Começou ontem (29), em Porto Alegre, o Seminário Nacional Violência: uma epidemia silenciosa. Promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, o evento objetiva discutir formas de diminuir a violência no país, que consome cerca de R$ 2 bilhões em recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o presidente do Conass e também secretario de Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, a violência a primeira da preocupação da sociedade brasileira, embora seja a terceira causa de morte no país.

“O problema da violência é que ela não começa num acidente ou num homicidio, começa bem antes. Acredito que a rede de saúde pública pode ajudar a diminuir a violência, fazendo um mapeamento, por intermédio dos atendimentos, dos locais onde são registrados os maiores índices de crimes contra a vida”, afirmou Terra.

O seminário é fruto de cinco etapas regionais na quais foram selecionadas 118 experiências intra e intersetoriais de serviços públicos estaduais e municipais que buscam enfrentar o problema não só no atendimento às vitimas, mas também nas ações de prevenção da violência e promoção da saúde.

Em 2004, a violência custou ao país cerca de R$ 1 bilhão para o SUS, segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). Hoje, calcula Terra, o custo da violência para os cofres públicos na área da saúde chegaria a R$ 2 bilhões.

De acordo com dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), referentes a 2006, o índice de violência chegou a 47.477 óbitos por homicidio, 34.954 mortes no trânsito e 8.344 suicídios.

“Cerca de 92 mil pessoas morrem por ano no Brasil vitimas de violência, não é um numero tão grande quanto os 280 mil que morrem do coração e dos 145 mil que morrem de câncer, mas é um número significativo que poderia ser evitado”, destacou Terra.

Ele completou que é necessário uma articulação entre diversas áreas, como saúde, educação, desenvolvimento social, lazer e esporte, para tentar diminuir a violência no país. “A saúde pode liderar esse processo, porque é a única que tem uma rede que chega nas casas por meio das equipes de saúde da família”, comentou o secretário.

Fonte: Agência Brasil

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