Nos próximos dias, a nunciatura apostólica (espécie de embaixada do Vaticano) vai confirmar e divulgar a programação oficial do papa no Brasil. O roteiro deve incluir encontro a portas fechadas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto) em São Paulo, passeios de papamóvel e muito repouso no Mosteiro de São Bento.

“O paulistano terá de se acostumar com um papa de 80 anos”, diz d. Manuel Barrado Carral, administrador apostólico da Arquidiocese de São Paulo. “Em 1980, recebemos João Paulo II, com 60 anos e atlético.”

O planejamento da Arquidiocese de São Paulo para a vinda do papa começou há dois meses. No total, são oito comissões. Entre elas, a responsável pela liturgia, coordenada por d. Joaquim Justino Carreira, bispo-auxiliar da região de Santana, e a de finanças e infra-estrutura, do padre José Rodolpho Perazzolo, procurador da Cúria Metropolitana.

A chegada de Bento XVI está marcada para o dia 9 de maio, à tarde, na Base Aérea de São Paulo, em Cumbica. Lá, o papa deverá ser recebido pelo presidente Lula, pelo governador José Serra, pelo prefeito Gilberto Kassab e por representantes da Igreja.

De Cumbica, Bento XVI vai de helicóptero para o Campo de Marte, na zona norte da capital, onde haverá uma cerimônia rápida e simbólica para receber a chave da cidade. Segue para o Mosteiro de São Bento, no centro, onde passará boa parte do tempo na cidade.

No Mosteiro, conforme adiantou o Estado em 13 de janeiro, o papa terá um quarto privativo com 38 metros quadrados, incluindo três ambientes interligados: banheiro, dormitório e um escritório particular com acesso à internet. Com ele ficarão os 12 principais assessores da comitiva papal – a Arquidiocese de São Paulo está negociando a estada dos outros integrantes do grupo (de 30 a 35 pessoas) com o Novotel, na região central. Em frente ao quarto, o papa terá mais uma sala à disposição, com sacada para o Largo São Bento, de onde ele poderá aparecer ao público.

No dia 10, Bento XVI deverá ter uma reunião com o presidente Lula. O local ainda não foi definido, mas a maior chance é que ocorra no Palácio dos Bandeirantes. Ele volta para o mosteiro, de onde só sairá – de papamóvel – por volta das 18 horas, para o Estádio do Pacaembu, para comandar um encontro com a juventude católica – quem estiver na Praça Charles Miller poderá acompanhar a cerimônia por telões.

Depois de cerca de duas horas no Pacaembu, o papa volta ao mosteiro. No dia 11, às 9h30, Bento XVI chega ao Campo de Marte para celebrar a primeira missa aberta ao público no Brasil. A expectativa é que 1 milhão de pessoas compareçam e que a cerimônia dure cerca de duas horas.

Ele volta ao mosteiro e o último compromisso em São Paulo é um encontro à tarde na Catedral da Sé, com o episcopado brasileiro, formado por cerca de 400 bispos.

Em Aparecida, o papa vai ficar hospedado no seminário da cidade. No dia 12, ele visita a Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá, que cuida de dependentes químicos. A segunda missa para o público deverá ocorrer no dia 13, de manhã, ao lado da Basílica. À tarde, ele abre o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) e volta para a Itália no mesmo dia.

Fonte: Estadão

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