Com a fuga de milhões de cristãos do Oriente Médio, o cenário do cristianismo tem sofrido uma intensa mudança na região.

Exemplo dessa alteração acontece em países como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. De acordo com um relatório da organização Portas Abertas, o cristianismo era praticamente inexistente neles há cem anos — haviam apenas 80 cristãos nos Emirados Árabes em 1910 (0,1% da população) e 50 na Arábia Saudita.

[img align=left width=300]https://thumbor.guiame.com.br/unsafe/840×500/top/smart/media.guiame.com.br/archives/2016/01/11/3001986718-crista-orando-numa-igreja-em-dubai.jpg[/img]Cem anos mais tarde, em 2010, o cristianismo explodiu para 12,6% da população dos Emirados Árabes e 4,4% da Arábia Saudita. Apesar de não ser uma maioria, os dados representam o crescimento significativo em uma região islâmica conservadora.

Este aumento não se limita a estes dois países. Ao longo do Golfo, nações como Bahrein, Kuwait, Omã e Qatar presenciam um intenso aumento de suas populações cristãs. Este crescimento é ainda mais extraordinário quando comparado com o êxodo em massa dos cristãos de países vizinhos.

O Líbano, por exemplo, costumava ser um país de maioria cristã, representada por 77,5% da população em 1910. Agora esse número é de 30,4%. No entanto, o número ainda é saudável em comparação com a Turquia e a Síria, onde o cristianismo despencou de 21,7% e 15,6%, respectivamente, para apenas 0,2% e 2,7%.

Ainda assim, o crescimento do cristianismo no Golfo traz consigo os traços da perseguição religiosa. Os ex-muçulmanos convertidos são punidos com a morte em ambos os países, onde o evangelismo é proibido. Na Arábia Saudita, qualquer manifestação pública de outras religiões são ilegais, e cristãos são forçados a participar de rezas islâmicas.

Ainda que muitos muçulmanos tenham se convertido, a grande maioria dos novos cristãos do Golfo são imigrantes. Desde 1910, a região se tornou extraordinariamente rica, atraindo muitos estrangeiros. Hoje, nos Emirados Árabes Unidos, os cristãos já são pouco mais de 10% da população.

Grande parte destes imigrantes vêm de países fortemente cristãos, como as Filipinas. A maioria deles são católicos romanos, substituindo a população cristã original, que era, em grande parte, ortodoxa.

Apesar do dramático aumento, é provável que haja pouca mudança para a tolerância religiosa na região. Poucos imigrantes cristãos possuem cidadania, e muitos são trabalhadores pouco qualificados — o que significa que a sua estadia no país seja temporária.

[b]Fonte: Guia-me[/b]

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