A frase é antiga: “desliga a TV e vai estudar!”. Quem não escutou o pai ou a mãe mandar pegar o caderno justo quando aquele programa preferido ia começar? Pois esses dias estão contados para a radialista e consultora em entretenimento educativo Bia Rosenberg, que defende a união do ensino com a televisão.

Responsável pela programação infantil da Cultura e à frente de programas como “Bambalalão” e “Castelo Rá-Tim-Bum”, Bia aborda o assunto no livro “A TV que seu filho vê” (Panda Books, R$ 29,90). O “guia” para pais e professores será lançado nesta terça-feira (29), às 19h30, na Saraiva MegaStore do Shopping Pátio Paulista, em São Paulo.

A idéia é usar a TV a favor da educação, aproveitando a programação educativa para estimular o aprendizado e o pensamento crítico desde cedo. “A TV faz parte do cotidiano de todas as pessoas. E as crianças devem ser ensinadas a consumir criticamente a mídia”, diz.

Segundo a autora, os brasileirinhos passam, em média, 4,5 horas diárias em frente à telinha. Isso quer dizer que incentivar a assistir determinados programas não parece ser um problema para os pais.

Mas para manter a TV sob controle, o ideal, segundo ela, é que os pequenos tenham sempre orientação de um adulto. “A TV tem um cardápio muito variado, mas as crianças não podem escolher sozinhas. Elas precisam de elementos para fazer essa escolha”.

Por isso, aconselha, o assunto não pára em casa. A escola também tem um papel importante na educação crítica dos pequenos. Para Bia, TV deveria ser inserida na grade curricular das aulas. “A escola escolhe os livros que eles devem ler. Por que não escolher também os programas e levar a discussão para a sala de aula?”, questiona.

Vilões do bem

Proibir nunca é a solução, defende Bia. Até mesmo os considerados “vilões” –noticiários, novelas adultas ou propagandas– têm seu papel na educação. “Os seres humanos sentem raiva, medo, frustração. Os pais não podem proibir o filho de assistir um filme triste, por exemplo, mas mostrar que os personagens conseguem lidar com isso. Ou então ensinar que não pode agir com raiva”.

E como escolher um bom programa para o filho ou o aluno? “Tem que ser atraente, despertar a imaginação da criança, trazer bons exemplos. O mais importante se é bom ou ruim é o uso que se faz com determinado programa”, diz.

Bia evita indicar quais são os melhores programas, atualmente, para as crianças (“cada família tem uma percepção diferente, não existe uma verdade absoluta”), mas recomenda aos pais que fiquem de olho. “A criança deve distribuir atividades variadas durante seu dia. Deve ver TV, sim, mas também sair com os amigos, brincar e estudar”.

Fonte: UOL

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