Uma mostra da influência da fatia ultraconservadora está nos compromissos que ela levou os pré-candidatos republicanos a assinar.

Dos 7 presentes na Cúpula dos Eleitores pelos Valores Morais, 5 firmaram a promessa escrita de proibir o aborto e suspender o financiamento federal a organizações de planejamento familiar. E todos defendem a plataforma.

A oposição ao casamento gay foi chancelada por quatro candidatos e defendida por seis (para o libertário Ron Paul, impedir homossexuais de se casar é interferir demais na vida do cidadão).

Questões morais e comportamentais já foram tema eleitoral importante nos EUA. Após prevalecerem nos anos 80, quando a direita cristã viu em Ronald Reagan seu salvador, elas voltaram à carga em 2004 e 2008, com plebiscitos estaduais sobre os temas ajudando a mobilizar o eleitor.

Mas o poder de pressão do grupo ainda surpreende, sobretudo por ser esta uma eleição onde a economia é virtualmente tema único na agenda do eleitor.

E sua influência não se restringe a aborto e casamento, mas avança para educação, controle de armas, imigração e, mais lateralmente, intersecção Estado/religião.

Enquanto o Pew Research Center registra que quase 1 em cada 4 pessoas acha o Partido Republicano “muito conservador”, média acima da de 2010, 4 em cada 10 republicanos afirma que sua legenda ainda está à esquerda de sua linha política. Ou seja, há espaço para uma guinada maior. E dinheiro para tanto.

O Family Research Council, que organizou a conferência, é o quinto doador republicano entre as organizações de cunho ideológico, segundo o Center for Responsive Politics, que rastreia a verba. Os quatro primeiros tratam-se de impostos e redução do governo.

Diz ter reunido em três dias 3.000 pagantes. Já os 53 exibidores, que vão de grupos pelo controle da mídia liberal a universidades religiosas, desembolsaram de US$ 1.000 a US$ 5.000 pelo espaço.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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