O presidente da Bolívia, Evo Morales, que até o mês passado contava com índices de popularidade de quase 80%, foi vaiado e acusado de ser “ateu” por católicos que participavam de uma festa tradicional.

O incidente aconteceu ontem, durante a festa para a Virgem de Urkupina, cidade do centro da Bolívia. O presidente participou de um ritual tradicional de retirar pedras de um morro, mas não assistiu a uma cerimônia religiosa ocorrida ali.

“A chegada do presidente fez com que algumas pessoas gritassem ‘ateu’, enquanto outras saudavam, em altos brados, a Igreja Católica”, afirmou o jornal La Razón. “Evo, por que você se cerca de ateus?”, perguntavam outros presentes no local, segundo a Rádio Panamericana. A celebração da Virgem de Urkupina é a maior festa católica da Bolívia.

O incidente parece ter relação com a atual disputa entre o governo de Morales e a Igreja Católica, em virtude de um projeto para acabar com as aulas de religião nas escolas.
O presidente, de origem indígena e no poder desde janeiro, diz ser católico.

Morales menosprezou as vaias, as primeiras que ouve desde que tomou posse, e as atribuiu a “pessoas pagas pela oposição”.

Disse também que o povo o recebe sempre bem. “Saio e as pessoas são muito carinhosas, muito amáveis. Esse é o povo”, afirmou, segundo o La Razón.

O vice-presidente boliviano, Alvaro García, também foi vaiado um dia antes na mesma festa. As vaias apareceram durante uma missa solene realizada pelo cardeal Julio Terrazas. Morales, apesar de ser o principal convidado da missão, não compareceu.

Fonte: Reuters

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