Ministro da Educação, Abraham Weintraub

A Embaixada de Israel no Brasil criticou nesta quinta-feira (28) as declarações feitas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub , que comparou a investigação sobre notícias falsas no Supremo Tribunal Federal (STF) com o holocausto , perseguição dos judeus pelo regime nazista da Alemanha.

Em comunicado, a sede diplomática pediu para que o Holocausto não seja utilizado no debate político, após Weintraub ter comparado uma investigação do STF com o holocausto.

“Em nome da amizade forte entre nossos países, que cresce cada vez mais há 72 anos, requisitamos que a questão do Holocausto como também o povo judeu ou judaísmo fiquem à margem do diálogo político cotidiano e as disputas entre os lados no jogo ideológico”, diz.

“O Holocausto é algo que não desejamos a nenhuma nação, e enfatizamos que isso não seja usado cotidianamente, mesmo em casos que sejam considerados extremos. Nada é tão extremo como o Holocausto, não apenas para os judeus, mas também para outras minorias que sofreram na Europa e no mundo”, acrescentou a nota da embaixada de Israel .

A Embaixada ainda ressaltou que “houve um aumento da frequência de uso do Holocausto no discurso público, que de forma não intencional banaliza sua memória e também a tragédia do povo judeu “.

O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Alon Lavi, por sua vez, também condenou a comparação e, em uma publicação no Twitter, ressaltou que “o Holocausto, a maior tragédia da história moderna, onde 6 milhões de judeus, homens, mulheres, idosos e crianças foram sistematicamente assassinados pela barbárie nazista, é sem precedentes. De acordo com o diplomata, “esse episódio jamais poderá ser comparado com qualquer realidade política no mundo”.

As publicações de Lavi foram acompanhadas de repúdio de três instituições – American Jewish Committee, principal entidade judaica dos EUA, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e o Museu do Holocausto de Curitiba.

Nesta quarta-feira (27), quando a operação do STF foi deflagrada contra uma rede de políticos, empresários e blogueiros bolsonaristas, no âmbito de um inquérito sobre um suposto esquema de disseminação de notícias falsas, o ministro da Educação fez uma publicação com uma foto da Alemanha nazista provocando mais uma polêmica.

“Hoje foi o dia da infâmia, VERGONHA NACIONAL, e será lembrado como a Noite dos Cristais brasileira. Profanaram nossos lares e estão nos sufocando. Sabem o que a grande imprensa oligarca/socialista dirá? SIEG HEIL!”, afirmou, usando uma expressão alemã que significa “salve vitória”, o ministro escreveu.

Weintraub fez referência ao momento em que sinagogas foram queimadas e diversos comércios judeus foram destruídos, em 9 de novembro de 1938.

Fonte: Último Segundo

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