Início Site Página 7

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) - Foto: STF
Pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) - Foto: STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira (25) para autorizar a presença de símbolos religiosos em prédios públicos da União, como crucifixos e imagens de santos. A questão surgiu a partir de um recurso do Ministério Público Federal, que alegou que tais ícones violam o princípio de laicidade do Estado.

Até o momento, seis ministros votaram contra o pedido, enquanto nenhum voto favorável foi registrado. O prazo para a inclusão de votos no plenário virtual se encerrou ontem, 26.

Argumentos do relator e outros ministros

O ministro Cristiano Zanin, relator do processo, sustentou que a exibição de símbolos cristãos não afronta a laicidade do Estado, pois o cristianismo desempenhou um papel crucial na formação cultural e histórica do Brasil. “A presença de símbolos religiosos nos espaços públicos […] não constrange o crente a renunciar à sua fé; não retira a sua faculdade de autodeterminação e percepção mítico-simbólica; nem fere a sua liberdade de ter, não ter ou deixar de ter uma religião”, afirmou Zanin em seu voto.

Zanin destacou ainda que a influência do cristianismo está presente em feriados, nomes de ruas, cidades e estados brasileiros. Ele também propôs a tese de que “a presença de símbolos religiosos em prédios públicos, pertencentes a qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, desde que tenha o objetivo de manifestar a tradição cultural da sociedade brasileira, não viola os princípios da não discriminação, da laicidade estatal e da impessoalidade”.

O ministro Flávio Dino acompanhou o relator e reforçou a ideia de que o Estado brasileiro não deve ser “indiferente ou contrário à religião, mas sim respeitar e promover um ambiente onde a expressão religiosa possa coexistir de forma harmoniosa com o pluralismo”. Dino mencionou que mais de 580 municípios brasileiros possuem nomes de santos e que, desde a fundação do Brasil, as religiões dos povos originários e africanos também contribuíram para a formação da identidade nacional.

Edson Fachin, último a se manifestar, argumentou que a separação entre igreja e Estado não deve limitar a religião à esfera privada, ressaltando que contribuições religiosas ao debate público são legítimas. “Por me alinhar à percepção de que, no caso dos autos, a presença do crucifixo em espaços públicos se coloca como uma manifestação cultural, não verifico violação à liberdade de crença e consciência e à laicidade estatal”, declarou.

Contexto da controvérsia

A manutenção de símbolos religiosos em prédios públicos foi alvo de questionamento após a representação de um cidadão à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, devido à presença de um crucifixo no plenário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo. A ação levantou a dúvida sobre se tais ícones violam a liberdade de crença e a laicidade estatal previstas na Constituição Federal.

Curiosamente, o próprio plenário do STF tem um crucifixo exposto atrás da cadeira do presidente da corte. A escultura, danificada durante a invasão de 8 de janeiro de 2023, foi restaurada semanas depois.

Antes de propor a tese, Zanin citou trechos de obras de Gilberto Freyre e referências a votos anteriores do ministro André Mendonça, que defendeu a construção de um monumento de São Sebastião em uma cidade no litoral paulista. Esses argumentos reforçam a tese de que o cristianismo e seus símbolos estão intrinsecamente ligados à cultura e história brasileiras.

O caso, que tem repercussão geral, determinará como o tema será aplicado a todos os recursos similares no futuro.

Folha Gospel com informações de Folha de S. Paulo e STF

Igreja evangélica é condenada por propina ao ex-ministro de Bolsonaro

Ministro da Educação, Milton Ribeiro, com os pastores Arilton Moura (ao fundo) e Gilmar Santos em culto em Goiânia (GO) - Reprodução redes sociais
Ministro da Educação, Milton Ribeiro, com os pastores Arilton Moura (ao fundo) e Gilmar Santos em culto em Goiânia (GO) - Reprodução redes sociais

A Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu o julgamento de Processo Administrativo de Responsabilização – PAR instaurado para apuração de atos lesivos à administração pública imputados à Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Goiânia – Ministério Cristo para Todos, relacionados à suspeita de exercício indevido de influência de líderes religiosos junto ao Ministério da Educação – MEC.

A igreja, que está em nome do pastor Gilmar Silva dos Santos, foi condenada ao pagamento de multa no valor de R$ 6.994,71 (seis mil, novecentos e noventa e quatro reais e setenta e um centavos). A penalidade decorre de envolvimento em esquema de propina ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. O caso, conhecido como Pastores do MEC, revelou uso indevido de influência religiosa no Ministério da Educação.

A investigação teve início após a divulgação de notícia jornalística informando que um pastor vinculado à igreja havia solicitado propina a prefeitos municipais para intermediar, junto ao MEC, a liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.

Diante disso, a CGU entendeu que a Igreja praticou o ato lesivo à administração pública previsto no inciso I do artigo 5º da Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013), pois, ao promover a imagem do ex-ministro em bíblias como retribuição pelos benefícios obtidos, a Assembleia de Deus de Goiânia deu a ele vantagem indevida, em troca da manutenção da relação de proximidade entre os pastores a esse agente público federal. Essa proximidade permitia que os pastores cobrassem valores aos prefeitos com o intuito de influenciar a decisão da Administração.

Além disso, a CGU entendeu que a intermediação de custeio de passagens aéreas por líderes religiosos configurou ato lesivo previsto no inciso II do artigo 5º da Lei Anticorrupção, caracterizando “subvenção do pagamento de vantagem indevida”.

A CGU destacou que essa prática consolidou vantagens indevidas e comprometeu a integridade das políticas públicas do MEC.

Além do pagamento da multa, a igreja foi condenada a fazer publicação extraordinária da decisão condenatória em jornal de grande circulação, em sua sede e em sua página na internet.

O caso “Pastores do MEC”

O caso foi deflagrado com a informação de que um pastor ligado à igreja havia pedido propina a prefeitos para intermediar, junto ao MEC, a liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O ex-ministro de Bolsonaro chegou a ser preso em operação da Polícia Federal, em junho de 2022, devido ao escândalo. O caso, uma espécie de “gabinete paralelo”, ficou conhecido como Pastores do MEC.

Esta não foi é primeira punição em torno do caso de propina. A Comissão Ética Pública (CEP) da Presidência da República puniu Ribeiro com censura ética, que atua como uma “mancha no currículo”.

Fonte: Metrópoles, NP Expresso e Controladoria-Geral da União

Israel anuncia acordo de cessar-fogo com o Hezbollah no Líbano

Israel lança contra-ataque em Gaza (Foto: Reprodução)
Israel lança contra-ataque em Gaza (Foto: Reprodução)

Um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah do Líbano entrará em vigor na quarta-feira, após ambos os lados aceitarem um acordo mediado pelos Estados Unidos (EUA) e pela França. O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou o acordo na terça-feira (26), destacando que o objetivo é pôr fim a um conflito devastador, que resultou na morte de milhares de pessoas desde o seu início do conflito em Gaza.

Biden afirmou que o acordo visa uma cessação permanente das hostilidades. “Isso foi projetado para ser uma cessação permanente das hostilidades”, afirmou, ressaltando que o Hezbollah e outras organizações terroristas não poderão mais ameaçar a segurança de Israel. As forças israelenses se retirarão gradualmente do sul do Líbano ao longo de 60 dias, enquanto o exército libanês assumirá o controle da região para evitar que o Hezbollah reconstituísse sua infraestrutura no local.

Enquanto isso, os civis de ambos os lados poderão retornar às suas comunidades de maneira segura, conforme afirmou Biden. O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, mencionou que o exército libanês mobilizará pelo menos 5.000 soldados para o sul do Líbano durante a retirada das tropas israelenses.

Apesar do progresso diplomático, as hostilidades não cessaram imediatamente. Israel intensificou seus ataques aéreos em Beirute e outras regiões do Líbano, enquanto o Hezbollah continuou a disparar foguetes contra o território israelense. Até o anúncio do cessar-fogo, as operações militares continuaram gerando mais vítimas e danos em ambas as partes.

A coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, saudou o acordo como uma oportunidade de encerrar o conflito devastador e destacou a importância da implementação das medidas acordadas. Porém, não há indícios de que essa trégua no Líbano influenciará um cessar-fogo em Gaza, onde a situação com o Hamas permanece delicada e o conflito continua a causar graves consequências humanitárias.

Embora o cessar-fogo tenha recebido apoio em várias partes, ele também enfrenta resistência, com algumas figuras políticas em Israel e no Líbano questionando a viabilidade e os termos do acordo. O ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir, expressou preocupações quanto à segurança do retorno dos civis israelenses às suas casas e à capacidade do exército libanês de enfrentar o Hezbollah.

O cessar-fogo é um passo importante, mas o cenário continua tenso, com os desafios para a construção de uma paz duradoura ainda presentes. Desde outubro de 2023, Israel e o Hezbollah têm trocado tiros quase diários na fronteira, após os ataques do Hamas e a invasão israelense à Faixa de Gaza. Os confrontos se intensificaram no final de setembro de 2024, com bombardeios israelenses e uma invasão terrestre limitada.

Nesta terça-feira, Israel realizou novos ataques aéreos em Beirute, matando pelo menos sete pessoas. Israel alega que seus ataques visam garantir a segurança dos 60 mil residentes do norte de Israel deslocados pelos foguetes do Hezbollah. O Líbano enfrenta perdas econômicas de cerca de 8,5 bilhões de dólares, e a recuperação será demorada. O futuro do Hezbollah após a guerra é incerto, já que o grupo foi enfraquecido, mas não destruído.

Fonte: Comunhão

Coreia do Norte restringe ainda mais a liberdade de pensamento

Bandeira da Coreia do Norte (Foto: Portas Abertas)
Bandeira da Coreia do Norte (Foto: Portas Abertas)

António Guterres, Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), quer responsabilizar a Coreia do Norte e seus representantes por graves violações dos direitos humanos. Em um relatório divulgado recentemente, ele sugere o uso de “medidas de reparação e de busca da verdade”.

O relatório destaca o aumento da repressão à liberdade de expressão, pensamento e acesso à informação, o controle rigoroso sobre o deslocamento interno e externo dos cidadãos e o uso de trabalho forçado em condições extremas na Coreia do Norte entre julho de 2023 e maio de 2024.

António Guterres observa uma escalada significativa na repressão, com novas leis que restringem severamente o acesso a mídia e informações estrangeiras. Especialmente devido a leis como a Lei do Pensamento e Cultura Reacionários, que impõe penas severas, incluindo prisão perpétua e até pena de morte, pela disseminação do que o governo considera conteúdo “reacionário”, como filmes e músicas da cultura sul-coreana e notícias estrangeiras.

“Não deixem de orar”

A pressão faz parte de um esforço mais amplo para controlar a população e limitar sua exposição a influências externas. “A lei é uma ameaça para todos os cidadãos. Ela visa especificamente os cristãos e proíbe a Bíblia e outros materiais religiosos”, observa Simon Lee (pseudônimo), coordenador do ministério da Portas Abertas com norte-coreanos.

No texto oficial, a lei não menciona o cristianismo ou a religião, mas fala de “materiais supersticiosos. Todo norte-coreano sabe o que significa essa frase”, acrescenta Simon. Entre as principais recomendações do relatório internacional, o governo norte-coreano está sendo intimado a cessar o uso de tortura e trabalho forçado, libertar todos os prisioneiros políticos e abolir a pena de morte, que atualmente é aplicada para uma ampla gama de crimes não violentos.

“Esperamos que os cristãos ao redor do mundo não deixem de orar pela Coreia do Norte. Se não orarmos, significa que perdemos a esperança. Mas os cristãos norte-coreanos ainda têm esperança de que um dia a situação em seu país melhorará”, conclui Simon.

Fonte: Portas Abertas

Líderes cristãos condenam governo de Cuba por violações da liberdade religiosa

Bandeira de Cuba (Foto: Canva)
Bandeira de Cuba (Foto: Canva)

Líderes cristãos em Cuba condenaram o governo por suas contínuas violações da liberdade religiosa, emitindo uma declaração conjunta condenando as multas impostas a líderes religiosos e restrições ao culto. A Aliança dos Cristãos de Cuba declarou que as ações do governo estão obstruindo a capacidade dos grupos religiosos de fornecer ajuda humanitária em meio a uma crise nacional que está piorando.

A ACC, uma rede independente de líderes religiosos formada em 2022, divulgou uma declaração na semana passada, criticando o governo cubano por se recusar a legalizar locais de culto não registrados e impor multas severas aos líderes religiosos, informou o grupo Christian Solidarity Worldwide (CSW), sediado no Reino Unido.

A declaração, assinada por 63 líderes religiosos, descreveu as medidas do governo como um ataque direto à liberdade de culto.

“Observamos com consternação que o estado cubano se recusa a abrir espaços para o exercício de direitos fundamentais como a liberdade de associação”, dizia a declaração. “Isso limita a capacidade das igrejas de fornecer apoio e assistência social aos mais necessitados.”

De acordo com a declaração, o governo arrecadou mais de 1 milhão de pesos cubanos, ou cerca de US$ 42.000, em multas de líderes religiosos, uma ação descrita como punitiva para aqueles que buscam ajudar suas comunidades.

A CSW afirma ter documentado pelo menos 69 incidentes desde janeiro nos quais líderes religiosos, incluindo líderes cristãos e afro-cubanos de grupos registrados e não registrados, foram alvos de multas em 11 províncias.

Em um caso de junho, o líder de um grupo cristão não registrado em Matanzas foi multado em 20.000 CUP, ou $850, por se recusar a desocupar a propriedade onde os serviços religiosos eram realizados. Apesar de possuir documentos legais provando a propriedade, o grupo teve a permissão oficial negada para se reunir lá.

Em outro caso, líderes de dois grupos cristãos registrados em Camagüey e Holguín foram multados em 15.000 CUP, ou US$ 650, e 50.000 CUP, ou US$ 2.100, respectivamente, por realizar reformas sem autorização.

As multas ocorrem em um momento em que Cuba enfrenta graves dificuldades econômicas, somadas a desastres naturais e repetidas falhas na rede elétrica.

“Cuba está passando por uma crise diferente de tudo que viu em décadas”, disse Anna Lee Stangl, codiretora de advocacia da CSW. “Em vez de abrir espaço para a sociedade civil independente, incluindo grupos religiosos, para permitir que eles forneçam ajuda humanitária muito necessária à comunidade em geral, o governo sob o presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez está apertando as restrições a todas as liberdades.”

Stangl acrescentou que a CSW apoia a ACC ao instar o governo cubano a defender os direitos humanos fundamentais, incluindo o direito à liberdade de religião ou crença, conforme garantido pelo Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A repressão intensificada à liberdade religiosa em Cuba ocorre após os protestos de julho de 2021, quando milhares de cubanos se manifestaram contra a forma como o governo lida com questões econômicas e políticas.

Um relatório anterior da CSW documentou 622 violações da liberdade religiosa em 2023, em comparação com 657 casos em 2022 e 272 em 2021, indicando um nível sustentado de repressão.

O relatório identificou táticas como vigilância, interrogatório e ameaças dirigidas a líderes religiosos e suas congregações, particularmente aqueles que apoiam famílias de presos políticos ou fornecem assistência humanitária.

Líderes de grupos não registrados enfrentavam assédio e ameaças constantes, enquanto crianças de famílias religiosas eram vítimas de abuso verbal nas escolas devido às suas crenças.

“Aqueles considerados dissidentes pelo governo foram repetidamente e sistematicamente impedidos de comparecer a serviços religiosos, geralmente por meio de detenção arbitrária de curto prazo”, disse o relatório.

Entre os mais afetados estão os membros das Ladies in White, um grupo fundado por esposas e mães de presos políticos. Elas são rotineiramente multadas e arbitrariamente detidas para impedi-las de comparecer aos cultos da igreja aos domingos.

A CSW observou que os líderes religiosos que forneciam ajuda humanitária ou apoio às famílias de presos políticos muitas vezes viam sua assistência confiscada pelas autoridades.

“Eu disse a eles que pertenço a uma igreja cristã, não contrarrevolucionária. Sou um crente em Deus e um seguidor de Cristo”, disse um líder religioso não identificado aos pesquisadores da CSW. “Eu disse a eles que eles podem fazer comigo o que quiserem, mas eu não vou parar de frequentar a igreja.”

O governo cubano criou o Departamento de Atenção às Instituições Religiosas e Grupos Fraternais em 2022, mas líderes religiosos disseram à CSW que o Escritório de Assuntos Religiosos do Comitê Central do Partido Comunista Cubano continua sendo a autoridade primária, mantendo uma postura antagônica em relação aos grupos religiosos.

O Departamento de Estado dos EUA designou Cuba como um “país de particular preocupação” para a liberdade religiosa, colocando-o ao lado de nações como China, Irã e Coreia do Norte como um dos piores infratores dos direitos humanos.

Folha Gospel com texto original de The Christian Post

Pressões sociais e culturais desafiam valores cristãos da Geração Z

Jovens reunidos lendo a Bíblia (Foto: Canva Pro)
Jovens reunidos lendo a Bíblia (Foto: Canva Pro)

A Geração Z, composta por jovens nascidos entre 1997 e 2012, cresceu em um ambiente saturado pela tecnologia, com as redes sociais se tornando não apenas plataformas de entretenimento, mas também espaços para diálogo e mobilização. Entre memes, hashtags e desafios virais, esses jovens encontram um campo fértil para explorar questões de identidade, política e sexualidade, desafiando normas estabelecidas, inclusive as bíblicas.

Nesse cenário de constante conectividade, surgem também dúvidas existenciais e conflitos de valores, especialmente quando se trata de conciliar sua fé cristã com as pressões sociais contemporâneas. Torna-se essencial entender como a Geração Z pode manter sua identidade cristã enquanto navega por uma sociedade cada vez mais plural e digital.

Julia Jeffress Sadler, ministra e conselheira de jovens cristãos, compartilhou recentemente, em um podcast no Christian Post, sua experiência de mais de 15 anos no ministério com jovens em fase estudantil, acompanhando de perto o impacto das questões culturais na fé dessa geração. Ela destaca um fenômeno preocupante: muitos jovens, ao atingirem a fase adulta, se afastam da igreja.

“Eles dizem que nós não respondemos às perguntas que tinham”, revela Julia, uma realidade que reflete a crescente desconexão entre os jovens e a igreja tradicional. A falta de respostas claras sobre temas como identidade de gênero, sexualidade e os desafios das redes sociais tem sido um dos principais motivos desse afastamento, segundo a líder que também é a autora best-seller de “Pray Big Things”, filha de pastor e a Ministra da Próxima Geração na Primeira Igreja Batista em Dallas.

A batalha da Geração Z com a identidade, no entanto, não se resume a questões sobre gênero, apesar de a questão parecer dominar a pauta. Julia observa que, apesar de muitos jovens cristãos possuírem uma criação sólida, há uma falha em se conectar com a Bíblia quando confrontados com dilemas morais e éticos. “Muitos não sabem como defender a verdade. Eles não sabem como usar a Bíblia para explicar que somos homem e mulher, por exemplo”, afirma.

Esse distanciamento entre fé e prática pode ser atribuído à dificuldade de aplicar ensinamentos bíblicos em situações do cotidiano, especialmente em um mundo onde as normas sociais estão em constante transformação. Discutir sobre isso, fascina a ministra que se diz apaixonada por discutir a Palavra de Deus aplicando-a aos tópicos que permeiam a atualidade.

A pressão para se conformar aos padrões culturais representa um grande desafio. A ministra de jovens observa que muitos jovens cristãos sentem receio de se posicionar contra normas amplamente aceitas pela sociedade, especialmente em temas como identidade de gênero e sexualidade. Para eles, manter o amor e a aceitação de familiares e amigos próximos parece, muitas vezes, mais importante do que defender os valores bíblicos, resultando em uma postura de apoio incondicional mesmo quando há desacordo com os ensinamentos cristãos.

Esse reflexo de aceitação e inclusão no ambiente social prevalece, por vezes, sobre a fidelidade aos princípios de fé. Nas redes sociais, essa desconexão se amplifica, pois o receio de julgamento por opiniões divergentes é constante.

Diante desse cenário, o papel dos pais e líderes cristãos se torna ainda mais crucial. Julia sugere que a chave para apoiar os jovens em sua jornada de fé não está em impor correções precipitadas, mas em estabelecer uma conexão emocional genuína antes de apontar falhas. “Os pais precisam se conectar antes de corrigir. Isso significa ouvir, compreender e, a partir dessa base de confiança, guiar com sabedoria”, orienta. A habilidade de manter um diálogo aberto, sem condenação, é essencial para que os jovens se sintam acolhidos, e não rejeitados, ao lidarem com suas dúvidas e lutas internas.

Essa postura de acolhimento também se estende ao ambiente da igreja. Para Julia, a desconexão entre a Geração Z e a fé cristã pode ser em parte atribuída à falta de um espaço seguro onde os jovens possam expressar suas dúvidas e questionamentos sem medo de julgamento. Ela compara a situação com o filme Jesus Revolution, que retrata jovens buscando respostas para suas angústias em lugares onde a verdade era apresentada de forma acolhedora.

“Muitos cristãos sabem que a Bíblia fala sobre masculino e feminino, mas o que isso tem a ver com seu melhor amigo, que é gay? Existe uma desconexão na aplicação prática da teologia”, observa Julia. O que falta, segundo ela, é a criação de espaços dentro da igreja onde os jovens possam discutir abertamente essas questões, alinhando sua fé com o mundo que os cerca, sem abrir mão da verdade.

O desafio de ensinar e aplicar a Bíblia de forma prática continua sendo central para a formação dessa geração. Os líderes e pais precisam estar atentos à pressão cultural que influencia os jovens, mas também precisam reconhecer a importância de fundamentar suas crenças nas Escrituras.

Para enfrentar esses desafios, é essencial que a Geração Z tenha modelos de fé que não apenas preguem, mas vivam a verdade com empatia e compreensão. O futuro da fé cristã na sociedade moderna depende de como a igreja e os pais se adaptam para orientar essa geração, mantendo a integridade dos valores cristãos sem perder a capacidade de se conectar com os jovens de maneira relevante e respeitosa. Como destaca Julia, “se perdermos a conexão, perdemos a capacidade de influenciar”. É por meio do amor, da paciência e do compromisso com a verdade bíblica que a Geração Z poderá encontrar um caminho seguro, equilibrando suas crenças com as complexas demandas do mundo atual.

Fonte: Comunhão

Reforma legal ameaça cristãos indígenas no México

Cristãos sofrem perseguição no México (Foto: Portas Abertas)
Cristãos sofrem perseguição no México (Foto: Portas Abertas)

No final de setembro, o governo mexicano aprovou uma reforma que tornou o sistema de tradições e costumes uma questão de direito público. Essa mudança pode agravar a perseguição aos cristãos em comunidades indígenas, pois esse artifício legal, frequentemente, tem sido usado para justificar a perseguição religiosa no México.

Práticas como sacrificar animais aos deuses ancestrais ou adorar imagens de escultura são algumas das tradições religiosas mantidas e reforçadas pelos líderes de comunidades indígenas mexicanas, resultado de séculos de sincretismo entre crenças ameríndias e outras tradições religiosas.

Esse sistema de tradições e costumes regula todos os aspectos da vida diária, desde a resolução de conflitos até a distribuição de recursos e o exercício do poder. De acordo com os líderes comunitários, todos os indígenas sob sua jurisdição devem cumprir essas tradições, sem exceção.

Julgamento parcial

No entanto, essas práticas às vezes podem entrar em conflito com alguns direitos constitucionais mexicanos, como o que garante a liberdade de crença religiosa e assegura o livre exercício da religião, desde que não envolva práticas contrárias à moralidade, saúde ou ordem pública.

A mudança na lei, dessa forma, significa que as comunidades indígenas poderão exercer seus direitos de forma autônoma, sem mediação externa, do governo. Jorge Jiménez (pseudônimo), pesquisador da Portas Abertas no México, expressou preocupação com a reforma, observando que ela efetivamente cria um quarto nível de governo, além do federal, estadual e municipal.

Segundo o pesquisador, “essa mudança pode impactar significativamente a forma como os direitos e as responsabilidades são reconhecidos e concedidos a essas comunidades”. Ele teme que essas mudanças violem os direitos dos cristãos que vivem em comunidades indígenas, uma vez que a lei poderia colocar as tradições ancestrais acima das crenças e direitos religiosos dos cristãos.

Um advogado que trabalha com a Portas Abertas no México destacou as complexidades legais que essa nova reforma poderia criar para a defesa de casos de perseguição em comunidades indígenas. “A defesa legal que a Portas Abertas oferece se tornará mais desafiadora se esses casos forem tratados por tribunais indígenas especializados. A estrutura desses tribunais não é claramente explicada na nova reforma. Espera-se que esses tribunais sejam escolhidos por costume, o que poderia levar a uma justiça parcial que afetaria as minorias cristãs”, ele afirma.

Ajude cristãos indígenas mexicanos  

Ao abandonarem a religião tradicional de seus ancestrais, cristãos indígenas no México precisam de amparo legal para responder à perseguição de autoridades locais e líderes comunitários. Com uma doação, você permite que sejam preparados para se defender legalmente em casos de perseguição em comunidades indígenas. 

Fonte: Portas Abertas

Pastores são pressionados por gangues na Colômbia

Cristãos na Colômbia (Foto: Reprodução)
Cristãos na Colômbia (Foto: Reprodução)

Buenaventura é o principal porto da Colômbia. Mas as vantagens que uma vez lhe fizeram um dos dez portos mais importantes da América Latina – como seu acesso ao Oceano Pacífico ou seu grande número de rios – agora são fatores que aumentam a presença de gangues criminosas que buscam o controle das rotas de tráfico de drogas e armas.

De acordo com a Defensoria Pública, há pelo menos 39 grupos armados no distrito colombiano. A violência se estende por toda região, conhecida como departamento do Valle del Cauca e é classificada como a 24ª cidade mais violenta do mundo. Apenas em abril deste ano, houve um ataque de carro-bomba a um batalhão do exército, um massacre de cinco pessoas e o assassinato de dois vereadores municipais.

As áreas urbanas e rurais de Buenaventura enfrentam lutas constantes entre as gangues, com assassinatos, extorsões, confrontos e deslocamentos constantes. “Temos a sensação de que as pessoas não querem sair porque têm medo de serem mortas. Não há lugar seguro”, disse Pedro*, um pastor da área.

O que isso significa para a igreja?

Em geral, a igreja está exposta a violência e restrições causadas pelo conflito. Isso complica o trabalho com os cristãos perseguidos. Moisés*, um pastor local explica: “Nossos líderes tomaram a decisão de reduzir o apoio aos pastores porque é muito arriscado enviar trabalhadores às zonas de conflito. Cuidar dos irmãos é complicado com esses grupos.”

Em algumas regiões, os cultos da igreja precisam ser realizados mais cedo ou mais rapidamente. Em algumas áreas, é muito difícil fazer vigílias e as atividades podem ser suspensas quando os grupos armados impõem bloqueios. As igrejas cristãs também estão sob constante cerco e vigilância, especialmente os líderes e membros que se envolvem em ministérios voltados para jovens.

De acordo com a Portas Abertas, entre 2023 e 2024 houve pelo menos 35 casos de perseguição na região, afetando 960 irmãos e irmãs em Cristo. Dez desses incidentes foram relatados apenas este ano, e seis deles foram de Buenaventura. Devido a isso, muitos cristãos deixaram a região, o que afeta as igrejas.

“Deus está aqui, mas humanamente nos sentimos sozinhos. É por isso que pedimos que continuem nos acompanhando e fortalecendo”, acrescenta o pastor Pedro. Juan, outro pastor local, acrescenta: “Orem para que Deus levante trabalhadores e envie recursos físicos e espirituais para este trabalho. Nosso objetivo é continuar a expandir o Reino”.

*Nomes alterados por segurança.

Fonte: Portas Abertas

Bíblia é o livro mais marcante para brasileiros, mostra pesquisa

Mulher lendo a Bíblia (Foto: Canva Pro)
Mulher lendo a Bíblia (Foto: Canva Pro)

A 6º edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” foi divulgada nessa terça (19) e mostrou que a Bíblia Sagrada alcançou o primeiro lugar entre os livros mais marcantes para os brasileiros. O relatório foi coordenado pelo Instituto Pró-Livro e realizado pelo Instituto IPEC que apresentou livros que exercem influência na cultura literária brasileira.

O relatório constatou a importância de contextos culturais e literários brasileiros que estimulam o interesse dos leitores. Um exemplo é o recorde mundial alcançado pela Sociedade Bíblica do Brasil, que no início de novembro comemorou a impressão de 200 milhões de exemplares bíblicos em um período de 29 anos.

Esses dados referentes ao ano de 2024 ressaltam a importância de programas e iniciativas que incentivem a leitura. Pesquisadores também se preocuparam com o levantamento que apontou que em um período de três meses, apenas 27% dos brasileiros leram um livro inteiro. E pela primeira vez, o número de não leitores superou os leitores.

A pesquisa também identificou três principais razões pelas quais as pessoas ainda buscam a leitura: gosto pessoal, distração e atualização cultural. Outro dado é que o prazer pela leitura está em 38% de crianças e jovens até 10 anos, mas esse percentual acaba diminuindo com a idade.

A “Retratos da Leitura” é considerada a pesquisa mais abrangente na tarefa de medir o comportamento do leitor brasileiro. Ela foi feita pelo Instituto Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) e ouviu 5.504 entrevistados durante visitas domiciliares em 208 municípios entre 30 de abril e 31 de julho de 2024.

A pesquisa é uma iniciativa do Instituto Pró-Livro (IPL) e contou com parceria da Fundação Itaú e apoio da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

Quais os livros mais marcantes?
Abaixo estãos as obras mais citadas pelos entrevistados. Alguns estão com link para comprar na Amazon:

  1. Bíblia
  2. O Pequeno Príncipe
  3. Turma da Mônica
  4. Harry Potter
  5. Diário de um Banana
  6. A Culpa é das Estrelas
  7. Sítio do Pica-Pau Amarelo
  8. A Cabana
  9. Crepúsculo
  10. Violetas na Janela
  11. O Menino Maluquinho
  12. Gibis/História em Quadrinhos
  13. Dom Casmurro
  14. Pai Rico, Pai Pobre
  15. 50 Tons de Cinza
  16. Capitães da Areia
  17. As Crônicas de Nárnia
  18. O Diário de Anne Frank
  19. Como Eu Era Antes de Você
  20. Vidas Secas
  21. Cinderela
  22. Os Três Porquinhos
  23. Iracema
  24. A Arte da Guerra
  25. O Grande Conflito
  26. O Alquimista
  27. Chapeuzinho Vermelho
  28. Meu Pé de Laranja Lima

Fonte: Comunhão e G1

Escola remove referências ao Natal para ser mais “inclusiva” na Inglaterra

Wherwell Primary School in Andover. (Foto: Captura de tela/Google Maps).
Wherwell Primary School in Andover. (Foto: Captura de tela/Google Maps).

Uma escola decidiu remover referências ao Natal de um teatro tradicional encenado para os alunos, para ser mais “inclusiva”, na Inglaterra.

Segundo o Daily Mail, a decisão da Wherwell Primary School em Andover, no condado de Hampshire, provocou críticas de vários pais.

Em uma carta, a direção do colégio comunicou os responsáveis de seus 126 estudantes que a peça “João e o Pé de Feijão”, encenada pela companhia infantil “Chaplins Pantos”, não teria referências ao Natal.

A diretora, Mandy Ovenden, alegou que o objetivo era fazer um evento “inclusivo” para que crianças de todas as religiões participassem da pantomima – teatro de gestos realizado tradicionalmente na época de Natal.

Após os pais criticarem a ação, a diretora enviou uma segunda carta explicando a decisão da escola.

Mandy afirmou que pediu para que a companhia teatral retirasse as canções de Natal que estavam incluídas no espetáculo.

“Temos várias famílias que não celebram o Natal ou o fazem de uma maneira diferente. Os filhos dessas famílias são retirados de eventos como este, a pedido de seus pais”, afirmou a diretora.

“Como este não é um evento de Natal, mas um teatro, pode ser apreciado por todos com as mudanças que solicitamos. Estamos ansiosos para que todos os nossos filhos gostem da pantomima e, para que seja um evento totalmente inclusivo”, argumentou.

Mesmo assim, os pais ficaram insatisfeitos com a escola. “Isso não deveria ser permitido. O Natal é comemorado em todo o Reino Unido e no mundo, e você simplesmente não pode erradicá-lo para que algumas pessoas não se ofendam. Uma pantomima só é realizada no Natal, mas é uma loucura que não possa haver menção à palavra”, protestou um dos pais, em entrevista ao Daily Mail.

Outro responsável declarou: “A diretora está errada cedendo ao capricho de uma pequena minoria de pais. Ela ou a empresa de teatro deveriam ter dito ‘não’. Você não pode erradicar nossa história e cultura”.

A atitude de remover referências ao Natal em um teatro natalino acontece mesmo com a Escola Primária Wherwell afirmando em seu site que é uma instituição que valoriza os valores britânicos, como democracia, tolerância e liberdade individual.

À imprensa, um porta-voz da escola declarou: “Estamos muito entusiasmados por poder presentear nossos alunos com uma pantomima totalmente inclusiva este ano. Como fazemos todos os anos, também estamos realizando uma série de celebrações de Natal durante o restante do semestre, garantindo que, em geral, nossa programação planejada de eventos seja bem equilibrada e reflita toda a nossa comunidade escolar”.

Fonte: Guia-me com informações de Daily Mail

Ads
- Publicidade -
-Publicidade-