Jair Bolsonaro, candidato a Presidência do Brasil em 2018
Jair Bolsonaro, candidato a Presidência do Brasil em 2018

O recém-eleito presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, confirmou ao jornal “Israel Hayom” que transferirá a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. Ele também adotou uma postura dura com a Palestina, dizendo que não a reconhece como um país.

Bolsonaro afirmou que sua ideia de mudar o endereço da embaixada brasileira em Israel- seguindo os passos dos Estados Unidos e da Guatemala – não era só promessa de campanha.

“Israel é um Estado soberano. Se os senhores decidirem qual é a sua capital, nós os seguiremos. Quando me perguntaram durante a campanha se transferiria a embaixada se fosse eleito presidente, respondi sim. Vocês decidem sobre a capital de Israel, não outros povos”, declarou em entrevista telefônica concedida ao jornal conservador.

A transferência da embaixada, que demonstra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, é uma medida polêmica. Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado. A comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense de Jerusalém como sua capital indivisível. Entenda.

Embaixada palestina

Questionado pelo periódico israelense se pretende mudar o status da Embaixada da Palestina em Brasília, ele respondeu:

“Quanto à embaixada da Palestina, ela foi construída muito perto do palácio presidencial. Nenhuma embaixada pode estar tão perto do palácio presidencial, então pretendemos mudar. Não há outro caminho, na minha opinião. Fora isso, Palestina primeiro precisa ser um estado para ter o direito de uma embaixada”.

Não foi a primeira vez que Bolsonaro adotou um tom duro com os palestinos. Ainda durante a campanha, ele declarou ao jornal “O Globo”: “Essa embaixada palestina sairia dali. A Palestina é país? Nada contra o povo palestino. Quando estive em Israel, conversei com muitos palestinos, porque trabalham, ganham quatro vezes mais do lado de cá. Palestina não é um país”.

O Brasil reconhece o Estado Palestino como país desde dezembro de 2010, após carta enviada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

A ONU também reconheceu a Palestina como um “Estado observador” após aprovação em Assembleia Geral em 2012, cuja capital seria em Jerusalém Oriental. Os palestinos querem se estabelecer como um Estado soberano que ocupe a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Os territórios foram ocupados por Israel após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Apoio na ONU

No que diz respeito ao apoio de seu futuro governo a Israel em fóruns internacionais como as Nações Unidas, o político brasileiro afirmou que o país “pode contar com o nosso voto na ONU”.

“Sei que o voto é muitas vezes simbólico, mas ajuda a definir a postura que um país deseja adotar”, afirmou.

Após a recente vitória eleitoral, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, felicitou Bolsonaro por telefone na segunda-feira (29) e o convidou a visitar Israel.

“Acredito que sua eleição levará a uma grande amizade entre os dois povos e ao fortalecimento dos laços entre o Brasil e Israel”, disse o premiê israelense a Bolsonaro, segundo a Efe.

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