A comunidade internacional prometeu nesta quinta-feira em conferência realizada em Estocolmo doar ao Líbano 940 milhões de dólares destinados à reconstrução do país.

“Foi prometido um montante de mais de 900 milhões de dólares durante a conferência”, anunciou o ministro sueco de Relações Exteriores, Jan Eliasson.

Segundo Eliasson, levando em consideração as contribuições anteriores, o total da ajuda para a reconstrução imediata do Líbano chega a 1,2 bilhão de dólares (cerca de 1 bilhão de euros)

“Não estamos sozinhos”, declarou o primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora durante o encerramento da reunião, que classificou como “um trabalho muito bom”.

“Esta conferência alcançou seus objetivos amplamente”, acrescentou o chanceler sueco, em referência ao objetivo anunciado oficialmente pelos organizadores de reunir 500 milhões de dólares (391,8 milhões de euros) de ajuda financeira.

A reunião de Estocolmo foi organizada pela Suécia, Líbano e ONU após o fim das hostilidades entre Israel e o movimento xiita libanês Hezbollah em 14 de agosto.

Ao inaugurar a conferência, Siniora defendeu o “renascimento” do Líbano frente aos representantes de cerca de 50 países e de dezenas de organizações internacionais reunidos durante a jornada na capital sueca.

“Estamos aqui para demonstrar a resistência do povo libanês e sua determinação para alcançá-la”, declarou.

Siniora também destacou como os 34 dias da ofensiva israelense no Líbano “impediram” os esforços que o país realiza há 15 anos para se reconstruir.

“Os danos diretos em nossa infra-estrutura devido à última invasão se resumem em centenas de milhares de dólares, explicou o primeiro-ministro libanês ao definir que, a longo prazo, a economia libanesa também sofrerá conseqüências multimilionárias. Siniora ressaltou que para o sucesso da ajuda internacional, Israel deve suspender o bloqueio marítimo e aéreo que mantém contra o Líbano bem como retirar as tropas do sul desse país. O líder libanês também prometeu que a ajuda será distribuída de forma transparente e eficaz a partir de uma série de mecanismos financeiros que ainda não definiu. No entanto, o parlamentar deixou escapar que não irá deter o movimento xiita Hezbollah.

Na contramão da guerra, o chefe do governo sueco, Goran Persson, falou sobre sua esperança de que “os governos libanês e israelense persigam o objetivo de conseguir uma solução política permanente”.

O subsecretário-geral da ONU, Mark Malloch Brown, exigiu, assim mesmo, “o fim imediato do bloqueio e uma solução política das causas profundas do conflito”.

Antes do início da reunião, foram anunciadas contribuições financeiras imediatas ao Líbano, como os 53,8 milhões de dólares (42 milhões de euros) procedentes da União Européia (UE), quantia que eleva a ajuda da UE ao Líbano em 128 milhões de dólares (100 milhões de euros), desde o começo da ofensiva israelense.

Arábia Saudita e Kuwait anunciaram dias atrás doações de 500 (389,7 milhões de euros) e 300 milhões de dólares (233,8 milhões de euros), respectivamente.

Políticos suecos e libaneses mencionaram que haverá uma nova reunião dos países doadores, centrada na reconstrução do Líbano a longo prazo, mas não definiram nem a data, nem o lugar do próximo encontro.

Os organizadores suecos da conferência de Estocolmo tampouco ofereceram detalhes das contribuições prometidas pelos diferentes países e só citaram que os Estados Unidos, os países do Golfo e a UE figuram entre os principais contribuintes.

Fonte: AFP

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