O cantor britânico Elton John (foto) afirma, em entrevista publicada neste domingo, que as religiões deveriam ser proibidas por sua falta de compaixão e seu ódio em relação aos homossexuais. Elton John é “gay” assumido.

A estrela britânica foi entrevistada para uma edição especial “gay” do Music Monthly Magazine da revista The Observer, onde falou sobre vários assuntos, desde sua condição de ícone da música, até a postura do premier Tony Blair sobre a guerra no Iraque.

“Acho que as religiões sempre tentaram atrair o ódio para os homossexuais. Do meu ponto de vista, proibiria completamente as religiões”, declarou, de acordo com a revista.

No momento em que a religião é alvo de forte debate na Grã-Bretanha, centrado no direito de usar o véu muçulmano ou outros símbolos, Elton John reclamou da falta de liderança demonstrada, segundo ele, pelos líderes religiosos.

“As religiões organizadas não parecem funcionar (…). O mundo está à beira da Terceira Guerra Mundial, e onde estão os líderes de cada religião?”, questionou.

“Por que não convocam um conclave? Por que não se reúnem? Eu já disse isso depois (dos ataques) do 11 de Setembro (de 2001), e as pessoas pensaram que eu estava louco. Em lugar de mais violência, por que não há uma reunião de líderes religiosos?”, insistiu.

“É como o movimento pacifista dos anos 60. Os músicos se comunicavam com as pessoas, saindo e fazendo shows pela paz, mas já não fazemos mais isso”, acrescentou.

“Se John Lennon estivesse vivo, estaria liderando (esse movimento) com vontade”, comentou.

O cantor Elton John se queixou do fato de que muita gente protesta na Internet, em vez de tomar as ruas, destacando a eficácia das manifestações de fevereiro de 2003 contra a invasão do Iraque, que mobilizaram milhões de pessoas no mundo todo.

Sobre sua homossexualidade, o cantor, de 59 anos, que se casou no civil em dezembro passado com seu companheiro há tempos, o diretor de cinema canadense David Furnish, disse estar contente de ser considerado a “cara aceitável da homossexualidade”.

Também insistiu que continuará sua luta pelos direitos dos “gays” e apoiando causas sobre a Aids. “Não posso cruzar os braços. Além disso, não é minha natureza. Antes de tudo, tenho quase 60 anos. Não posso cruzar meus braços e ignorar (o problema), de modo que não farei isso”.

Fonte: AFP

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