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Budistas fazem abaixo-assinado contra igreja em Middeniya

No último dia 12 de junho, um templo budista lançou uma campanha contra a existência de uma igreja em Middeniya, cidade que fica no distrito de Hambanthota, e recolheu assinaturas de residentes da área.

Fontes locais dizem que os monges pretendem entregar o abaixo-assinado ao presidente Mahinda Rajapaksa.

Cristãos no distrito de Hambanthota pediram oração para desativar a iniciativa, a fim de protegerem o direito deles para adorar e proteger suas famílias (relembre o início da campanha contra os cristãos, aqui).

Extremistas budistas foram responsáveis por inúmeros ataques contra cristãos nos últimos seis anos, seguindo uma campanha anticristã lançada em 2002 por Gangodavila Soma, um monge budista muito venerado.

Depois da morte de Gangodavila Soma, em dezembro de 2003, extremistas estenderam a campanha deles para a implementação de leis anticonversão, convocando o governo a proibir o que eles chamam de ” conversões pouco éticas ao cristianismo”.

Leis anticonversão “importada” da Índia

Eles formaram o próprio partido político, o Jathika Hela Urumaya (Partido da Herança Nacional), para levar adiante a legislação anticonversão, nos moldes semelhantes aos partidos da Índia. Desse modo, converter alguém a uma outra religião “por força ou através de fascinação ou por qualquer meios fraudulentos” seria ilegal.

Ratnasiri Wickremanayake, o ministro do Sri Lanka para Assuntos Budistas, está ajudando na tramitação de uma lei anticonversão aprovada pelo gabinete em 2004.

Porém, ambas as leis acabaram intensificando o conflito local com os rebeldes Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE, sigla em inglês), que lutam por uma pátria independente no nordeste do país e por isso ainda não tiveram êxito.

Ore para que essa campanha dos budistas contra os cristãos não prossiga e para que esses projetos de leis anticonversão sejam desativados.

Fonte: Portas Abertas

Anistia Internacional publica lista de queixas contra a China

Na véspera do lançamento dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 8 de agosto, a Anistia Internacional enviou ao presidente chinês, Hu Jintao, uma carta aberta, sugerindo cinco medidas para melhorar a situação dos direitos humanos nesse país.

“Acho que satisfazer esses cinco pontos fará muito para que as pessoas se lembrem dos Jogos não apenas como um progresso esportivo, mas também no campo dos direitos humanos”, escreve a secretária-geral da organização, Irene Khan, em carta divulgada na madrugada de terça-feira (8).

A responsável pela organização, com sede em Londres, pede ao presidente Jintao que “liberte os ativistas, impeça a polícia de fazer detenções arbitrárias de signatários de abaixo-assinados, torne público o conjunto de estatísticas sobre a pena de morte e faça uma moratória das execuções”.

Khan deseja ainda que Pequim ofereça à imprensa “uma liberdade total” e divulgue “todos os que foram mortos, ou interrogados após as manifestações de março de 2008, no Tibete”.

Ela reconhece “os esforços” do governo chinês em matéria de direitos humanos, dizendo-se, particularmente, “animada com o progresso aparente feito na redução do recurso à pena de morte”.

Irene lamenta, contudo, “o efeito negativo que a preparação dos Jogos teve em alguns campos dos direitos humanos”, citando a “perseguição” de militantes, religiosos e a “limpeza” de Pequim, graças ao emprego crescente da “reeducação pelo trabalho”.

Fonte: Portas Abertas

País não pretende mudar sua lei de religião

Apesar de discussões nos últimos anos, o Azerbaijão não pretende mudar sua Lei de Religião agora, disse um funcionário sênior do Comitê Estatal para Trabalho com Organizações Religiosas, em declaração ao Forum 18.

“Não haverá nenhuma nova Lei de Religião”, afirmou categoricamente Jeyhun Mamedov. Ele se recusou a especificar por que tomou esta decisão.

A legislação atual, incluindo a Lei de Religião, é criticada há muito tempo pelas comunidades religiosas, que por sua vez, vêm pressionando as autoridades e pedindo por mudanças.

Reclamações

As principais reclamações da lei atual são: censura compulsória de todos os textos religiosos; negação arbitrária de status legal para as comunidades religiosas; restrições à entrada de estrangeiros e a detenção ou prisão de cristãos.

Fazil Gazanfaroglu Mustafaev, um deputado de oposição do Parlamento, também está preocupado com as ações arbitrárias das autoridades contra as comunidades religiosas. “É ilegal a invasão policial a comunidades religiosas”, disse ele.

“Mas ainda se faz isso. É o mesmo problema para com partidos políticos, jornalistas e organizações não-governamentais, isso não está na lei, mas é amplamente praticado”, afirmou.

Após a declaração do funcionário do governo, alguns cristãos se sentiram desanimados, mas garantem que continuarão em luta pela defesa da liberdade de culto no Azerbaidjão.

Fonte: Portas Abertas

Católicos constituem maior comunidade religiosa da Austrália

Com 27% da população australiana que se professa católica, a Igreja é ainda a maior comunidade religiosa do país. Esse número está contido numa nota da Igreja australiana que, na véspera do Dia Mundial da Juventude, divulgou os últimos dados atualizados sobre a população católica no país.

Segundo os dados fornecidos, os fiéis católicos na Austrália aumentaram em 125.260 unidades entre 2001 e 2006, mesmo caindo ligeiramente, como percentual, em relação à população australiana.

Os dados contrastam com outras pesquisas divulgadas nesses dias pela imprensa nacional, que mostram os australianos como em grande parte indiferentes ao sagrado. Segundo uma recente pesquisa publicada pelo jornal “Sydney Morning Herald”, pelo menos 20% dos australianos dizem “não acreditar em nenhuma religião”.

Mas, segundo os especialistas – apesar de um declínio da fé verificado na sociedade nos últimos 30 anos por causa do crescente fenômeno da secularização –, a busca pelo “sagrado” e por uma forma de religiosidade está sempre presente nos jovens e em toda a sociedade. Por isso, a Igreja destaca que o DMJ será uma valiosa oportunidade de evangelização.

Igrejas sofrem com furtos em Minas Gerais

A falta de segurança nas igrejas atormenta os fiéis da cidade de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Neste ano, a média é de dois furtos por mês.

Nas igrejas, eram as imagens que sempre estavam na mira dos ladrões. Agora, os criminosos têm outro alvo: os equipamentos de som.

Apenas na semana passada, os equipamentos foram roubados de quatro paróquias. “A grande maioria das igrejas não tem uma estrutura mínima de segurança. Então facilita para que o desordeiro consiga entrar e tirar equipamentos de som”, diz o tenente coronel Ronildo Santos.

Geralmente, os assaltantes agem de madrugada. Eles arrombam as fechaduras e os cadeados e invadem os cômodos onde ficam os equipamentos.

O último furto aconteceu no sábado (5). Os arames farpados sobre as grades no entorno da Igreja São José Operário, em Santa Luzia, não foram suficientes para proteger a paróquia. A quadrilha roubou microfones, mesa de áudio, equalizador e aparelho de TV.

O prejuízo estimado é de R$ 6 mil.

“Entristece, pois todos os equipamentos, tudo que nós conseguimos aqui é com a ajuda de toda a comunidade”, diz o padre Mauro Reis.

Na Igreja Nossa Senhora da Conceição, os ladrões levaram a aparelhagem e oito caixas de som. Para repor as caixas, o templo gastou R$ 5,6 mil. Para protegê-las, foi necessário gastar mais R$ 800 com a instalação de um alarme.

Segundo o tenente-coronel Ronildo Santos, a polícia vai aumentar a circulação de viaturas próximo às igrejas para evitar novas ações dos bandidos.

Fonte: G1

Arcebispo em Sri Lanka entra na justiça contra preço da eletricidade

Em nome do povo de Sri Lanka e de sua Igreja, o arcebispo de Colombo, Dom Oswald Thomas C. Gomis, decidiu dirigir-se à Corte Suprema para pedir a redução das tarifas de eletricidade.

As autoridades budistas se uniram à iniciativa do prelado, e os advogados dos líderes religiosos foram recebidos pelos juízes da Corte, que ouviram seus pedidos.

O tribunal aceitou abrir um inquérito em 8 de setembro. O preço da luz vem aumentando nos últimos meses e, em março passado, foram canceladas as subvenções de que a Igreja gozava até então. Agora, as dioceses, assim como muitas famílias, se encontram na impossibilidade de pagar as contas.

Como se não bastasse, a empresa de eletricidade nacional decidiu um reajuste de 30% para quem consumar mais de 90 unidades de corrente por mês, como é o caso da Igreja.

Segundo o Ministério da Energia, 65% da eletricidade produzida em Sri Lanka depende do petróleo, cujo preço do barril superou todos os recordes nos últimos meses.

Mulheres lutam para poder dirigir carros na Arábia Saudita

Uma escritora e ativista da Arábia Saudita iniciou uma campanha para que as mulheres do país consigam permissão para dirigir.

A Arábia Saudita é o único país do mundo onde as mulheres são proibidas de dirigir.

A escritora Wajeha Huwaider causou polêmica na imprensa do país no início do ano ao colocar no site de vídeos YouTube um filme que mostrava ela dirigindo pelas ruas do país.

Outras ativistas também estão usando a internet para tentar forçar a mudança da lei.

O filme de Huwaider no YouTube faz parte de uma campanha iniciada há um ano. Até o momento a ativista não obteve uma resposta formal do governo saudita.

“(A proibição) Não tem nada a ver com religião. Então não sabemos a razão deles não suspenderem a proibição”, disse Huwaider.

“Ainda esperamos que vá acontecer. Tenho certeza de que vai acontecer durante o reinado de Abdullah.”

“Eles eram contra a educação para mulheres na década de 60, mas o governo agiu e uma lei foi promulgada. Agora queremos o mesmo. Precisamos de decisões corajosas e rápidas.”

Apesar de não ter reagido ao vídeo, o governo saudita parece estar mais aberto do que no passado, pois nenhuma das ativistas foi presa.

Compra permitida

Apesar de não poderem dirigir, as mulheres sauditas podem comprar carros.

“Olhe estes carros, incrível”, disse Wajeha Huwaider entrando em um jipe dentro de uma concessionária em Jeddah. “É ótimo e triste ao mesmo tempo, pois sei que não posso dirigir.”

Enquanto os preços do petróleo aumentam, a riqueza saudita também. E, com isso, também aumentam as reivindicações por reformas sociais no reino.

Esta onda liberal está sendo liderada por mulheres e homens da elite urbana ocidentalizada.

Até a moda de carros customizados chegou ao país. Um grupo de jovens na casa dos 20 anos, os chamados Jeddah Boyz, gasta milhares de dólares transformando carros comuns no sonho de qualquer aficionado.

Nas ruas de Jeddah é até possível ver um Hummer rosa, incrustado com diamantes falsos, pertencente a uma mulher – que não pode dirigir o Hummer.

Trabalho

Se os boatos que correm na Arábia Saudita atualmente forem verdadeiros, as mudanças estão próximas. Integrantes da liderança do governo e clérigos já afirmaram que não há nada no Corão que proíba mulheres na direção.

O desafio é fazer com que a sociedade saudita aceite a mudança.

Mesmo assim, alguns empresários afirmam que uma campanha concentrada na suspensão da proibição de mulheres dirigindo está desviando a atenção de desafios maiores para mulheres do reino.

Para Saleh al-Turki, presidente da Câmara de Comércio Saudita, antes da suspensão da proibição, mais mulheres devem entrar no mercado de trabalho. Atualmente apenas uma em cada 20 está empregada.

“Uma vez que o resto da sociedade perceba que permitir o trabalho às mulheres não é um desafio a ninguém, é para o benefício da sociedade, dirigir não será um problema”, afirmou.

Fonte: G1

Evangélicos são expulsos por se recusarem a organizar festas com bebedices

Ao se recusarem a organizar um festival religioso três famílias evangélicas pertencentes a uma igreja pentecostal chamada “Igreja de Deus de Profecias do Santuário de Cristo” foram expulsas da Comunidade de Tlalpa de Tenango Tepeshi, no México.

Estabelecida em 1982, a igreja é a mais antiga na região. O conflito começou quando o pastor, José Gonzáles e dois outros colegas evangélicos foram designados para as tarefas relacionadas às celebrações locais. Ao perceberem que a festa teria bebedeira, ou seja algo contra a Palavra de Deus, eles optaram por deixar os postos e não participar da organização.

Em seguida, um grupo com mais de cem pessoas, juntamente com o presidente da comunidade, se reuniu ao redor da casa do pastor e os obrigou a saírem da cidade. Na ocasião, estavam o líder religioso, sua esposa Francisca, e os sete filhos, uma das crianças é um bebê de apena um ano de idade. Eles tiveram que carregar todos os seus pertencentes em um caminhão e ir embora.

Os amigos evangélicos da família Nicolás González Pérez e Armando Morales Dircio, decidiram notificar a expulsão para as autoridade e tiveram o mesmo destino. Foram interrompidos no caminho por tradicionalistas católicos que mostrando-se bastante revoltados os forçaram da mesma maneira a irem embora. Juntamente com suas famílias, eles também foram levados para fora da cidade e abandonados com o pastor José Gonzáles.

Esta não foi a primeira vez que evangélicos são expulsos da comunidade. O primeiro grupo de cristãos foi forçado a escolher entre seguir as tradições determinadas pelas autoridades ou deixar a região. Eles optaram por sai, porém hoje tentam recomeçar suas vidas em Tlapa.

Após a expulsão, alguns pastores procuraram dialogar com os moradores de Tenango Tepeshi, para tentar fazer com que os irmãos conseguissem retornar à sua comunidade.

Entretanto, eles não receberam resposta. Quando as autoridades locais souberam da expulsão, os membros da comunidade negaram que o motivo fosse a crença religiosa. Segundo eles, o motivo foi a falta de cooperação com os benefícios locais.

Porém, de acordo com os evangélicos eles contribuíram com todas as taxas requeridas e que concordavam em cooperar com as questões da comunidade, mas não participariam dos festivais.

Atualmente, eles vivem em uma igreja em Tlapa de Comonfort, e se mostram seguros. Afirma que esperam e confiam em Deus.

Embora ainda tenham esperanças de retornarem às suas casas, eles sabem que isso é muito pouco provável. Mas, afirmam estar alegres, pois estão sofrendo por causa de Cristo. “ Bem-aventurados sois quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa”.

Fonte: Elnet

Bíblia contém antigo poema erótico judaico cuja origem desafia especialistas

O livro Cântico dos Cânticos está cheio de sensualidade e erotismo, descrições apaixonadas do corpo de dois jovens amantes, insinuações do ato sexual — e uma única menção, que soa quase como nota de rodapé, ao nome de Deus. Como explicar, então, seu status nas Sagradas Escrituras judaico-cristãs?

“O mundo inteiro só foi criado, por assim dizer, por causa do dia em que o Cântico dos Cânticos seria dado a ele. Pois todas as Escrituras são santas, mas o Cântico dos Cânticos é o Santo dos Santos.” A frase teria sido dita pelo sábio judeu Rabi Akivá, por volta do ano 100 d.C., e explicaria porque a Bíblia aceita por cristãos e judeus de hoje abriga esse livrinho misterioso.

Se a sensibilidade moderna estranha a presença de uma coleção de poemas eróticos no meio da Bíblia, a defesa do Cântico dos Cânticos (expressão hebraica que significa algo como “o maior dos cânticos” ou “o mais belo dos cânticos”) pelo Rabi Akivá sugere que o próprio povo judaico teve dificuldade para aceitar a obra. “Houve muitos debates sobre a canonicidade dele [ou seja, sobre sua inclusão no cânon, ou conjunto oficial, da Bíblia]. No fim das contas, os rabinos acabam aceitando o livro, que é o último a ser incluído no cânon hebraico, mas proíbem seu uso como canções seculares, em salões de banquetes”, conta Rita de Cácia Ló, professora do curso de extensão em teologia da Universidade São Francisco (SP).

Apesar da inclusão tardia no conjunto das Escrituras, há indícios de que o Cântico tem uma história antiga e complicada. As versões que conhecemos do livro trazem uma espécie de rubrica, dizendo que o livro é “o Cântico dos Cânticos de Salomão”, rei de Israel que viveu por volta do ano 950 a.C., mas a maioria dos estudiosos modernos concorda que essa atribuição é fictícia.

“Na Antigüidade era comum que alguns textos fossem atribuídos a personagens famosos, seja por representar uma continuidade dos seus ensinamentos ou por fazer alusão a momentos marcantes de sua vida ou da lenda gerada por eles”, explica Humberto Maiztegui Gonçalves, doutor em teologia bíblica e clérigo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil cuja tese versou sobre o Cântico. Como Salomão, segundo a tradição israelita, teria amado inúmeras mulheres e tido grande gosto pela literatura, seu nome teria sido “atraído” para o poema. “Além disso, Salomão nasceu das loucuras de amor entre o rei Davi e Betsabéia, que era uma mulher casada, o que talvez também possa explicar essa idéia”, lembra Rita Ló.

Reino do Norte

Apesar da referência aparentemente fictícia ao sábio Salomão, há no texto uma rápida menção à cidade de Tirza, que foi capital do Reino de Israel, ou Reino do Norte, uma das duas monarquias nas quais teria se dividido o território israelita após a morte de Salomão, por volta de 900 a.C. O interessante é que Tirza foi capital durante um brevíssimo período de tempo, logo após a separação dos reinos, o que pode indicar que ao menos parte do poema remonta a quase nove séculos antes de Cristo. No entanto, também há sinais, no hebraico do Cântico, que o texto foi retrabalhado após a destruição de Jerusalém pelos babilônios (século 6 a.C.), ou até perto do período grego, uns três séculos mais tarde.

As teorias sobre a origem do livro são muitas. “Ele poderia ter sido composto de uma só vez, por um único autor, ou o que temos hoje é a composição de vários poemas de amor que ‘menestréis’ ambulantes cantavam nos casamentos das aldeias que percorriam”, afirma Cássio Murilo Dias da Silva, doutor em exegese bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e autor do livro “Leia a Bíblia como Literatura”.

Com ou sem a participação de menestréis no surgimento do Cântico, um dos pontos surpreendentes no texto é a ênfase dada à voz feminina: em boa parte do texto, quem fala é uma jovem apaixonada e decidida, que procura seu amado pelas ruas da cidade, trama subterfúgios para fazer com que ele entre em seu quarto e anseia por encontrá-lo em meio à natureza, aos bosques e vinhedos, com descrições que evocam a natureza da terra de Israel na Antigüidade.

“Como a macieira entre as árvores dos bosques/Assim é meu amado entre os moços/À sombra de quem eu tanto desejara me sentei/E seu fruto é doce ao meu paladar/Ele me introduziu na sua adega/E a sua bandeira sobre mim é Amor!”, declama a jovem. Em nenhum outro texto bíblico os pensamentos e desejos da mulher ocupam um lugar de tamanho destaque. Aliás, a impressão que o texto passa é que se trata de um casal de jovens namorados, e não que os dois sejam oficialmente casados.

“Para quem tenha uma visão da Bíblia com a masculinidade como centro, isso pode chegar a ser até escandaloso. Os homens participaram, no começo, como complemento”, diz Humberto Gonçalves. Para o especialista anglicano, é possível dizer que as mulheres são as principais autoras da coleção de poemas do Cântico. “A pergunta é se sua autoria foi oral ou se chegaram a fixar a poesia por escrito”, afirma ele. De fato, era raro que uma mulher do Oriente Médio antigo soubesse ler e escrever.

Amor humano, amor divino

Outra característica marcante do texto são os chamados “wasfs”, longas comparações poéticas em que cada parte do corpo da amada ou do amado é comparada a um objeto, animal ou lugar. Trata-se de uma fórmula literária que também aparece na poesia amorosa árabe e do antigo Egito. Nesses trechos é que a sensualidade do poema fica mais explícita. “Tua fronte por trás do véu/É como uma romã aberta/Teu pescoço é como a Torre de Davi/Da qual pendem mil escudos/Teus seios são como dois filhotes gêmeos de gazela/Pastando entre os lírios”, diz o amado em certo trecho.

“Sem dúvida, o sentido primeiro [do poema] é o amor humano, com tudo o que ele tem de paixão, crise, atração, desejo etc.”, afirma Cássio da Silva. Por que, então, a inclusão do texto sensual no cânon sagrado? A explicação mais provável, sugerem os especialistas, é o fato de que a separação entre amor humano e amor divino que existe na cultura moderna era bem menos rígida na sociedade dos antigos israelitas. “No mundo antigo, tudo, inclusive as técnicas artesanais, o amor, a guerra e até os acordos políticos e diplomáticos tinham a ver com divindades”, lembra Humberto Gonçalves.

“Não se pode separar a dimensão religiosa e mística do amor humano, porque, em larga escala, é o mesmo sentimento que Deus tem em relação a nós. O amor de duas pessoas reflete o amor com que Deus nos ama. Isso sem falar que o Cântico foi composto numa sociedade bem menos puritana e hipócrita do que a nossa”, acrescenta Silva.

Rita Ló lembra que existia uma antiga tradição na qual o amor de Deus por seu povo escolhido de Israel era visto, de forma metafórica, como o casamento de dois seres humanos, o que impulsionaria essa interpretação mística do Cântico dos Cânticos. Por outro lado, Gonçalves diz que a sensualidade do poema pode refletir uma espiritualidade pagã que influenciou os israelitas nas épocas mais antigas. Afinal, os povos vizinhos, e provavelmente os próprios israelitas, adoravam deusas em rituais de fertilidade, o que explicaria em parte a importância feminina no Cântico. Nesse caso, a sexualidade quase explícita também teria um papel espiritual para os primeiros autores do texto.

Vida longa e próspera

De qualquer maneira, a própria sobrevivência do Cântico em épocas posteriores pode significar que ele teve um papel de “resistência” contra os aspectos mais machistas do judaísmo, diz Ló. “Após o exílio na Babilônia, houve um período de fechamento e o crescimento de uma visão muito negativa sobre o corpo da mulher, visto como fonte de impureza. O livro contraria isso”, afirma a especialista.

De certa forma, a argumentação do Rabi Akivá ajudou a superar essa tensão, segundo Cássio da Silva. “Afinal, o amor humano vale ou não vale por si mesmo? É ou não é expressão do amor divino? Os rabinos responderam afirmativamente a essas duas perguntas. Tanto que, no calendário judaico, o Cântico dos Cânticos é lido na festa da Páscoa [a mais importante do judaísmo]. E aí entra a mística: o sentimento do amado pela amada e vice-versa ajuda a compreender o amor de Javé por seu povo, Israel, e
nesse amor Javé desce do céu para tirar seu amado povo do Egito e dar-lhe a vida e a felicidade. De Israel, espera-se que corresponda ao amor de Javé e lhe seja fiel.”

O cristianismo atualizou essa visão ao substituir “Javé” e “Israel” por “Cristo” e “Igreja” na equação: o amor do casal no poema virou também o símbolo do amor de Cristo por sua Igreja, vista como sua “noiva”. Dessa forma, a influência do Cântico teve vida longa e acabou se estendendo ao último livro do Novo Testamento, o Apocalipse, na qual a metáfora praticamente conclui a Bíblia cristã.

Fonte: G1

Pesquisa confirma que maioria dos jovens são religiosos

Os jovens de 18 a 29 anos são mais religiosos do que se pensa. Essa é a conclusão de um estudo da Fundação Bertelsmann, com sede na Alemanha, realizado entre moças e rapazes de todo o mundo.

Segundo a pesquisa, para quatro de cada cinco pessoas dessa faixa etária a religião é parte fundamental de sua vida. 85% dos entrevistados se declaram religiosos e 44% “profundamente” religiosos. Apenas 13% afirma não ter qualquer relação com o Sagrado.

A proporção de jovens que se reconhecem particularmente religiosos e que rezam regularmente ou inclusive todos os dias é maior nos países islâmicos ou em desenvolvimento. Nigéria e Guatemala encabeçam a lista de lugares com maior número de jovens com profundos sentimentos religiosos, já que a porcentagem de pessoas que rezam todos os dias se situa em 90%.

Em Índia, Marrocos e Turquia a proporção é de 1/3 da população dessa faixa etária. Nos países industrializados, a porcentagem de jovens que reza todos os dias oscila entre 9 e 10%, como é o caso da França, e 7% na Áustria.

A Rússia foi classificada com a menor porcentagem. Apenas 1% dos jovens afirmam que a religiosidade é parte importante de sua vida.

Fonte: Rádio Vaticano

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