Embora as comunidades de fé apresentem uma diversidade de enfoques nas respostas que dão ao HIV/Aids, seus líderes estão conscientes de que precisam desenvolver estratégias conjuntas para enfrentar a pandemia.

Um monsenhor católico do México, uma bispa luterana, um pastor moravo da Nicarágua e uma sacerdotisa vodu do Haiti, discutiram a importância de um trabalho em rede frente ao desafio da doença. O debate ocorreu num dos painéis da Conferência Internacional AIDS 2008, reunida na Cidade do México.

Patrocinado pela Rede Internacional de Líderes Religiosos que Vivem com ou são Pessoalmente Afetados pelo HIV e AIDS (INERELA+, a sigla em inglês), o painel analisou as repostas inter-religiosas ao HIV na América Latina e no Caribe.

De acordo com dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre AIDS (ONUSIDA), 1,7 milhão de latino-americanos vive com HIV, contando as 140 mil pessoas que contraíram o vírus em 2007. Nesse ano, 63 mil pessoas faleceram na região em decorrência de doenças relacionadas à Aids.

“Há quatro anos, por encomenda do episcopado mexicano, desenvolvemos a campanha Esperança de Vida”, explicou o presidente da Comissão Social Nacional da Igreja Católica Romana no México, monsenhor Gustavo Rodríguez.

Em sua apresentação, Rodríguez dissertou sobre os cuidados que a igreja oferece às pessoas em estado avançado de doenças relacionadas à AIDS, bem como em tarefas educativas.

A bispa da Igreja Luterana na Nicarágua, Victoria Cortez, enfocou sua apresentação em tarefas de prevenção. “Nós não promovemos o uso da camisinha entre nossos fiéis, mas também não a condenamos”, disse a religiosa.

A presidente do Fórum de Médicos Vodus para a Integração Social no Haiti, Mirlène Joanis, enfatizou a necessidade de esclarecer os mitos que envolvem essa religião. Sua organização tenta mudar o comportamento sexual para prevenir o HIV.

“Desmitificamos a doença. Enfatizamos as vias de transmissão e prevenção. Entusiasmamos as pessoas para que recorram a centros de saúde e usem a camisinha”, relatou Joanis.

O pastor da Igreja Morava da Nicarágua, Oliver Hodgson, apoiou uma maior integração entre as igrejas, ação que considerou necessária para somar forças contra a pandemia. “Devemos aceitar e entender que a Aids é algo que existe dentro e fora das igrejas. É preciso atuar desde já”, enfatizou.

Hodgson concordou com seus pares ao afirmar que as comunidades de fé têm um papel central a desempenhar como agentes ativos na tarefa de prevenção ao HIV e Aids.

O painel mostrou uma diversidade de respostas ao HIV entre as diferentes comunidades de fé. As coincidências incluíram a urgência de responder à pandemia e a necessidade de diálogo e colaboração entre comunidades que mantêm diferenças, de modo notável quanto a estratégias de prevenção, como o uso da camisinha.

Fonte: ALC

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