A ministra para as Comunidades britânica, Ruth Kelly, defendeu nesta quinta-feira, em Londres, o papel das escolas religiosas frente aos que as acusam de aumentar a segregação de pessoas de credos diferentes.

No discurso de lançamento da nova Comissão sobre Integração e Coesão, Kelly – católica e membro declarado do Opus Dei – antecipou que este novo órgão não estudará se essas escolas são algo positivo porque, disse, é preciso permitir que os pais escolham para que tipo de centro enviarão os filhos.

O Governo de Tony Blair quer promover as escolas religiosas apesar do número crescente de críticos a esse tipo de centro de ensino, como o prêmio Nobel de Economia Amartya Sen.

Em seu último livro – “Identidade e Violência” -, Sen coloca em questão o multiculturalismo como é praticado no Reino Unido.

Sen considera como uma idéia errônea sobre o que deve ser uma sociedade multiétnica o fato de estimular a criação de escolas islâmicas, siques ou hindus financiadas com recursos públicos, para complementar as católicas ou protestantes já existentes.

Isso equivale, diz Sen, a ver o Reino Unido como “uma federação de comunidades” e não uma coletividade de cidadãos.

Diante desse e de outros críticos, Kelly disse hoje que os colégios da Igreja Anglicana praticam a diversidade interna.

Ao mesmo tempo, disse que não se podia negar aos pais muçulmanos a mesmas oportunidades já oferecidas aos cristãos ou judeus, de enviar a seus filhos a uma escola de sua confissão religiosa.

A Comissão sobre Integração e Coesão começará seus trabalhos em setembro, e seus integrantes percorrerão o Reino Unido para preparar um relatório sobre como as comunidades enfrentam problemas como a segregação ou as divisões socioeconômicas entre diferentes grupos étnicos.

Fonte: EFE

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