Início Site Página 2975

Propostas polêmicas sobre aborto e símbolos religiosos

O Governo espanhol prepara-se para avançar com reformas legislativas que prometem gerar polêmica, como a retirada de símbolos religiosos dos locais públicos e regras mais liberais para o aborto.

O Primeiro-ministro, Rodriguez Zapatero, pretende passar a lei as propostas aprovadas no congresso do PSOE do passado fim-de-semana, que defendem a consolidação do caráter laico do Estado.

Uma sugestão de suprimir as exéquias religiosas de Estado foi anulada durante o congresso pelo próprio Zapatero, argumentando que em caso de tragédia são as próprias famílias das vítimas que desejam despedir-se dos entes queridos com cerimônias religiosas.

O Governo de Espanha garante, no entanto, que os acordos celebrados com o Vaticano não estão em causa.

Outra medida prevê que os imigrantes extra-comunitários com residência fixa em território espanhol possam exercer o direito ao voto a partir das eleições autárquicas de 2011.

O direito a uma morte digna é um direito que o Executivo de Zapatero vai abordar com várias medidas, a começar pelo lançamento de um amplo debate para conseguir que os profissionais do sector da saúde tenham uma intervenção mais ativa.

Sobre a questão do aborto, ficou estabelecido o compromisso de elaborar uma nova lei que entrará em vigor em 2010 e que se inspirará nas experiências mais avançadas e inovadoras das leis européias relativamente aos prazos para a interrupção voluntária da gravidez.

Como primeiro passo neste capítulo, o Conselho de Ministros aprovará ainda este mês um decreto que estabelecerá a confidencialidade dos dados das mulheres que abortem legalmente e dos médicos que participem nessas intervenções.

Enquanto os socialistas justificam estas medidas com o argumento de serem um partido moderno e que pensa no futuro, o Partido Popular, na oposição, diz que é uma falta de respeito para com os cidadãos abordar temas que não os preocupam, deixando de lado questões tão graves como a crise econômica que assola o país.

Na opinião do diretor de Informação da Renascença, Francisco Sarsfield Cabral, estas propostas permitem ao Primeiro-ministro espanhol desviar atenções do fraco crescimento da economia e de uma taxa de desemprego a rondar os 10%.

“Estas medidas, a concretizarem-se, indicam que o Governo espanhol continua empenhado numa defesa ideológica não de um Estado laico separado da Igreja, mas de um Estado ativamente e agressivamente laicistas (….), que não tem nada a ver com um Estado neutro perante as religiões, mas com um Estado que quer impor uma determinada ideologia ao seu povo”, sublinha Francisco Sarsfield Cabral.

Fonte: Rádio Renascença

Inglês lamenta situação de muçulmanos

O primeiro muçulmano a ocupar um cargo de ministro na Grã-Bretanha afirma que a cultura de hostilidade contra os seguidores da religião islâmica está em alta no país (e também no resto do continente europeu).

De acordo com Shahid Malik, ministro do Departamento de Desenvolvimento Internacional, está cada vez mais aceitável provocar, isolar e atacar os muçulmanos. Ele próprio foi vítima de ataques motivados por suas crenças.

Malik teve seu carro incendiado e foi perseguido depois de sair de um posto de gasolina. Segundo ele, casos como esses fazem com que os muçulmanos sintam-se como “estrangeiros em seu próprio país”. “Se você perguntar aos muçulmanos como eles se sentem, muitos dirão que sentem-se como os judeus da Europa”, comparou ele, em referência às perseguições sofridas pelos judeus no mundo todo, especialmente antes da II Guerra.

“Não quero comparar essa situação com o Holocausto, mas sim com a forma pela qual se tornou quase legítimo atacar os judeus, assim como os muçulmanos.” Para ele, “corre por aí a mensagem de que é OK atacar as pessoas, desde que elas sejam muçulmanas”. As declarações do ministro foram divulgadas na edição de sexta-feira do jornal “The Independent”. Elas fazem parte de uma entrevista que exibida na segunda-feira.

A entrevista, gravada pelo Channel 4 britânico, marca o terceiro aniversário dos atentados terroristas praticados por jovens muçulmanos em Londres. Uma pesquisa feita por ocasião da data confirma as preocupações do ministro. A sondagem mostrou que metade da população do país culpa o Islã pelos ataques de 2005, enquanto um quarto da população muçulmana acredita que os valores islâmicos não sejam compatíveis com os britânicos.

Fonte: Veja Online

Igreja católica portuguesa apóia reserva indígena no Brasil

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, manifestou seu apoio à causa dos índios da reserva da Raposa Serra do Sol, em Roraima, que têm visto o seu território invadido por fazendeiros.

Em mensagem lida neste domingo, em Fátima, durante uma cerimônia na nova Igreja da Santíssima Trindade, D. Jorge Ortiga manifestou o “apoio à causa do povo indígena da Raposa Serra do Sol”, criticando os que tentam eliminar a reserva indígena.

Atualmente, está em apreciação no Supremo Tribunal Federal do Brasil um recurso contra o decreto de homologação daquele território, cuja criação foi assinada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agora, diante da contestação dos fazendeiros, o arcebispo de Braga espera que a justiça brasileira confirme a decisão do governo federal, que criou um santuário para os índios, no estado de Roraima.

“Que a anulação da homologação nunca aconteça”, disse o bispo católico, assinando assim um apelo da campanha “Anna Pata Anna Yan” (Nossa Terra, Nossa Mãe), uma iniciativa que junta missionários, índios e defensores das causas indígenas pelo direito daqueles povos a gerir parte do território.

No decreto que criou a reserva, foi dado um prazo de um ano para a saída de todos os não-indígenas da área, mediante contrapartidas do governo federal, mas existem ainda muitos fazendeiros que se recusam a sair e continuam a ocupar grandes áreas do território.

Esta cerimônia religiosa contou com a presença de líderes indígenas e de vários participantes de institutos missionários católicos.

Fonte: Lusa

Morre milionário que buscou conciliar ciência e religião

O financista John Templeton, criador da Fundação Templeton, que premia trabalhos que busquem conciliar ciência e religião, morreu nesta terça-feira, aos 95 anos, de pneumonia, em Nassau, nas Bahamas. O Prêmio Templeton, de US$ 1,4 milhão, honra “avanços no conhecimento de assuntos espirituais”.

Entre os ganhadores estão figuras como o pregador Billy Graham, Madre Teresa de Calcutá, o dissidente soviético Alexander Solzhenitsyn e os físicos Freeman Dyson e Paul Davies.

Templeton iniciou sua carreira em Wall street em 1937, e foi considerado um pioneiro em investimentos fora dos Estados Unidos, escolhendo empresas e países que estavam à beira da falência ou em pontos de “extremo pessimismo”, disse seu porta-voz, Donald Lehr.

Nos anos 70, ele estabeleceu a Fundação John Templeton, para financiar projetos de reconciliação entre ciência e religião. Estima-se que a organização tenha uma dotação de US$ 1,5 bilhão e forneça bolsas anuais que somam US$ 70 milhões. Templeton foi feito cavaleiro pela coroa britânica em 1987. Deixa dois filhos, uma enteada, três netos e três bisnetos.

Fonte: Estadão

The New York Times: Muçulmanos se sentem ignorados por McCain e Obama

O dr. Abdul Raheman Nakadar, um cardiologista aposentado e ativista político, disse que acha curioso um aspecto particular da campanha de 2008 para a presidência dos Estados Unidos.

Por que, pergunta Nakadar, as campanhas dos senadores Barack Obama e de John McCain não estão procurando os líderes muçulmanos na região metropolitana de Detroit, como as campanhas de eleições anteriores, para organizarem encontros públicos e aparições de campanha?

“Qualquer candidato deve abordar as questões da sociedade americana, não de uma religião em particular”, disse Nakadar, o editor do “The Muslim Observer”, que trabalhou para estimular os eleitores muçulmanos a votarem nas eleições anteriores. “Mas quando você pede apoio a um certo grupo, então você deve. Eu esperava um contato por parte de ambos os candidatos.”

Alguns na região metropolitana de Detroit, que possui uma das maiores populações muçulmanas do país, vê a eleição de 2008 como uma regressão. Diferente de 2000 e 2004, nenhum candidato dos grandes partidos está se encontrando publicamente com imãs. Nem procuram aparecer em mesquitas, apesar de visitas a igrejas e sinagogas.

Porta-vozes de McCain e Obama dizem que os candidatos estão tratando de questões de interesse para os eleitores muçulmanos. Mas muitos muçulmanos locais dizem que a falta de atenção e o modo negativo como o Islã é retratado na campanha os deixa, na melhor das hipóteses, ignorados em uma eleição na qual uma mulher e um afro-americano romperam barreiras históricas como candidatos.

Eles apontam para as estratégias específicas das campanhas para apelo aos evangélicos, católicos e judeus, e dizem: por que nós não?

Alguns dizem que podem apoiar um terceiro candidato ou permanecer em casa no dia da eleição.

Muitos vêem um preconceito contínuo. Rumores persistentes rotulam Obama, que é cristão, como sendo muçulmano. McCain repetiu a alegação de que um muçulmano não deve ser presidente.

Os líderes muçulmanos dizem que devem lutar para manter os avanços conquistados por gerações de muçulmanos que, como outras religiões, grupos étnicos e raciais, lutaram para conseguir um espaço na vida política americana.

“McCain e Obama não estão dizendo nada sobre os muçulmanos e árabe-americanos, e estes estão sendo diariamente discriminados”, disse Jana Musleh, 18 anos, de Westland, que está trabalhando com o Instituto Árabe-Americano para aumentar a participação do voto árabe. “Eles não estão dizendo nada a respeito de nossas questões.”

Musleh e outros muçulmanos que encorajam os eleitores dizem que estão se deparando com uma grande apatia e ultraje.

“Eu sinto que se estivesse em uma batalha perdida”, disse Eftikhar Saleh, uma professora da Star International Academy, em Dearborn Heights, e uma voluntária da campanha de Obama.

“Eles têm muito medo de falar sobre o Islã porque não sabem o que dizer. E não sabem o que o público americano vai pensar, porque há este medo geral de que o Islã é uma religião perigosa, de forma que não querem se aproximar dela.”

Estratégia de campanha

Observadores dizem que a estratégia eleitoral dita a abordagem em relação aos muçulmanos.

“Há muito tempo existe esse boato de campanha de que Barack Obama é secretamente um muçulmano”, disse Michael Fauntroy, um autor e professor de política pública da Universidade George Mason. “Em vez de abordar o assunto diretamente, ele prefere não chamar muita atenção para isso.”

“E por parte de McCain, ele está estreitamente ligado às políticas do governo Bush; ele dificilmente obterá o apoio deles.”

Mas é o fato de serem evitados que irrita os muçulmanos. Muitos deles avaliam os motivos para os candidatos se esquivarem deles.

“Um dos aspectos que contribuiu para tornar isto algo importante foi o debate infelizmente negativo que dominou a disputa do Partido Democrata pela indicação”, disse Imad Hamad, diretor regional do Comitê Antidiscriminação Árabe-Americano.

“Infelizmente, aqueles que se opunham ao senador Obama tentaram usar sua raça, sua origem nacional e tentaram promover que ele tem um nome árabe e fé muçulmana. Até hoje eles jogam isso na cara dele.”

A resposta dos candidatos

O pai de Obama foi muçulmano por algum tempo, antes de deixar a religião. Ele teve pouco envolvimento na vida de seu filho, que é cristão. Alguns muçulmanos dizem nutrir grande esperança por Obama com base em seu pedido por uma mudança dramática em relação às políticas do governo Bush, em vez de qualquer senso de que ele tenha alguma sensibilidade em relação aos muçulmanos.

A campanha de Obama, em Michigan, em breve incluirá “um contato agressivo” com as pessoas de todas as origens e religiões – incluindo os muçulmanos, disse um porta-voz, Dan Leistikow.

“Nós ainda estamos organizando nossa campanha em Michigan, mas o senador Obama está profundamente comprometido a contatar pessoas de todas as origens e religiões que compartilhem seu compromisso de mudar a América.”

A campanha de McCain emitiu uma declaração dizendo que seu candidato está “conversando com todos os eleitores”, especialmente nos encontros em prefeituras.

“A comunidade muçulmana americana em Michigan é de grande espírito empreendedor, composta por muitos donos de pequenos negócios”, disse a campanha. “O plano do senador McCain para fortalecer nossa economia inclui medidas para ajudar os donos de pequenos negócios a competirem nesta economia em dificuldades.”

Apesar do apoio muçulmano aos republicanos estar em forte declínio desde a eleição de 2000, quando as pesquisas mostraram que a maioria votou em Bush, até mesmo os partidários de Obama dizem que ele precisa fazer mais para atrair os eleitores muçulmanos.

“Nosso país está cheio de interesses especiais, e talvez não sejamos ainda um interesse especial”, disse Tarek Baydoun, de Dearborn, um estudante de direito da Universidade de Toledo.

“Além disso, um grande motivo para Obama não poder interagir com a comunidade de uma forma saudável são os ataques injustos contra ele – como se ele tivesse que dar satisfação por sua religião.”

Em geral as questões dos muçulmanos não diferem das questões da maioria dos demais eleitores. Segundo uma pesquisa realizada pelo Conselho de Relações Islâmico-Americanas neste ano, as principais questões envolvem educação, direitos civis, atendimento de saúde, empregos, a economia e as relações com o mundo muçulmano.

Estimulando o registro de eleitores

Os líderes muçulmanos e árabe-americanos dizem que as dificuldades da campanha estão fazendo com que lancem campanhas para encorajar a participação. O Comitê Antidiscriminação conseguiu a inscrição de 550 voluntários eleitorais há duas semanas no Festival Internacional de Cultura Árabe de Dearborn. O Instituto Árabe-Americano lançou uma campanha não partidária estimulando o comparecimento dos eleitores para votar.

“Isto torna meu trabalho três vezes mais difícil”, disse Hassan Abraham, 25 anos. Abraham, que trabalhou para o instituto ajudando a estimular o voto, aceitou um cargo no comitê de campanha local de Obama.

“Mas isso também me deixa três vezes mais comprometido. Eu percebo, no final do dia, que algumas destas questões nascem do medo, ansiedade e ódio, em grande parte por parte de pessoas que realmente não conhecem os muçulmanos. E sinto que esta eleição é muito importante.

Fonte: The New York Times

McCain tem vantagem entre eleitores religiosos, indica pesquisa

Os norte-americanos que afirmam que a religião é parte importante de suas vidas apóiam o provável candidato republicano John McCain por uma margem de dez pontos percentuais, com 50% indicando preferência pelo republicano contra 40% para seu rival democrata.

Como esperado, o democrata Barack Obama lidera entre aqueles eleitores menos religiosos, com uma margem um pouco maior, 55% contra 36% de McCain.

A sondagem avaliou a relação entre a escolha eleitoral e a importância da religião na vida dos entrevistados e aponta que este é um fator importante na definição das bases eleitorais deste ano.

Como cerca de dois terços dos eleitores consultados pela Gallup apontam que a religião é um fator decisivo em suas vidas, o cenário se torna mais positivo para McCain. No campo republicano, os evangélicos –um em cada quatro adultos nos EUA– são vistos como uma das bases mais fiéis dos republicanos nas eleições nacionais e alavancaram a reeleição do presidente George W. Bush, em 2004.

A relação tradicional entre o voto religioso e o Partido Republicano pode ser explicada pela similaridade no pensamento conservador, principalmente em assuntos como aborto e células-tronco.

Assim, McCain ganha uma margem esmagadora de 36 pontos percentuais entre os eleitores brancos protestantes –como ele– ou cristãos não-católicos, com 63% das intenções de voto contra 27% para Obama.

Entre os eleitores brancos que não se identificam com nenhuma religião, os dois presidenciáveis obtém resultados muito próximos, 46% para McCain e 45% para Obama.

O mesmo padrão aparece no grupo dos católicos brancos. Entre aqueles que dizem que a religião é fator importante, McCain ganha com uma margem de 16 pontos percentuais. Já entre aqueles que não vêem a religião como crucial em suas rotinas, Obama lidera por uma margem estatisticamente insignificante, 47% a 45% das intenções de voto.

Inversão

O cenário se inverte quando são avaliados eleitorados tradicionalmente democratas. Obama, que converteu-se ao cristianismo já adulto, tem forte apoio entre hispânicos católicos, negros cristão não-católicos e o grupo daqueles que não têm uma identidade religiosa definida.

Segundo a sondagem, entre os católicos hispânicos, Obama lidera tanto entre aqueles que não apontam a religião como importante (63% a 30%) quanto entre aqueles que dizem ser religiosos (57% a 31%).

Quando questiona-se os negros cristãos não-católicos, o forte apoio de Obama entre o grupo étnico parece superar novamente a questão da religião. Ele lidera por margens esmagadores tanto entre os religiosos, 90%, quanto entre os não religiosos, com 92% das intenções de voto.

Minorias

Bem abaixo da média nacional, apenas 39% dos judeus norte-americanos declaram que a religião é importante em suas vidas. Entre este pequeno grupo, McCain e Obama empatam com 45% das intenções de voto para cada.

Já entre os judeus que declaram não ser religiosos, Obama tem surpreendentes 68% das intenções de voto contra 26% de McCain.

Obama lidera também nos dois grupos da minoria que se declara seguidora de religiões não-cristãs e não-judaicas. Sua maior margem, contudo, é entre aqueles que não se declaram religiosos, 68% dos votos contra 23% de McCain.

Um cenário parecido é apontado pela sondagem no grupo de eleitores que não se identificam com nenhuma religião, cerca de 12% dos norte-americanos. No geral, o grupo apóia Obama por grandes margens, com 61% das intenções de voto entre os que apontam a religião como fator importante e 65% entre aqueles que não apontam.

A pesquisa consultou 94.872 eleitores, entre março e junho de 2008. A margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos.

Fonte: Folha Online

Vaticano lamenta ordenação de mulheres pelos anglicanos

O Vaticano lamentou nesta terça-feira a aprovação pela Igreja anglicana da ordenação de mulheres bispos e afirmou que essa decisão constitui “um novo obstáculo para a reconciliação” entre as duas igrejas.

Em um comunicado oficial, a Santa Sé admite que a decisão da Igreja da Inglaterra “terá conseqüências para o diálogo” entre anglicanos e católicos, “que estava começando a dar frutos”.

Os sacerdotes e bispos da Igreja católica são exclusivamente de sexo masculino e as mulheres não podem oficiar as missas.

A nota do Vaticano, assinada pelo Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, enfatiza que a decisão dos anglicanos constitui “uma desvinculação da tradição apostólica respeitada por todas as igrejas no primeiro milênio de existência”.

A Igreja Anglicana votou nesta segunda-feira a favor da ordenação de mulheres bispos, após um debate marcado pelas divergências entre conservadores e liberais, informou a rede britânica de televisão Sky News.

Mais de 1.300 sacerdotes ameaçavam deixar a Igreja Anglicana se o Sínodo Geral (corpo legislativo da igreja) aprovasse a polêmica iniciativa, provocando temores sobre uma potencial cisma.

O Sínodo Geral, por sua vez, se recusou a adotar medidas de compromisso para compensar os religiosos contrários à ordenação de mulheres bispos.

A votação aconteceu na cidade de York, no norte da Inglaterra, nas três câmaras do Sínodo. Os bispos se pronunciaram a favor por 28 votos a 12, o clero por 124 a 44 e os laicos por 111 a 68, segundo o jornal britânico Times.

Todo o processo durou oito horas e foi acompanhado por calorosos debates entre as duas correntes.

Além da decisão sobre a permissão para que mulheres sejam ordenadas bispo, o Sínodo decidiu contra a criação de três “superbispos” masculinos e de novas dioceses para as paróquias que não quiserem aceitar mulheres bispos.

O arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, que será o anfitrião da próxima conferência de bispos anglicanos de todo o mundo, marcada para acontecer em Londres, em agosto, havia advertido sobre os “riscos” dessas divisões.

Mais de mil sacerdotes anglicanos escreveram ao arcebispo de Canterbury e primaz anglicano anunciando sua decisão de romper com a Igreja da Inglaterra, igreja mãe da comunidade anglicana, caso o bispado feminino não fosse vetado no Sínodo.

A Igreja Anglicana reúne cerca de 77 milhões de fiéis.

Para os conservadores, práticas como a ordenação de mulheres bispos e clérigos homossexuais – tema que também causou polêmica no seio da religião nos últimos anos – gera dúvidas quanto à interpretação dos textos sagrados da Bíblia.

Os liberais, no entanto, argumentam que chegou a hora de tentar uma abordagem mais abrangente.

As divisões na Igreja Anglicana começaram a se evidenciar em 2003, quando seu braço americano ordenou Gene Robinson, um clérigo abertamente homossexual, como bispo de New Hampshire (nordeste).

As tensões aumentaram no ano passado, com a escolha de uma mulher para representar a comunidade anglicana dos Estados Unidos, que conta com 2,5 milhões de fiéis, e com os casamentos homossexuais.

A maioria dos braços da Igreja Anglicana no Terceiro Mundo resiste a adotar medidas como a ordenação de mulheres como bispos e é contra a homossexualidade.

Quinze províncias episcopais votaram a favor do bispado feminino, entre elas as do México e da América Central. Quatro delas – Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Estados Unidos – já ordenaram mulheres.

Em um conclave realizado há alguns dias em Jerusalém, anglicanos conservadores se comprometeram a permanecer na Comunhão Anglicana mundial, mas integrando um conselho de bispos próprio, o que equivale a ignorar a autoridade do Arcebispo de Canterbury.

Fonte: AFP

Padre expulsa menino do casamento dos pais

Um padre ordenou que um menino de 2 anos fosse retirado da igreja onde era celebrado o casamento de seus pais, na cidade britânica de Stoke, porque ele não parava de falar, segundo informa nesta segunda-feira o diário online Metro.

O padre David Cameron mandou que a criança saísse da Igreja Fenton porque ela repetia o nome do pai sem parar, de acordo com o casal, Ashley, 21 anos, e Vicky Thorpe, 20 anos.

O pároco não admitiu as alegações de que sua conduta foi irregular, porém a diocese abriu uma investigação para averiguar a denúnci

Fonte: Terra

Filmes: Médicos querem censura por idade para cenas de fumo

A Associação Britânica de Médicos quer que cenas de filmes e programas de TV com personagens fumando sejam mais controladas para reduzir a exposição de jovens a imagens positivas do fumo.

No relatório Forever Cool: the influence of smoking on young people (A influência do fumo sobre os jovens, em tradução livre), os médicos afirmam que todo filme e programa de TV que traz imagens positivas do fumo deve ser precedido por uma mensagem de alerta sobre os perigos do cigarro.

Além disso, o documento, divulgado no domingo, defende que os censores levem em conta o conteúdo pró-fumo dos filmes antes de determinar para qual faixa etária a obra pode ser liberada.

“A tendência de abandono do cigarro registrada há 20 anos tem desacelerado nos últimos anos (na Grã-Bretanha), então, é essencial que novas medidas sejam tomadas para acabar com o glamour do cigarro”, disse a chefe do departamento de Ciência e Ética da associação, Vivienne Nathanson.

Segundo o relatório, a maior parte dos fumantes começa a fumar antes dos 18 anos e praticamente todos o fazem antes de completar 25 anos, o que demonstra que os jovens são um grupo alvo importante para a indústria do tobaco.

Os médicos dizem que os jovens são muito influenciados pelo que percebem como sendo normal e atraente, especialmente imagens que vêem em filmes e revistas.

“Os jovens estão rodeados de imagens positivas do tobaco – desde pais e colegas fumando a celebridades e ídolos que vêem na mídia. Eles também estão expostos ao marketing forte da indústria, e tudo isso reforça a idéia de que o hábito é ‘legal’.”

O relatório da associação também defende que o governo britânico adote uma série de restrições ao marketing do cigarro. Entre elas estão a proibição de deixar o produto à mostra em locais de venda, o fim das máquinas de cigarro e a introdução de maços de cigarro levando apenas o nome da marca – sem nenhum design – e as advertências sobre os riscos do fumo.

Fonte: BBC Brasil

Banco Mundial diz que crise dos alimentos pode levar à fome mais 100 milhões de pessoas

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, cobrou ontem que os líderes do G8 (os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) evitem o que chamou de “desastre”, ou seja, “a crise alimentícia global” que cálculos do banco, com base em verificações de campo, demonstram que pode levar à fome um contingente adicional de 100 milhões de pessoas.

“É um teste para o sistema internacional. Não temos o direito de falhar”, disse Zoellick, em entrevista coletiva à margem do encontro de cúpula do G8, ontem iniciado. Segundo os dados mais recentes da FAO (órgão da ONU para a agricultura e a alimentação), existem 854 milhões de pessoas subnutridas no mundo.

O presidente do Bird listou três providências imediatas que deveriam ser tomadas -e que, ao que tudo indica, constarão do documento final do encontro do G8:

1) Atender as necessidades mais urgentes dos países muito pobres, em especial na merenda escolar e no aleitamento materno;

2) Ajudar pequenos produtores com sementes e fertilizantes para que possam aumentar a produção;

3) Eliminar as restrições à exportação de alimentos impostas por 26 países e que “provocam uma ruptura no sistema internacional de alimentação”. Aqui, entra em ponto sensível para o governo argentino, que impôs taxa adicional às exportações de soja, o que deu origem a um conflito prolongado com os produtores rurais, do qual resultou uma forte queda na popularidade da presidente Cristina Kirchner.

Retirar as restrições tem o apoio do presidente francês, Nicolas Sarkozy. “Notei, com interesse, que vários países, entre eles a Rússia, fizeram recentemente anúncios de que eliminariam limites às exportações de alimentos”, disse Sarkozy.

O presidente francês também deixou implícito que o pacote delineado por Zoellick está na agenda do G8, ao afirmar que, após “a resposta urgente [às necessidades mais imediatas], o G8 deve também oferecer respostas a médio e longo prazo”.

Mas, ao entrar no detalhe de uma das respostas, Sarkorzy demonstrou que os governantes não estão seguros sobre as causas que levaram à disparada de preços de alimentos. Propôs a criação de um grupo internacional de especialistas para “oferecer um diagnóstico preciso sobre as dificuldades alimentares e agrícolas e para emitir alertas sobre riscos de crises”.

Seguiria o modelo do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), um vasto condomínio de especialistas que identificou os riscos do aquecimento global.
Enquanto não há clareza sobre a crise, o alerta é dado pelo secretário-geral da ONU, o coreano Ban Ki-moon, para quem os altos preços de alimentos “fizeram retroceder o relógio do desenvolvimento”.

Ban Ki-moon afirmou também que não está havendo progresso para que sejam atingidas as “Metas do Milênio”, conjunto de indicadores que o mundo deveria alcançar até 2015.
A falta de progresso é mais evidente na África, diz o dirigente da ONU, por ser a região mais atingida pela crise alimentar. Não por acaso, os líderes do G8 começaram sua cúpula deste ano com uma reunião com governantes de sete países africanos mais o presidente da Comissão Africana.

Todos reclamaram de que o G8 não cumpre as promessas que repetidamente faz à África. Há três anos, em cúpula na Escócia, os países ricos prometeram US$ 25 bilhões adicionais, dos quais apenas um quarto foi efetivamente desembolsado, conforme denúncia de organizações não-governamentais que trabalham no continente africano.

Fonte: Folha de São Paulo

Ads
- Publicidade -
-Publicidade-