Uma semana depois de ter reconhecido a paternidade de um menino de dois anos, o presidente do Paraguai, o ex-bispo católico Fernando Lugo, de 57 anos, é apontado como pai de outra criança.

A paraguaia Benigna Leguizamón, de 27 anos, disse ao jornal local Última Horaque Lugo é pai de seu filho de seis anos. “Eu criei coragem para falar depois de ver o caso de Viviana Carrillo (mãe do menino de dois anos)”, disse.

Leguizamón afirmou que pretende entrar com uma ação na Justiça para que o presidente seja submetido a exames de DNA. Segundo a imprensa local, ela deu prazo de 24 horas para que Lugo reconheça a paternidade do menino ou apelará à Justiça. A mulher disse que já era mãe solteira de uma menina quando conheceu Lugo, na época bisco da localidade de São Pedro, onde ela morava.

O menino, L.F.L., nasceu em setembro de 2002 e, segundo ela, a pedido do então bispo, tem um dos nomes de Lugo, mas não seu sobrenome. Leguizamón contou que o relacionamento durou dois anos e que Lugo a ajudou financeiramente, no início, até que ele deixou de atender seus telefonemas. O rosto de Leguizamón e suas declarações ocupam, nesta segunda-feira, os principais sites dos jornais do Paraguai, como Última Horae ABCColor, além da TV Telefuturoe da rádio Ñanduti.

Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, a Presidência do Paraguai afirma que o Lugo está disposto a “atuar com a verdade”. A expectativa agora é se o presidente falará ou não no assunto em uma mensagem à nação prevista para as próximas horas. O palácio presidencial informa que o presidente se limitará a falar sobre questões do seu governo. O novo episódio voltou a sacudir a política paraguaia.

Mulheres que ocupam pastas no governo, como Gloria Rubin, secretária da Mulher, disseram que o presidente está disposto a fazer o teste de DNA. Na semana passada, pesquisas de opinião indicaram que a popularidade do presidente caiu cerca de 16% após ele ter reconhecido a paternidade do menino de dois anos de idade. Lugo assumiu o poder em agosto do ano passado, após ter sido eleito em abril.

Lugo se diz à disposição da Justiça para esclarecer acusação de paternidade

O presidente do Paraguai, o ex-bispo católico Fernando Lugo, de 57 anos, afirmou nesta segunda-feira que está “à disposição da Justiça” para esclarecer a acusação de que teria sido pai de um menino que agora tem seis anos de idade.

“Que fique absolutamente claro que estamos dispostos a atuar sempre com o argumento da verdade e nos colocamos à disposição para todos os requerimentos da Justiça”, disse Lugo em um discurso transmitido pela TV paraguaia.

O presidente paraguaio afirmou ainda que manterá o assunto “no âmbito estritamente privado”.

Lugo pediu a seus advogados que entrem em contato com Benigna Leguizamón, de 27 anos, que o acusou de ser pai de um de seus quatro filhos.

Segundo ela, os dois se conheceram em 2001, quando ele era bispo da localidade de São Pedro. Leguizamón disse que a criança nasceu em setembro de 2002 e que Lugo a ajudou financeiramente no início, mas depois deixou de atender aos seus telefonemas.

Ela deu prazo de 24 horas para que o presidente reconheça a paternidade da criança ou recorreria à Justiça.

Na semana passada, Lugo reconheceu a paternidade de outra criança, um menino de dois anos.

DNA

De acordo com o site do jornal Ultima Hora, de Assunção, Lugo teria pedido a seus advogados que entrassem em contato com a mulher para que sejam tomadas as providências para que ele faça o exame de DNA – pedido por ela.

O novo escândalo surgiu uma semana depois de Lugo ter reconhecido – sem exames de DNA – a paternidade de um menino de dois anos, filho da paraguaia Viviana Carrillo, de 26 anos e que teria 16 anos quando iniciou relacionamento com Lugo, então bispo de São Pedro.
A informação de que Lugo se submeterá ao exame de DNA foi dada pelo advogado da Presidência, Marcos Fariña, à imprensa local.

Benigna Leguizamón tem recebido assessoria jurídica da Secretaria da Criança e do Adolescente do governo Lugo.

Críticas

O episódio gerou novas críticas ao presidente – desta vez, não só da oposição, mas também de alguns de seus assessores.

“Como ministras do Poder Executivo, esperamos que o presidente assuma, como fez na primeira vez, uma postura clara e que facilite o esclarecimento do caso, com firmeza e transparência. Que mostre que as mudanças (prometidas na campanha eleitoral) começam pelo presidente”, disseram, em um comunicado, as ministras da Criança e do Adolescente, Liz Torres, e da Mulher, Gloria Rubín.

Ao mesmo tempo, a presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Ana María Mendoza de Acha, disse que o presidente “já não tem autoridade moral” e que “muitos não teriam votado nele”, se estes casos tivessem sido divulgados durante a campanha eleitoral.

Comício

Na noite desta segunda-feira, Lugo participou de comício que marcou o primeiro ano da sua vitória nas urnas.

De acordo com o jornal ABCColor, em sua edição online, e com a rádio Ñanduti, Lugo fez um balanço de sua gestão, destacando seus projetos de reforma agrária e combate à corrupção, entre outros.

Lugo, segundo a imprensa local, teria dito ainda que manterá as discussões pelos direitos do país na hidrelétrica binacional de Itaipu – uma de suas bandeiras de campanha.

Também nesta segunda-feira, ele anunciou, como já era esperado, mudanças no seu ministério, substituindo os ministros da Justiça, Agricultura, Educação e Cultura e Indústria e Comércio.

Fonte: BBC Brasil

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