Henrique Meireles ao lado do bispo Robson Rodovalho, líder da Igreja Sara Nossa Terra

Os pré-candidatos à Presidência já estão procurando ter contato com as principais lideranças evangélicas do país de olho na força do voto conservador. Em jogo, a busca por um eleitorado que, segundo estimativas de pesquisadores, já alcança uma fatia de quase 30% da população. É o que mostra reportagem do jornal on-line O Globo deste domingo.

Segundo a reportagem, a bancada evangélica estaria disposta a trabalhar fortemente para atingir a marca de mais de cem deputados no Congresso Nacional.

Entre as articulações, está a do ministro Henrique Meirelles que esteve, no início deste mês, na igreja Sara Nossa Terra, liderada pelo bispo Robson Rodovalho, que preside a Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil. Meirelles, que é católico, já havia visitado, no ano passado, templos da Assembleia de Deus, em um roteiro típico de quem postula o Planalto.

O bispo Rodovalho diz não ter definido quem vai apoiar, mas dá pistas sobre qual o perfil do candidato que deve conquistar a sua preferência: “O público evangélico está de olho em um candidato que seja liberal na economia e conservador nos valores.”

Já o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, estaria começando a articular o apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), por enxergar uma falta de “feeling político” no ministro Henrique Meirelles e até pelo seu baixo desempenho nas pesquisas (1%, segundo o último Datafolha).

Até o ano passado, o candidato preferido de Malafaia era o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), com quem troca mensagens no WhatsApp frequentemente. Como a candidatura do tucano naufragou, o pastor aposta no deputado:

“Eu e Bolsonaro vamos discutir esse apoio no fim deste mês. Tenho a seguinte tese: quem estiver citado na Lava-Jato não irá prosperar entre os evangélicos. É o caso de Geraldo Alckmin e Rodrigo Maia.”

O presidente da Câmara dos Deputados, caso de fato resolva ser candidato, seria aquele com os apoios mais azeitados entre os evangélicos. Nos últimos anos, o DEM filiou, em uma só tacada, o braço-direito de Malafaia, o deputado federal Sóstenes Cavalcante, além de parlamentares ligados ao missionário R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, e ao apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus. Santiago, aliás, mantém-se, por enquanto, em agenda suprapartidária, sem definir que rumo tomar.

 

A Igreja Universal do Reino de Deus também segue em compasso de espera, mas desde já descarta a aproximação com o ex-presidente Lula (PT), a quem apoiou nos seus dois governos, e com Bolsonaro, que apoiou no segundo turno a eleição de Marcelo Crivella (PRB) no Rio. O presidente do PRB, Marcos Pereira, afirma que a sua legenda, ligada à Universal, aguarda a consolidação de um nome distante dos extremos.

Fonte: O Globo

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