Vito Miracapillo foi banido pelos militares por se negar a rezar missa. Pároco deve visitar Palmares, Zona da Mata do Estado, em janeiro.

O padre italiano Vito Miracapillo, que ganhou o visto de permanência definitiva do governo brasileiro, deve voltar à Pastoral da Igreja Católica de Ribeirão, na Mata Sul de Pernambuco, onde era pároco quando foi expulso por militares em 1980. A informação é de Dom Genival Saraiva, presidente da Conferência Nacional de Bispos (CNBB) Regional Nordeste 2.

O visto da permanência no Brasil, concedido pelo Departamento de Estrangeiros, ligado à Secretaria Nacional de Justiça, foi publicado no Diário Oficial esse mês. O padre de 64 anos foi expulso do país na época da ditadura por ter se negado a celebrar uma missa em homenagem ao Sete de Setembro, no interior de Pernambuco.

“Desde que ele foi expulso, a gente mantinha contato com ele no plano pessoal e ele mostrava vontade de volta ao país. Sempre que podia, ele vinha ao Brasil nos visistar. Agora, com a divulgação da nota, começamos a discutir a possibilidade dele retornar a Ribeirão, que faz parte da Diocese de Palmares. A situação deve ficar resolvida até janeiro do ano que vem, quando ele virá aqui”, disse Dom Genival.

O religioso já havia feito algumas tentativas para voltar ao Brasil durante os oito anos do governo Lula. Hoje, o padre mora na Itália, na região da Puglia, onde é ligado canonicamente. Por incardinação, ele prestrava serviços de evangelização no município de Ribeirão. “Quando avisamos aos fiéis que Vito poderia voltar, a alegria foi grande, pois ele era muito querido aqui. Além do que, ficamos felizes porque a justiça foi feita”, falou Dom Genival.

[b]Fonte: G1[/b]

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