Cientistas que estão engajados na pesquisa das células-tronco usando embriões humanos deveriam ser sujeitos à excomunhão da Igreja Católica Romana, de acordo com um oficial sênior do Vaticano.

O cardeal Alfonso Lopez Trujillo, que chefia o grupo que propõe uma política para igreja relacionada com a família, afirmou em uma entrevista com o semanário católico Famiglia Cristiana, publicado na quinta-feira, que a pesquisadores de células-tronco deveriam ser punidos do mesmo modo que as mulheres que realizam abortos e médicos que os executam.

“Destruir um embrião é o equivalente ao aborto,” afirmou o cardeal. “A excomunhão é válida para mulheres, médicos e pesquisadores que destroem embriões.”

Não estava claro se o papa apoiava a posição do cardeal, e o Vaticano não retornou as ligações do The New York Times para se pronunciar a respeito. Mas tais observações duras proferidas por um cardeal poderoso apenas uma semana antes de uma reunião convocada pela igreja para discutir o assunto poderia prenunciar uma obstinação da política do Vaticano acerca do assunto, segundo especialistas.

No sábado, Trujillo abre o quinto Encontro Mundial das Famílias em Valência, na Espanha, e o papa Bento XVI estará presente em 9 de julho, o último dia. Como chefe do Pontifício Conselho para a Família, estará nas mãos de Trujillo propor novas políticas para a igreja, apesar de a adoção de qualquer medida poder exigir um processo demasiado longo e complicado.

A igreja há muito se opôs contra a pesquisa das células-tronco embrionárias, e tem feito campanhas contra procedimentos médicos ou técnicas de pesquisa que danificam ou prejudicam embriões ou fetos humanos.

Porém a ameaça da excomunhão individual – a punição mais séria da igreja católica – foi previamente dirigida a mulheres e médicos que participaram de abortos. A posição de Trujillo ampliar o uso dessa sanção a pesquisadores biomédicos que utilizam embriões em seus estudos.

Fonte: Último Segundo

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