Devotos são furtados durante a oração e as cerimônias. Capelas, catedrais e templos são invadidos durante a madrugada.

A violência assusta os moradores de Bauru e nem mesmo os templos religiosos estão sendo poupados. Os fiéis são furtados dentro das igrejas enquanto fazem as orações. Uma cena que para muitos representa apenas uma devota em oração, para os criminosos é a oportunidade ideal para o furto. É o que tem acontecido com frequência nas igrejas em Bauru (SP).

Já foram registrados 20 casos neste ano. Na catedral, os fiéis são furtados durante as visitas rápidas para orações ou em missas. O aposentado Sílvio de Oliveira faz questão de avisar os fiéis sobre o risco. Segundo o padre Marcos Pavan, o motivo para o alto índice de furtos dentro de igreja está do lado de fora. ” O problema nosso é principalmente com os usuários de crack que ficam na praça. Já oferecemos ajuda, mas eles não querem. O problema é que eles entram na igreja e, por mais que coloquemos alguém para cuidar, eles são muito rápidos e as pessoas acabam sendo furtadas”, afirma.

Para evitar esse tipo de crime, a comerciante Luzia Marcondes Fontanese deixa a bolsa no ombro durante a oração. Ela também vem mudando os hábitos na hora das orações. “Como está aumentando esse perigo com bolsas, eu agora estou trazendo a minha sempre junto comigo”, conta.

Deixar celular ou outros objetos fora do campo de visão é sempre uma chance para os criminosos, mas as igrejas também são invadidas durante a madrugada. Em uma delas, na Vila Santa Luzia, os criminosos levaram alimentos e um rádio portátil da cozinha. Eles arrombaram a porta de ferro, mas foram flagrados pelo vigia da rua, que chamou a polícia.

O pastor Nivaldo Cecílio Cristianini explica porque as igrejas se tornaram alvo deste tipo de ação. “Nossa igreja já foi arrombada três vezes e felizmente em nenhuma delas os assaltantes conseguiram levar bens. Eles pensam que nós temos muito dinheiro e por isso é que insistem tanto”, ressalta.

No Jardim Progresso a Capela São Francisco já foi furtada três vezes. Em uma das ações os bandidos levaram aparelhos de som. Um prejuízo de R$ 8 mil.

Na última ação, os criminosos arrombaram o vidro do salão, entraram na cozinha e levaram um liquidificador e uma cafeteira. A capela se protege como pode. Já trocou vitrôs por vidros mais grossos e instalou alarme com sensores por toda parte. Mas, pelo visto, não foi suficiente. O frei Alessandro Dias Nascimento, responsável pela Paróquia Santa Clara, formada por cinco comunidades, diz que todas já foram furtadas.

Diante da audácia dos criminosos, rezar para não ser furtado pode não resolver. Por isso, o frei Jorge Luiz Maoski já tratou de mandar o recado para os fiéis durante as missas. “É desagradável ouvir esse tipo de aviso na missa, mas peço para que não deixem suas bolsas nos bancos, mesmo vindo para a comunhão, pois em questão de segundos o crime pode acontecer”, recomenda.

[b]Fonte: G1[/b]

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