Todos os anos, a Portas Abertas divulga a Lista Mundial da Perseguição (LMP), uma das principais ferramentas para monitorar e medir a dimensão da perseguição aos seguidores de Cristo em todo o mundo. Para isso, um questionário com perguntas sobre as esferas de pressão e violência é feito aos cristãos perseguidos.
Países que pontuam entre 81 e 100 são caracterizados como de perseguição extrema; entre 61 e 80, perseguição severa; e 41 a 60, perseguição alta. Na Lista Mundial da Perseguição 2021, pela primeira vez, o ranking contou apenas com os níveis de perseguição extrema e severa, ou seja, países que pontuaram acima de 61.
Como a Lista Mundial da Perseguição apresenta apenas os 50 países com pontuação mais alta, vários países que pontuam acima de 41 não aparecem. A classificação começa com o 51º. Entretanto, isso não quer dizer que não há perseguição neles. Eles são classificados na Lista de Países em Observação (LPO) – este ano com 24 países que pontuaram acima de 41.
Os 24 países que fazem parte da LPO 2021 são: Cuba (51º), Sri Lanka (52º), Emirados Árabes Unidos (53º), Níger (54º), Quirguistão (55º), Territórios Palestinos (56º), Tanzânia (57º), Rússia (58º), Djibuti (59º), Bahrein (60º), Azerbaijão (61º), Chade (62º), Nicarágua (63º), Burundi (64º), Uganda (65º), Guiné (66º), Honduras (67º), Angola (68º), Sudão do Sul (69º), Gâmbia (70º), Togo (71º), Ruanda (72º), Costa do Marfim (73º) e El Salvador (74º).
Quais países da América Latina estão na Lista de Países em Observação?
Além da presença de dois países latinos na Lista Mundial da Perseguição 2021 (Colômbia e México), outros quatro países da América Latina estão presentes na LPO 2021: Cuba, Nicarágua, Honduras e El Salvador.
Cuba e Nicarágua apresentaram um aumento significativo na pontuação e subiram mais de dez pontos em relação ao ano passado, sendo destaques na LPO 2021. Em Cuba, esse aumento está relacionado a uma maior perseguição contra líderes de igrejas e congregações. Cristãos que não concordam com as propostas para a nova Constituição, especialmente assuntos relacionados à defesa da vida e da família, são considerados oposição pelo governo. Além disso, houve mais casos relatados sobre incidentes de perseguição relacionados a censura, recusa de visto, impedimentos de deixar o país, detenções, monitoramento e outras ações conduzidas pelo governo com foco em reprimir atividades cristãs.
Já na Nicarágua, embora tenha havido menos incidentes violentos contra cristãos do que no ano anterior, houve um aumento na pressão durante a pandemia de COVID-19. A razão é o aumento da repressão, principalmente contra líderes de igrejas. Eles são reprimidos por causa do apoio a manifestantes que são classificados pelo governo como “terroristas” por defenderem a justiça social e por causa de suas atividades em defesa dos direitos humanos.
Em Honduras, o principal tipo de perseguição que os cristãos enfrentam é corrupção e crime organizado. As medidas de confinamento da COVID-19 têm ajudado as gangues a aumentar os domínios territoriais. Os seguidores de Jesus que se opõem às atividades criminosas podem enfrentar hostilidades através de extorsão, espancamento, ameaças de morte, assédio sexual contra as filhas ou morte. Os líderes da igreja não podem conduzir suas atividades livremente, pois são monitorados ou visados por chefes de gangues, especialmente quando os cristãos promovem uma cultura antiviolência para evitar que adolescentes ingressem na criminalidade.
Em El Salvador o principal tipo de perseguição que os seguidores de Jesus enfrentam também é corrupção e crime organizado. Os cristãos que pregam e agem contra a influência de gangues criminosas enfrentam um ambiente hostil e não podem circular livremente ou organizar as atividades da igreja sem pedir autorização ao líder criminoso local. Eles são forçados a pagar por proteção. Além disso, os líderes cristãos que trabalham para manter os jovens fora das gangues e os pais que tentam impedir que os filhos se filiem aos grupos tornam-se vítimas de represálias; às vezes, precisam fugir da comunidade ou até mesmo o país.
Fonte: Portas Abertas