Na última quarta-feira (9), a Coreia do Norte celebrou o Dia da Fundação do Partido (comemorando a fundação do Comitê Organizador Central do Partido Comunista da Coreia do Norte).

O feriado anual inclui grandes paradas militares e apresentações públicas e para celebrar o comunismo no país, os cidadãos recebem rações alimentares e têm direito à mais energia elétrica neste dia.

No entanto, ao mesmo tempo, enquanto essas festividades acontecem, estima-se que 50.000 cristãos estejam definhando dentro de uma das prisões desumanas da Coreia do Norte que o Estado usa como tática de controle e terror.

A missão Portas Abertas (EUA) já havia relatado a vida dentro das prisões norte-coreanas, compartilhando conversas com ex-prisioneiros que escaparam da ditadura comunista do país.

Porém, uma reportagem recente revela uma necessidade urgente de mobilizar fervorosas orações mundiais pelos crentes presos na Coreia do Norte – prisões que foram relatadas e equiparadas a atrocidades históricas, como o campo nazista de concentração, em Auschwitz (Alemanha), durante a Segunda Guerra Mundial.

Estima-se que 200.000 pessoas estejam presas em uma rede de desfiladeiros e campos na Coreia do Norte. Entre elas, a Portas Abertas estima que 50.000 sejam prisioneiros cristãos; cerca de 75% deles não sobrevivem.

Uma vez que os crentes são descobertos (os cristãos são inaceitáveis ​​para o regime de Kim, que exige lealdade total à sua ideologia), suas famílias inteiras são enviadas para um campo de prisões.

Em publicação recente, a organização missionária divulgou relatos verídicos – usando nomes fictícios e imagens editadas – de pessoas que têm sofrido com a intensa perseguição religiosa norte-coreana.

Histórias como essas surgem como um apelo a cristãos de todo o mundo, para que cumpram a ordenança exposta na carta aos Hebreus, capítulo 13, versículo 3, que diz: “Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo”.

Um “processo de tortura, espancamento e insônia”

O refugiado norte-coreano John Cho escapou de seu país de origem, mas foi pego na China e repatriado de volta à Coreia do Norte. Ele tinha 15 anos quando foi preso no Centro de Inteligência Nacional da Coreia do Norte. Ele descreve sua experiência como um “processo de tortura, espancamento e insônia”.

“Havia mais de 50 pessoas em uma cela. O espaço era tão pequeno que tínhamos de nos apoiarmos nas costas uns dos outros. Recebemos uma pequena quantidade de sopa de macarrão para cada refeição – não precisava de colher nem garfo. Um guarda me disse: ‘Você pode entrar neste lugar por conta própria. Mas se você permanecer vivo, no caminho de volta, precisará de uma carona de alguém”, contou Cho.

“Na minha primeira noite, notei que o homem encostado nas minhas costas tossia muito. De manhã, ele foi encontrado morto. Tortura e insônia lhe causaram febre alta. Os guardas ordenaram que dois homens o arrastassem para fora – era como se ele fosse um animal morto. Naquele momento, pensei: ‘Vou morrer neste lugar”, acrescentou.

Cho, que mora hoje no Reino Unido, diz que seu coração ainda mora com seu povo na Coreia do Norte. A aldeia onde ele nasceu fica a cerca de 320 quilômetros do Campo de Concentração de Yodok (Kwan-li-so, nº 15).

O regime aprisiona as pessoas neste campo por “crimes políticos”, pois ser cristão no país é considerado um crime contra a nação. Mas a maioria das famílias desses prisioneiros não têm ideia de por que ou como eles acabaram nesta prisão – muitas vezes chamadas de “inferno na terra”.

O mundo sabe?

Para a maioria das pessoas, as histórias dentro desses campos de prisão continuam sem ser contadas. Mas como esse período trágico da história na Coreia do Norte chegará ao fim?

Cho, que costuma compartilhar sua história de ter crescido na Coreia do Norte, diz que muitas pessoas fizeram essa pergunta a ele. Ele reflete sobre seu êxodo de sua terra natal para a China e para o Reino Unido.

“Ao longo do tempo, vi que existem fortes raízes cristãs em Pyongyang [a capital da Coreia do Norte], e acredito que isso indica que haverá um tempo de reavivamento, como ocorreu na cidade em 1907. Mas os planos e a preparação estão nas mãos de Deus”, afirmou.

Cho nos traz de volta à história do Êxodo hebreu com Moisés e sobre como, com o poder de Deus, aquele homem levou os hebreus para fora das trevas da escravidão do Egito.

“O povo norte-coreano vive na opressão e na escuridão”, diz Cho. “Mas um dia Deus os levará à luz e à liberdade”.

* nomes e imagens representativos usados ​​por razões de segurança.

Fonte: Guia-me com informações de Portas Abertas EUA

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