O papa Bento XVI encerrou um sínodo neste domingo anunciando sua primeira viagem à África como pontífice e pedindo aos bispos chineses, impedidos de comparecer pelo governo comunista, para que perseverem em meio às dificuldades.

Bento falou na missa de encerramento do encontro de três semanas que viajará em março para Camarões com o objetivo de apresentar o documento sobre o próximo sínodo do Vaticano, que ocorrerá no ano que vem, na África. Ele irá também para Angola, para comemorar os 500 anos de evangelização do país.

Será a décima-primeira viagem de Bento XVI para fora da Itália desde que ele foi escolhido papa em 2005. Seu antecessor, João Paulo II, viajou muitas vezes pela África em seu pontificado de mais de 26 anos.

Na homilia feita durante a missa na Basílica de São Pedro, celebrada com mais de 300 cardeais, bispos e padres, Bento também mandou uma “mensagem especial” para os bispos chineses, que foram impedidos pelo governo da China de irem ao sínodo.

“Eu gostaria de falar em nome deles e agradecer a Deus por seu amor por Cristo, sua comunhão com a Igreja universal e sua fé no sucessor do apóstolo Pedro”, disse.

Pequim proíbe que os católicos reconheçam a autoridade do Papa e os força a fazer parte de uma igreja católica ligada ao Estado para poder professar publicamente sua fé. Os católicos chineses, que representam entre 8 e 12 milhões de pessoas, estão divididos entre a igreja estatal e uma versão “clandestina”, leal ao Papa.

“Eles estão presentes em nossas preces. Vamos pedir (a Deus) que lhes dêem a alegria apostólica, a força e o zelo para guiar, com sabedoria e visão acurada, a comunidade católica que amamos de forma tão querida.”

Os bispos de Macau e Hong Kong, regiões com autonomia em relação a Pequim, compareceram ao sínodo, que discutiu o papel das Escrituras no mundo moderno.

Mas a ausência dos bispos da China continental foi surpreendente, porque havia sinais de melhora nas relações entre Pequim e o Vaticano.

Um bispo de Hong Kong representou o Papa na abertura dos Jogos Olímpicos, em agosto, e em maio a orquestra nacional da China tocou para ele em um concerto sem precedentes no Vaticano.

Bento colocou as relações com a China como uma meta principal de seu pontificado, e espera que os laços diplomáticos sejam restaurados.

A China afirmou que, antes de reatar os laços quebrados dois anos após a revolução comunista de 1949, o Vaticano precisa cortar relações com Taiwan, que Pequim considera como uma província renegada.

Fonte: Reuters

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