Uma menina de 14 anos apontada em processo como suposta vítima de corrupção de menor e atentado violento ao pudor prestou depoimento na terça-feira sobre o caso ao juiz Sidiney José Brzuska, da 3ª Vara Criminal no Rio Grande do Sul.

As declarações complicaram a vida do réu, o padre Miguel Ângelo Danette. Ela e o religioso, que teriam uma vida amorosa, tiveram seus passados vasculhados em investigação policial que culminou com o indiciamento do padre, que pertencia à direção da Escola Pão dos Pobres, local onde a suposta vítima é aluna até hoje. O depoimento da menor foi dado sem a presença do réu, que foi retirado da sala de audiências.

Antes do depoimento dado em juízo pela menor os fatos apurados indicavam que ela e o religioso teriam mantido relação consensual. No entanto, a adolescente deu ontem depoimento com detalhes não revelados durante o inquérito policial. Disse que cedia aos apelos do religioso, pois era ameaçada. Em momento algum afirmou que o relacionamento seria consensual e disse que nunca manteve relações sexuais com o réu, que apenas o beijava e “deixava ele passar as mãos nos seios”.

Outras doze testemunhas também foram intimadas para prestar depoimento ontem na última audiência de instrução do processo antes da abertura de prazo legal para manifestação do Ministério Público (MP) e defesa. Apenas uma não compareceu. Três policiais que participaram da prisão do religioso, em maio, durante evento na Cidade dos Meninos, prestaram depoimento.

Já a mãe da vítima disse que nada sabia a respeito do relacionamento da filha com o religioso. Um tio da menina afirmou que desconfiava do comportamento de ambos e que chegou a compartilhar esta desconfiança com a mãe da adolescente.

Um casal que trabalha como caseiros da Cidade dos Meninos, afirmou que nada sabia a respeito do suposto relacionamento entre a adolescente e o religioso. Quatro pessoas da direção e funcionários do Pão dos Pobres também falaram em juízo e abonaram o passado e a conduto do religioso, que estava preso foi solto logo após prestar depoimento em juízo em 14 de junho. Durante a audiência de ontem, o Ministério Público esteve representado pelo promotor Celso de Assis Remonti.

Fonte: Jornal A Razão (Santa Maria/RS)

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