Representantes eclesiais não esconderam seu mal-estar depois de ter sido aprovado pelo Parlamento Europeu, nesta quinta-feira, uma resolução que condena os “comentários discriminatórios” contra os homossexuais pronunciados por líderes políticos e religiosos.

O parlamento rejeitou incluir na resolução a proposta de três deputados italianos de condenar publicamente o arcebispo Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana, por declarações públicas contra os homossexuais, apesar de que se tratava de interpretações falsas pela imprensa e posteriormente desmentidas.

A resolução entrou em consenso pelos grupos PSE, ALDE, Esquerda Unitária e Verdes/ALE, obteve 325 votos a favor, 124 contra e 150 abstenções. O documento aprovado condena «os comentários discriminatórios formulados pelos dirigentes políticos e religiosos sobre os homossexuais, pois alimentam o ódio e a violência, ainda que sejam retirados em um segundo momento, e pede-se às hierarquias das respectivas organizações que os condenem».

A resolução convida os Estados membros da União Européia a propor leis «que superem as discriminações que os casais do mesmo sexo sofrem», algo que alguns interpretaram como uma imposição do «matrimônio» homossexual. A resolução propõe que se institua o dia 17º de maio de cada ano como «Jornada internacional contra a homofobia».

O cardeal Angelo Scola, patriarca de Veneza, e o cardeal Peter Erdo, presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, declararam que a Igreja é respeitosa com os homossexuais, como explica o Catecismo da Igreja Católica. “Não há homofobia na Igreja Católica e já é hora de que acabe tudo isso”, explicou o cardeal Scola em declarações ao canal de televisão italiano «Sat2000».

O purpurado crê que o Parlamento Europeu, “ao não poder intervir sobre temas políticos de primeira ordem, apega-se a questões nas quais as diferenças entre países devem ser respeitadas. É necessário que se dê um respeito maior pelas orientações de nossos povos. Não se deve dizer mentiras”, acrescentou. Paolo Bustaffa, diretor do Serviço de Informação Religiosa (SIR) da Conferência Episcopal Italiana, em declarações à «Rádio Vaticano», explicou: «É evidente que se dá uma atitude de suspeita ante o pensamento da Igreja».

Confirmando que a Igreja respeita e oferece compreensão aos homossexuais, ao mesmo tempo Bustaffa declarou que propõe a moral e esta não pode justificar eticamente a homossexualidade como tal.

Fonte: Zenit

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