A próxima reunião no Vaticano será sobre o Dossiê China e segundo afirmações do cardeal Joseph Zen Ze-Kiun ao jornal South China Morning Post, o encontro será presidido pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano.

O boato que circulou em Hong-Kong foi confirmado no Vaticano mas a divulgação da notícia (que deveria permanecer secreta) irritou a cúpula da Santa Sé por se tratar de um tema delicado. O objetivo é resolver a situação depois da enésima consagração de bispos da Associação Patriótica que se realizou sem o consentimento do Papa.

A última consagração ilegal aconteceu em 2 de dezembro e envolveu o bispo de Xuzhou, na província de Jiangsu. Então a Santa Sé deplorou o método usado e manifestou “profunda dor” pela violação, informando Pequim que não aceitaria esta situação de “conhecer os fatos depois de já realizados”.

“Defendemos a máxima discrição. Só depois da reunião teremos um quadro mais completo da situação”, limitou-se a acrescentar o cardeal Zen em um contato telefônico.

O caminho para a normalização das relações entre a China e a Santa Sé é recheado de obstáculos e ainda está em ascensão. No tapete estão problemas há muito não resolvidos, como o em Taiwan com a presença no território de uma Igreja dividida ao meio: de um lado os fiéis pertencentes a uma estrutura reconhecida pelo governo e do outro os fiéis “clandestinos”; além do problema com as nomeações dos bispos.

Desde o começo do pontificado de João Paulo II o Vaticano tenta dialogar com Pequim. Em fases alternadas, são realizados contatos não oficiais mas sem grandes resultados. Atualmente tanto Pequim como Roma estão em busca de um modo de comunicar que leve à compreensão recíproca.

“A situação da Igreja na China está no coração do Papa. Existe uma comunidade que procura viver plenamente o Evangelho e que continua a dar um grande testemunho de fé apesar das dificuldades. A beleza desta Igreja está justamente no fato de que, apesar das dificuldades, dá um grande exemplo. É por isso que o Papa sempre solicita a autorização para que esta comunidade viva plenamente a própria fé”, afirma uma fonte credenciada.

“Temos esperanças em uma nova etapa das relações com o com o governo chinês. A Santa Sé está sempre aberta ao diálogo (..) e nossa posição é clara: a Igreja não pede privilégios mas só que lhe seja concedido professar a própria fé”, acrescentou a fonte.

A situação para os católicos na China é complexa e varia de região para região. Em algumas dioceses entre a Associação Patriótica e a Igreja “clandestina” (isto é, não reconhecida pelo governo), existe um bom nível de colaboração; mas em outras dioceses os contrastes são evidentes.

Fonte: Ansa

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