Uma ex-stripper americana falou à imprensa nesta terça-feira (22) para pedir “ajuda” contra o padre católico com quem teve um caso e uma filha, segundo o canal de televisão CBS. Beatrice Hernandez acusa o padre David Dueppen de violência e de não assumir suas responsabilidades perante a criança.

Dueppen não foi encontrado pelo canal para comentar o caso, mas uma porta-voz da arquidiocese disse que a igreja vai esperar que a justiça resolva o caso, que aconteceu no sul da Flórida.

Beatrice diz que foi “seduzida” pelo padre e que o relacionamento começou em 2003, depois que eles se conheceram no clube de striptease em que ela trabalhava. “Ele se expressa tão bem, ele consegue envolver você tão bem (…). Eu nunca encontrei ninguém capaz de falar com você e envolver você tão bem quanto David”, contou a americana.

Beatrice e Dueppen, segundo ela, teriam namorado e até morado juntos enquanto ele permanecia padre. O relacionamento teria sido interrompido em 2005, de acordo com Beatrice, por que Dueppen “insistia” para que eles fossem a clubes de swing para que ela fizesse sexo com outras mulheres. “Ele dizia: ‘a única maneira dos espíritos deixarem você é se você se envolver com mulheres’”, afirma.

Após o término, a ex-stripper contou à igreja onde Dueppen servia sobre o caso, dizendo que sua fé religiosa teria sido explorada pelo padre. No ano seguinte, segundo ela, a igreja teria pago US$ 100 mil para que ela não falasse mais sobre o assunto e Dueppen foi transferido para outra paróquia.

Segundo a CBS, a igreja confirmou ter pago uma quantia não-especificada por causa de um “caso inapropriado” entre os dois. A arquidiocese defendeu, em nota, a maneira com que lidou com o caso. Dueppen teria recebido uma licença de 13 meses onde “recebeu assistência profissional e espiritual, incluindo a sua obrigação de viver fielmente a vida celibatária e todos os outros aspectos de uma vida moral”.

De acordo com a igreja, Dueppen só foi enviado a outra paróquia depois que um relatório profissional favorável e o próprio padre disseram que ele era capaz e disposto a viver no celibato.

Segundo Beatrice, no entanto, o casal retomou o relacionamento em 2008 e ela acabou grávida de uma menina que nasceu em janeiro deste ano.

Depois do nascimento, ela afirma que o padre ficou violento. Segundo a ex-stripper, em uma discussão sobre a paternidade da criança e pensão alimentícia, Dueppen teria a “agarrado pelo pescoço”.

Com medo, ela diz ter pedido ajuda à igreja, mas ninguém teria retornado suas ligações. Ela tentou falar com o bispo, mas só conseguiu a secretária. Depois de pedir ajuda e dizer que o padre estava violento, ela diz ter ouvido apenas um “não ligue mais para cá” antes de ter o telefone desligado em sua cara.

A porta-voz da igreja Mary Ross Agosta disse que as ligações “incessantes e rudes” de Beatrice começaram depois que Dueppen tirou uma “licença administrativa”. Agosta disse que a arquidiocese não pretende fazer nenhuma investigação interna e não tem interesse em contatar Dueppen para ouvir sua versão sobre as alegações. Segundo ela, a igreja deixará o assunto para o sistema de justiça.

Beatrice Hernandez diz que entrará com um pedido na vara de família na próxima quinta-feira (24) pedindo para que Dueppen seja obrigado a manter distância dela e a pagar pensão alimentícia para a filha.

Fonte: G1

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