenho de organismo religioso. Seria absolutamente inaceitável. Você não pode ter uma imprensa, inclusive religiosa, que seja omissa e covarde. Na maioria absoluta dos casos, quando se critica os meios de comunicação, eles estão corretos. O fato de você gostar ou não gostar do que aconteceu é uma outra coisa. Mas, se aconteceu, o que nós, jornalistas, vamos fazer? Brigar com os fatos? Brigar com a notícia? Por que sonegar isso? Pelo contrário. Eu acho que o pregador, o membro de ministério de igreja – o líder cristão, enfim –, deve ser muito consciente da responsabilidade e do compromisso que tem. Queira ou não, ele é vitrine. E essa vitrine não deve ser estilhaçada. Quando algo ruim acontece, é muito importante que o povo de Deus saiba disso.

Fonte: Revista Eclésia edição 124

Líderes religiosos rezam com Evo Morales pela paz na Bolívia

Líderes religiosos de diferentes confissõres rezaram junto ao presidente Evo Morales pela paz na Bolívia, país mergulhado numa grande crise política, informou neste sábado a imprensa local.

Morales, que enfrenta as autoridades e dirigentes civis de cinco dos nove departamentos do país, se reuniu na sede presidencial com líderes católicos, evangélicos, protestantes, islâmicos e judeus, que também rezaram por um diálogo político para contornar as divergências.

A preocupação dos líderes religiosos acontece em meio à forte oposição nas regiões de Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija e Chuquisaca, que exigem que Morales devolva às nove regiões cerca de 166 milhões de dólares que o governo usa para pagar um abono de assistência aos bolivianos idosos.

Além disso, as zonas do Chaco boliviano anunciaram a partir de segunda-feira um corte das estradas para defender suas demandas, como a recusa ã nova Constituição e a exigência de subir o preço do gás exportado para a Argentina e o Brasil.

Fonte: Folha Online

Padre que condenou o biquíni é criticado

Ao recomendar que as mulheres não usem biquínis ou minissaias para não provocarem o assédio sexual dos homens, o padre Sergio Román del Real fez ontem, um protesto em frente à Catedral da Cidade do México.

A advertência foi feita por ele em um artigo publicado no jornal oficial da Arquidiocese do México, que disse, ainda, que as mulheres não devem iniciar “conversas ou gracejos picantes”.

“É lamentável a postura da Igreja Católica, pois segue incentivando na cultura mexicana a misoginia. Com essas declarações, seguem responsabilizando as próprias mulheres pelos abusos que sofremos”, disse a porta-voz da organização Católicas pelo Direito de Decidir, Aidé García, acrescentando que essas recomendações são produto de uma cultura machista, que não reconhece que as mulheres têm autoridade moral para decidir como devem se vestir.

Fonte: ComuniWeb

Religiosos aderem à campanha contra o cerol

A mobilização contra o uso do cerol – mistura de cola e vidro triturado- está angariando cada vez mais adeptos. Além de educadores e políticos, religiosos também aderiram à campanha para banir o uso de cortantes nas brincadeiras de criança.

A Igreja do Nazareno usou o tema durante a sua tradicional Festa da Colheita. ‘Resolvemos dar um caráter educativo para a festa’ , conta o pastor Geovane Queiroz.

O evento contou com uma palestra sobre os riscos do cerol e contou também com um Campeonato de Pipa.
O objetivo do encontro foi conscientizar as crianças e adolescentes sobre os riscos do uso do cerol. Para isso, a Igreja do Nazareno lançou mão de um verdadeiro tratamento de choque. Fotografias de pessoas mortas, degoladas pela linha cortante, foram afixadas em cartazes aos olhos de todos. ‘Nós falamos sobre o cerol, mas quando você vê o mal é diferente’ , argumenta a educadora Cristina Rodrigues da Silva.

Pais que levaram os filhos para soltar pipa na Praça Bicicross, que fica na rua Durval Pattaro, também aprovaram o método. ‘É legal para ele (o filho Leandro) ver o que acontece’ , opina o repositor Reginaldo Leandro Perin. Seu filho Leandro Perin, de 9 anos, conta que nunca soltou pipa com cerol e diz que depois de ver as imagens chocantes não pretende usar.

Fonte: Cosmo Online

Grave acidente com moto mata pastor de igreja evangélica em Cuiabá

Um violento acidente de trânsito matou tragicamente o passageiro de uma motocicleta na tarde de hoje na Avenida Fernando Correa da Costa, região do Coxipó, em Cuiabá.

O corpo do homem ainda não identificado, estava na garupa de uma moto pilotada por Sandro de Moraes. Ele contou que foi fechado pelo motorista de um caminhão, derrapou e foi ao chão.

O passageiro que seria um pastor de uma igreja evangélica no bairro Pedra 90, caiu e ainda foi atingido por outro veículo, morrendo na hora

Fonte: 24 Horas News

Conselho Mundial das Igreja completa 60 anos

Sessanta anos atrás, nascia o Conselho Mundial das Igrejas. No dia 23 de agosto de 1948, na igreja de Nieuwe Kerk em Amsterdã, na Holanda, foi oficialmente fundado o Conselho Mundial das Igrejas.

Como destaca o L’Osservatore Romano, já em 1910, por ocasião da Conferência missionária de Edimburgo, diversas Igrejas, sobretudo protestantes, ressaltaram a necessidade de empreender um caminho comum para a unidade, a fim de eliminar – se disse então – “o escândalo das divisões” dos cristãos.

Dois movimentos ecumênicos: “Vida e ação” e “Fé e constituição”, nascidos ambos na década de 20, formaram um único organismo e depois, em 1938 em Utrecht uma comissão provisória colocou os fundamentos do futuro Conselho Mundial das Igrejas, cuja fundação sofreu atraso de 10 anos pela explosão da Guerra Mundial.

Hoje o CMI compreende, além de uma representação católica, as Igrejas protestantes histórias, anglicanas, batistas, luteranas, metodistas, reformadas, a maioria das Igrejas ortodoxas e diversas Igrejas independentes. Por estatuto, a finalidade primária do organismo é “chamar uns aos outros, à unidade visível, numa única fé e numa única comunhão eucarística”.

A história do organismo ecumênico é marcada também, pela visita à sua sede de Genebra de dois papas: Paulo VI, em 10 de junho de 1969, e João Paulo II, em 12 de junho de 1984.

Fonte: Rádio Vaticano

Católicos não perdoam união ‘apressada’ de Sarkozy

Os católicos praticantes não perdoaram a rápida ligação de Nicolas Sarkozy a Carla Bruni, oficializada apenas quatro meses após o fim do casamento do presidente francês com Cecília Albéniz, com que fora casado por 11 anos.

Um pesquisa mostra que o índice de confiança dos católicos no presidente francês caiu de 83%, no início do seu governo, a 57%, em julho passado – o que representa uma queda de 68% no número de pessoas que apostam no sucesso no chefe de Estado.

Além da separação e do novo casamento, o estudo aponta que fatos isolados como o presidente ter verificado sua caixa postal do celular em pleno encontro com o papa Bento XVI também contribuíram para a queda brusca de popularidade entre os seguidores da religião, a mais popular na França.

Nos últimos seis meses, o índice de confiança dos católicos no presidente se manteve em média de 56%. Foi precisamente as sondagens realizadas entre dezembro de 2007 e fevereiro deste ano que puxaram o resultado em definitivo para baixo, aponta o retrospecto das pesquisas, que de maio – posse de Sarkozy na presidência – a novembro apontavam valores em torno dos 80%.

“A despencada correspondente ao anúncio da relação dele com Carla Bruni e à divulgação das fotos do casal na Disneylândia de Paris, em dezembro”, explica Jérôme Fourquet, diretor-adjunto do Departamento de Opinião do Ifop, o instituto responsável pela pesquisa. Fourquet ressalta que a imagem do presidente consultando as mensagens de texto no celular durante um encontro com o pontífice, ocorrido no mesmo mês, desencadeou de vez a desconfiança dos católicos face a Sarkozy, embora 84% digam ter aprovado o divórcio do casal presidencial.

No entanto, quando o conservador decide oficializar sua relação com a nova namorada, mais uma vez os católicos ficam com os pés atrás: enquanto 5% dos franceses em geral rejeitaram a nova união, entre os católicos esse índice foi de 15%.

Desde então, o presidente tenta reverter sua imagem frente a este eleitorado, que responde por estimados 53% da população – os índices relativos à quantidade de fiéis de cada religião na França não são exatos porque, devido à laicidade (separação completa entre Estado e Igreja), este tipo de pesquisa é proibido no país.

Contudo, mais uma vez, Sarkozy erra na estratégia ao colocar em questão a laicidade e fazer discursos pró-católicos. Como a laicidade é um dos valores fundamentais da República francesa, à qual a população é estritamente ligada, o grau de confiança no presidente voltou a cair ainda mais, chegando a 42% em março. “Os franceses, inclusive os católicos, reprovaram ardentemente a evocação, feita pelo presidente, das ‘raízes cristãs da França’. Podemos concluir que os franceses são mais apegados aos valores da República, neste caso, a laicidade, do que às suas opções religiosas particulares”, afirma Fourquet.

No que diz respeito às outras religiões, a pesquisa apontou que, nos últimos seis meses, em média 46% dos protestantes depositam confiança no presidente (contra 38% dos franceses em geral), e que a religião que menos deposita confiança no chefe de Estado é a muçulmana, na qual a taxa é de apenas 21% entre os praticantes.

Fonte: Terra

Indígenas acusam família de bruxaria e matam 3 no México

Indígenas mexicanos da região de Chiapas, ao sul do país, mataram três pessoas de uma mesma família e feriram outras seis, após acusá-las de praticar bruxaria, informaram neste sábado (23) fontes oficiais.

Segundo o promotor de Justiça indígena Mariano López Pérez, o massacre aconteceu na comunidade Jolitontic, no município indígena de Chalchihuitán, na madrugada deste sábado.

López Pérez informou que vizinhos das vítimas detiveram os oito agressores, que confessaram o ataque.

Segundo os criminosos, a família foi atacada porque “praticava uma bruxaria” que supostamente prejudicava uma criança de 11 anos, filha de um dos agressores.

De acordo com as primeiras investigações, o agressor Antonio Gómez estava convencido de que a doença de estômago de sua filha era causada por bruxaria, e por isso reuniu outras sete pessoas para matar a família que seria a culpada.

Os seis feridos foram transferidos ao hospital local, e uma das vítimas, uma adolescente de 16 anos, corre risco de morte.

Fonte: Folha Online

Papa manifesta “muita preocupação” com as tensões no cenário internacional

O Papa Bento XVI se declarou neste domingo “muito preocupado com o aumento das tensões no cenário internacional” e a “volta dos nacionalismos”, após sua tradicional oração do Angelus em Castel Gandolfo, sua residência de verão perto de Roma.

“A situação internacional registrou nas últimas semanas uma escalada de tensões que me preocupa muito. Constatamos com amargura o risco de uma deterioração progressiva da confiança e a colaboração entre as nações”, declarou o Papa.

Bento XVI lamentou “o retorno dos nacionalismos que tiveram conseqüências trágicas no passado”.

Ele não fez referência a nenhuma região do mundo em concreto, apesar do conflito russo-georgiano pela região separatista pró-russa da Ossétia do Sul, ao norte da Geórgia.

“Não podemos ser pessimistas! Mas é necessário se comprometer ativamente para resistirmos à tentação de enfrentar situações novas com sistemas antigos. A violência deve ser rechaçada”, insistiu o Pontífice.

“A força moral do direito, das negociações justas e transparentes para pôr fim às controvérsias sobre integridade territorial e autodeterminação dos povos (…): estes são os caminhos para sobreviver, construir relações sinceras e fecundas e assegurar a paz para as gerações futuras”, acrescentou.

Fonte: AFP

Ads
- Publicidade -
-Publicidade-