Dois altos cargos do Vaticano estão em Pequim para negociar com o Governo chinês a restauração dos laços diplomáticos entre a China e a Santa Sé, indicou o jornal de Hong Kong “South China Morning Post”.

A visita, rodeada de segredos, não foi confirmada pelo Governo chinês, e sim pela agência “Asia News”, subordinada ao Instituto Pontifício de Missões Estrangeiras.

Segundo a agência, “a delegação da Santa Sé é formada pelo arcebispo Claudio Celli e monsenhor Gianfranco Rota Graziosi, do secretariado de Estado”.

No entanto, em entrevista coletiva em Pequim, a porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores da China, Jiang Yu, disse não ter ouvido “nenhuma notícia sobre isso (a visita), mas o Governo chinês tem uma posição clara e sincera de melhorar as relações com o Vaticano. Estamos dispostos a manter um diálogo construtivo”.

“Não sei nada dos detalhes das conversas, mas não espero que progridam muito rapidamente” declarou o bispo de Hong Kong, Joseph Zen Ze-kiun. Ze-kiun confirmou que “é uma coisa muito boa que os representantes do Vaticano estejam agora com seus interlocutores na China”.

Trata-se do encontro de maior nível entre diplomatas dos dois lados desde 2000, quando Pequim protestou duramente contra a canonização de 120 mártires chineses. As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé estão rompidas desde 1957.

Para retomá-las, Pequim exige que o Vaticano rompa relações com Taiwan e aceite um tipo de concordata que daria ao Governo voz e voto na hora de escolher os bispos das dioceses chineses.

Fonte: Terra

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