Polícia invade a Igreja Rongguili, em Guangzhou, na China
Polícia invade a Igreja Rongguili, em Guangzhou, na China

Neste sábado, 15, mais de 60 policiais invadiram aulas bíblicas para crianças em uma igreja clandestina no sul da China.

A Igreja Rongguili, em Guangzhou, foi invadida por volta das 10h da manhã. Essa é a terceira igreja protestante proeminente, mas não registrada, a ser fechada pelo governo chinês nos últimos dias, informou o jornal South China Morning Post.

“No meio da aula bíblica das crianças ouvimos os passos de dezenas de policiais subindo as escadas”, disse um membro da igreja não identificado, de acordo com o jornal.

Autoridades confiscaram mais de 4 mil livros na igreja, além de outras propriedades, já que os pontos de entrada e saída que levavam à igreja foram fechados pela polícia. As autoridades registraram as identidades de todos os fieis, inclusive de crianças e de idosos.

“Eles então verificaram nossas identidades novamente e nos advertiram a não retornar [à igreja], antes de nos deixar ir”, disse um membro da igreja, citado pelo jornal.

A igreja, fundada pelo falecido pastor Samuel Lamb Xiangao, recebe milhares de fiéis todas as semanas. Todas as atividades da igreja estão proibidas pelas autoridades por violar o Regulamento de Assuntos Religiosos.

O aviso, emitido pelo departamento de assuntos étnicos e religiosos do distrito de Yuexiu no sábado, afirma que os fiéis podem participar livremente das reuniões de outras 15 igrejas protestantes registradas em Guangzhou.

As repressões por parte de Pequim em igrejas não registradas são as mais amplas registradas em trinta anos, informaram relatos.

Em setembro, as autoridades fecharam a Igreja de Zion, com 1.500 membros, em Pequim. A Igreja Early Child Covenant, com 500 membros, foi fechada na semana passada. As igrejas autônomas nas províncias de Henan, Zhejiang e Anhui também foram fechadas, de acordo com vários relatórios.

O relatório da Liberdade Religiosa Internacional de 2016, divulgado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos em 15 de agosto do ano passado, criticou o ambiente religioso da China, dizendo que a administração de Xi Jinping continua a “exercer controle sobre a religião e restringir as atividades e a liberdade pessoal dos adeptos religiosos, se elas são percebidas como uma ameaça aos interesses do Estado ou do Partido Comunista da China”.

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