Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

No final de 2023, o ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, recebeu uma missão além da de chefiar a pasta responsável pelo Bolsa Família: ajudar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a se aproximar do público evangélico. Nos primeiros meses deste ano, no entanto, a missão ganhou contornos ainda mais urgentes.

Pesquisas de opinião pública mostraram que a rejeição deste público em relação ao governo aumentou, afetando sua popularidade.

Em março, uma pesquisa da Quaest apontou que a aprovação geral do governo caiu de 54% para 51%, enquanto a reprovação havia subido de 43% para 46%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Desde agosto de 2023, a reprovação deste segmento ao governo não para de crescer, saindo de 46% naquele mês para 62% em março deste ano.

Em entrevista a BBC News Brasil, Wellington Dias, afirmou que existe uma “fábrica de mentiras” espalhando informações falsas sobre a atuação do governo.

“Se alguém diz que não apoia porque o governo está fechando igrejas, isso é uma mentira e vamos ter que esclarecer. Se a pessoa diz que não apoia porque o governo está tratando de banheiro unissex nas escolas, isso é mentira”, falou.

“[O desafio] é como trabalhar respeitando a democracia em meio a essa onda de mentiras, fake news, que se espalham em redes sociais. Esse é o ponto. É como direcionar uma comunicação adequada, segmentada, para que as pessoas possam compreender a verdade sobre o que chega hoje para cada segmento como, por exemplo, o evangélico, a juventude, o agronegócio, empreendedores, a classe média, etc.”

Nos últimos meses, o governo passou a revisar suas estratégias de comunicação e está prestes a lançar uma campanha com o slogan “Fé no Brasil” que teria, entre outros objetivos, dialogar com o público evangélico, que segundo pesquisa do Datafolha de 2020 representa 31% da população brasileira.

Em fevereiro deste ano, Lula comparou as ações militares de Israel na Faixa de Gaza em resposta ao ataque do Hamas, de outubro de 2023, ao regime nazista de Adolf Hitler, responsável pelo extermínio de seis milhões de judeus.

A declaração foi rechaçada pelo governo israelense que declarou Lula persona non grata no país e foi amplamente divulgada por lideranças evangélicas como uma demonstração de um suposto desapreço do presidente pelo segmento, onde há correntes fortemente identificado com o Estado de Israel.

“Nós tivemos essa situação da guerra na Faixa de Gaza em que fizeram várias interpretações sobre a posição do presidente Lula, que é uma posição do Brasil”, disse Dias.

Para o ministro, as falas de Lula sobre o episódio foram deturpadas.

Dias também disse que uma das saídas para o governo se aproximar desse segmento é trabalhar junto a entidades evangélicas em pautas que afetam este público como a fome.

“Há evangélicos passando fome e precisamos trabalhar com eles”, disse o ministro.

Folha Gospel com informações de BBC News Brasil

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