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Com nome de igreja episcopal, município vive cisão religiosa

Falls Church [no Estado de Virgínia] é um desses subúrbios arborizados e residenciais na área metropolitana de Washington onde o pedestre passa por suspeito. São 8h30 e Carol Jackson está tirando sanduíches, bolos e bebidas da mala do carro estacionado em frente a um prédio comercial térreo, alugado pela congregação, nos fundos da igreja episcopal que deu nome ao município e cuja paróquia o próprio George Washington freqüentava antes mesmo de os EUA existirem.

Carol Jackson está entre a maioria esmagadora (90%) de membros da congregação da Falls Church que votou, em dezembro de 2006, por se desligar da Igreja Episcopal, num ato de desagravo contra a ordenação de bispos (abertamente) homossexuais.

“Esta rua era uma estrada de tabaco. Os colonos vendiam tabaco para o rei, para sobreviver. O tabaco vinha puxado por cavalos, sobre toras de madeira que rolavam até o rio. Por isso, esta rua era chamada de ‘estrada de rodagem’. A igreja foi construída em 1767. Mas antes já havia outra, de madeira. Há igrejas que se chamam São Pedro, São João… A nossa é diferente. Chamavam-na ‘a igreja na estrada para a cachoeira’ (‘the falls’) e eu acho bonito”, diz Jackson, diretora-executiva de uma associação imobiliária sem fins lucrativos, voltada para pessoas de baixa renda da região de Falls Church, enquanto dispõe os pacotes que trouxe do carro sobre a mesa da sala escura.

Por seu significado histórico e por ser freqüentada ainda hoje pela elite política de Washington, a igreja episcopal de Falls Church é um símbolo no epicentro de uma dramática disputa legal e política, que poderá resultar no esfacelamento da Igreja Anglicana mundial, dividida por uma guerra intestina entre conservadores e liberais –e por uma nova configuração geopolítica em que, ironicamente, a ascendência inédita das antigas colônias africanas convertidas ao cristianismo ameaça algumas das principais conquistas democráticas da igreja nos países desenvolvidos.

“Somos todos pecadores. Precisamos da cruz, de um líder que esteja acima dos pecados. Escolhemos ficar com o Rei”, diz Carol Jackson, fazendo referência a Deus e à opção pela ortodoxia.

Nos últimos cem anos, a balança populacional de anglicanos no mundo sofreu uma reviravolta geográfica. Em 1900, 80% viviam na Grã-Bretanha e apenas 1% na África sub-saariana. Hoje, 55% vivem na África e apenas 33% na Grã-Bretanha (26 milhões). Para completar, a Igreja Episcopal (braço americano da Igreja Anglicana) passou a contar com apenas 2 milhões de pessoas (1 milhão a menos do que em 1970).

Os bispos anglicanos do mundo inteiro se reúnem a cada dez anos em Canterbury, na Inglaterra, para a tradicional Conferência de Lambeth. Neste ano, centenas de bispos alinhados aos conservadores (entre eles, representantes sul-americanos) decidiram boicotar o evento, que terminou no último dia 3, convocando uma conferência alternativa, em Jerusalém, em junho.

O principal pivô desse processo, que corre o risco de se encaminhar para o cisma da Igreja Anglicana, a terceira maior denominação cristã do mundo, com 77 milhões de membros, foi a ordenação, em 2003, do bispo Gene Robinson, da Igreja Episcopal de New Hampshire, um homem divorciado que vivia oficialmente com outro homem.

Reação conservadora

A Igreja Episcopal sempre foi uma das mais liberais entre as denominações do protestantismo tradicional nos EUA. Ligada à comunidade anglicana internacional, que tem no arcebispo de Canterbury sua autoridade máxima, ela está por sua vez submetida à autoridade de uma presidência nacional –cargo que é ocupado desde novembro, e pela primeira vez na história da Igreja Anglicana, por uma mulher, a bispa Katherine Schori.

Dentro desse sistema federativo, as decisões de cada congregação são tomadas de acordo com o voto dos seus membros. Com isso, a Igreja Episcopal acabou se tornando uma das mais democráticas dos EUA, na qual conviviam e se debatiam pontos de vista divergentes, sem que houvesse necessidade de desmembramento, como no caso do aborto. Nos anos 70, a igreja passou a ordenar mulheres e, nos anos 90, gays.

Em desacordo com a progressiva liberalização, a liderança de algumas congregações (cerca de 200, segundo avaliação dos próprios conservadores; não mais do que 35, num total de 7.000 igrejas, segundo o Serviço de Notícias Episcopal) buscou o apoio de bispos conservadores africanos.

A Nigéria, por exemplo, um país violentamente cindido entre cristãos e muçulmanos (e, por isso mesmo, visto por muitos conservadores no Ocidente como um bastião na cruzada cristã contra o fundamentalismo islâmico), conta hoje com uma população de 17 milhões de anglicanos, a maior comunidade anglicana do mundo, sob a liderança do arcebispo Peter Akinola, eminente porta-voz contra os direitos homossexuais na África.

Desrespeitando as regras da Igreja que circunscrevem a autoridade eclesiástica a regiões geográficas, Akinola concedeu ao reverendo Martyn Minns, um pastor do Estado da Virgínia, o título de bispo pela igreja da Nigéria, com o objetivo de estabelecer uma autoridade local a serviço da dissidência conservadora nos EUA. Minns e Gene Robinson foram os únicos bispos não convidados por Rowan Williams, arcebispo de Canterbury, para a conferência de Lambeth deste ano.

O caso da igreja de Falls Church é emblemático, porque também envolve a disputa legal pela propriedade, um sítio histórico avaliado em alguns milhões de dólares.

Medo

Quando 90% da congregação decidiu se afastar da Igreja Episcopal e se filiar à conservadora Cana (Sínodo dos Anglicanos na América do Norte), presidida à distância por Akinola, recorreram a uma lei específica do Estado da Virgínia (criada no século 19 para resolver o dilema de paróquias que divergiam quanto ao fim da escravidão) que garante o direito de propriedade à maioria da congregação em desacordo.

A constitucionalidade da lei foi confirmada em juízo no final de junho. A Igreja Episcopal vai apelar e, dependendo do resultado, é possível que tente chegar até a Suprema Corte.

Enquanto isso, os 10% que votaram pela permanência dentro da Igreja Episcopal se reúnem do outro lado da rua, numa pequena sala emprestada pela Igreja Presbiteriana, onde os cultos dominicais são celebrados pelo reverendo Michael Pipkin, ex-capelão de um hospital da Marinha, convocado em regime de urgência pela diocese: “As coisas estão muito tensas com os amigos do outro lado da rua. A rigor, eles estão ocupando a nossa propriedade. Não sei por que, eles estão com muito medo. E nós também”, diz o reverendo.

À primeira vista, pode parecer estranho que os gays queiram participar de uma doutrina que os condena (muitas igrejas protestantes tradicionais, como a Falls Church, se assemelham cada vez mais às evangélicas).

Mas é preciso notar que, nos EUA, as igrejas estão integradas de tal forma à vida comunitária (tanto quanto a escola, o clube, o trabalho e a universidade) que pertencer a uma paróquia passa a ser quase uma questão de direitos civis –e que, no fundo, os membros da Igreja Episcopal estão lutando pela sobrevivência do espírito democrático no qual se fundava a sua denominação.

“A questão é como interpretamos a Bíblia. Para nós, não é preto no branco. Tentamos levar em conta a realidade. Há coisas que não podem ser tomadas ao pé da letra nas Escrituras. A Bíblia é muito clara sobre o divórcio e entretanto aprendemos a lidar com isso. Tentamos lidar com a realidade presente e adaptá-la à Bíblia. Para os ortodoxos, a Bíblia tem uma autoridade autônoma sobre a sexualidade. Eles interpretam Deus pela Bíblia e devia ser o contrário: a Bíblia é que deveria ser interpretada segundo Deus”, diz Pipkin.

Cruzada

O democrata Michael Gardner, casado com a prefeita de Falls Church, Robin Gardner, mantém um blog com informações atualizadas sobre o processo judicial. “Gente da administração Bush foi recrutada para transformar a igreja de Falls Church. O ideólogo evangélico Michael Gerson, assessor de Bush e colunista do ‘Washington Post’, era membro da igreja. A perspectiva evangélica tem como propósito criar uma resposta cristã ao extremismo islâmico. A Igreja Episcopal não tem nada a ver com isso. É uma base muito mais comunitária, de congregação. É o contrário das religiões missionárias evangélicas”, afirma.

A cruzada missionária à qual alude Gardner encontra numa megaigreja a poucos quilômetros dali, em outro subúrbio de Washington, uma das suas representações mais elaboradas. A McLean Bible, com mais de 10 mil membros comandados pelo pastor Lon Solomon, um judeu convertido ao cristianismo, próximo de George W. Bush e membro da organização Judeus para Jesus, mantém laços tanto com republicanos ilustres, como o promotor Kenneth Starr, quanto com Joel Rosenberg, que, além de autor de best-sellers apocalípticos sobre o Oriente Médio e a guerra santa, foi assessor de Benjamin Netanyahu e idealizador do Joshua Fund, uma organização evangélica de apoio a Israel.

Os livros de Rosenberg são vendidos na livraria da igreja, ao lado de edições da Bíblia com capa de camuflagem, que os fiéis podem comprar e enviar aos soldados no Iraque com uma dedicatória.

Um mundo que, em princípio, não tem nada a ver com os 10%, em Falls Church, que optaram por permanecer na Igreja Episcopal e hoje assistem ao serviço de domingo numa sala emprestada do outro lado da rua, à espera de uma solução improvável. O voto os pegou de surpresa. Um ano e meio depois, ainda parecem estar em estado de choque diante do que avaliam ter sido um golpe de Estado.

“Não houve nenhuma discussão. As pessoas se sentiam intimidadas. Quando nos demos conta, já era tarde. Quase choramos. As famílias que tomaram a igreja não são episcopais; são batistas, evangélicas. A Igreja Episcopal representa tudo o que os EUA são”, reage inconformada Robin Fetsch, que fazia parte da congregação de Falls Church desde 1980. E eu me controlo, por simpatia e compaixão, para não responder: “Nem tudo”.

Fonte: Folha Online

Religião ganhou importância na política norte-americana, diz pesquisador

Os EUA são um país 78,4% cristão, onde os evangélicos e os não-religiosos são os grupos que mais crescem –em movimento inverso ao dos protestantes históricos moderados, que mais diminuem. Os números estão num extensivo levantamento divulgado neste ano pelo Fórum Pew, um dos institutos de pesquisa mais respeitados do país.

As conseqüências políticas dessa polarização ainda não são totalmente conhecidas, mas terminarão por se refletir em várias esferas da sociedade e, como não poderia deixar de ser, na própria eleição presidencial.

Numa democracia cuja dinâmica está assentada sobre uma batalha permanente entre os mais diversos grupos de interesse da sociedade civil, seria estranho que a religião não tivesse a sua parte, a despeito da separação constitucional entre igreja e Estado. Nos últimos oito anos, as vozes mais conservadoras da religião nos EUA deixaram bem clara a sua marca, assegurando as duas últimas eleições presidenciais ao Partido Republicano.

Com o aumento dos não-religiosos e com a relativa moderação de parte do discurso evangélico em meio à recessão econômica e aos resultados da Guerra do Iraque, o mapa da religião nos EUA pode estar mudando. O cientista político John Green, um dos principais especialistas do Fórum Pew na área de religião e sociedade, explica o que essas tendências significam.

A religião teve um papel decisivo nas duas últimas eleições presidenciais. Hoje ela é menos importante do que em 2004? Qual é o papel da religião nesta eleição?

A religião tem um papel mais importante nesta eleição do que em 2004, pelo menos até este ponto da campanha. Isso não quer dizer que não tenha sido importante em 2004. O que estamos vendo é uma mudança no grau de influência da religião –não em magnitude nem no tipo de pensamento. Tanto o candidato Democrata quanto o republicano estão falando de religião. E normalmente só um dos lados falava nisso.

Quais são as conseqüências de declarações como as do reverendo Jeremiah Wright e do padre Michael Pfleger, e a reação da mídia?

Ainda não ficou claro. O que essas controvérsias mostram com certeza é que a religião pode ser uma faca de dois gumes quando se trata de política. Tanto pode ajudar um candidato, persuadindo os eleitores, como pode prejudicá-lo. A religião é tão importante, para um grupo tão grande de americanos, que acaba sendo um elemento ao mesmo tempo muito positivo e muito negativo.

Com os escândalos, parece ter havido também um clamor pela religião fora da política.

Hoje uma das principais vozes a expressar esse ponto de vista é a das pessoas que não são religiosas –ateus e agnósticos. Mas, se você olhar por uma perspectiva histórica, verá que, antes, muitos dos que achavam que a religião deveria ficar fora da política eram religiosos. Achavam que misturar religião com política era ruim para a religião.

Um bom exemplo é o colunista Cal Thomas, originalmente um dos líderes da maioria moral nos anos 80. Ele ainda é um arraigado conservador cristão, mas chegou à conclusão de que pelo menos os evangélicos, se não todos os religiosos, deveriam ficar fora da política sempre que possível.

Sobre o crescimento de ateus e agnósticos, é algo a se levar em conta?

Sempre houve muita gente não-religiosa nos EUA, mas os números cresceram na última década. Na pesquisa do Fórum Pew, eles aparecem como não-afiliados, porque não estão associados a religiões organizadas. Dentro desse grupo, há uma grande diversidade: ateus e agnósticos, que cresceram em número, mas ainda são grupos relativamente pequenos, e há um grupo maior de pessoas que não estão envolvidas com religião organizada, mas ainda assim têm crenças e com freqüência tomam parte em práticas religiosas.

Na linguagem comum, essas pessoas são chamadas de espirituais, mas não religiosas. Há ainda um terceiro grupo, na realidade o maior deles, que está nessa categoria, mas é muito indiferente à religião. Não são pessoas nem hostis nem críticas à religião, mas indiferentes. O que isso significa politicamente? Bem, significa duas coisas: os não-religiosos ou menos religiosos agora fazem parte da mistura. Isso torna acessível a medida de outra porcentagem da população cujos valores podem ser bem distintos em relação a certas questões.

O segundo significado é que os EUA, de certa forma, começam a seguir os passos de outras sociedades industrializadas, como as nações européias, onde a secularização é um fenômeno muito importante, e o número de pessoas não-afiliadas a alguma religião organizada é muito grande. A quantidade nos EUA não chega nem perto, mas a tendência os empurra para o lado de nações às quais eles se assemelham em outros aspectos.

A política americana está se tornando mais européia? Essa tendência na direção de uma sociedade menos religiosa seria uma reação a anos de conservadorismo cristão?

Não acho que o crescimento da população secular se deva em sua totalidade a uma reação ao conservadorismo. É uma reação a outras mudanças na sociedade. A reação à política dos conservadores cristãos é evidente na manifestação cada vez mais sonora das posições políticas dessas pessoas não-religiosas. Essa voz política é que é uma reação à política do conservadorismo.

Em geral, as pessoas não abandonam as igrejas ou decidem tornar-se não-religiosas por razões políticas. Fazem-no por motivos pessoais ou sociais, pela forma como foram educadas, porque a vida está mudando ao seu redor. E essa é uma tendência de longo prazo. Estamos vendo esse crescimento dos não-afiliados nos últimos dez anos, mas se examinarmos com atenção, veremos que é uma tendência que remonta a muitas décadas atrás e vem se desenvolvendo desde então.

As mudanças que estão ocorrendo na nossa sociedade podem provocar alguns tipos de políticas. Uma delas é a dos conservadores cristãos; a outra é a reação, a crescente politização da população secular. Volta e meia me perguntam se os EUA estão se tornando uma sociedade mais laica ou mais religiosa. E a resposta é: as duas coisas ao mesmo tempo.

Uma das razões que faz a religião ter um papel tão importante na política americana é o fato de termos duas tendências acontecendo simultaneamente. Se por um lado discutimos o aumento da população não-afiliada, por outro, o tamanho das igrejas evangélicas e de outras igrejas conservadoras também está crescendo. Provavelmente porque ambas estão reagindo a mudanças mais profundas e mais vastas na sociedade americana.

Os grupos perdedores são os que podemos chamar de mais moderados, como os protestantes tradicionais, que no passado eram as principais igrejas protestantes nos EUA. São elas as maiores perdedoras nisso tudo. Os evangélicos e seus primos protestantes mais conservadores têm crescido, os não-afiliados têm crescido, mas a população das denominações protestantes clássicas tem diminuído. Isso se aplica também ao que chamamos de Igreja Católica branca, de origem européia. Também encolheu significativamente.

A totalidade da população católica só não teve um declínio significativo por causa da imigração, em especial, mais recentemente, a imigração da América Latina. Muito da guerra que observamos hoje na política americana, entre os grupos religiosos mais conservadores e os grupos mais liberais, alinhados com pessoas não-religiosas ou menos religiosas, vem do crescimento simultâneo dessas duas tendências.

Ao mesmo tempo, alguns grupos de cristãos moderados, inclusive evangélicos, estão tentando se tornar mais visíveis do que foram na última eleição presidencial e aproximar os democratas dos religiosos. Trata-se apenas de uma estratégia política ou é o sinal de uma nova realidade? Recentemente, alguns jornais têm falado numa retração dos fundamentalistas, com igrejas fechando etc. Quanto disso é real?

As duas coisas estão acontecendo. Certamente, há um esforço de religiosos liberais de vários tipos, os autodenominados progressistas, no sentido de ter mais voz na política americana. Historicamente, é uma tentativa de retomar um nível de influência que os religiosos liberais outrora tiveram. Antes da ascensão da direita cristã, os grupos religiosos mais politicamente relevantes nos EUA eram os liberais.

Se você remonta ao movimento dos direitos civis, aos protestos contra a Guerra do Vietnã e mesmo ao início do movimento feminista e do movimento ambientalista, todos estavam intimamente associados aos religiosos liberais. Eles foram eclipsados –mas não completamente– pela ascensão da direita religiosa.

Acho que há um esforço real entre líderes e militantes religiosos liberais para recuperar sua antiga proeminência. A questão é saber se essa gente pode vir a ter sucesso. No curto prazo, ainda não está claro. Afinal, a direita religiosa levou décadas para conquistar a influência que tem na política americana. Essa influência pode estar declinando um pouco, mas também não está muito claro.

A longo prazo, para além desta eleição, há uma verdadeira probabilidade de que a esquerda religiosa volte a ser um fator da política americana. Há um número significativo de americanos que poderia tomar parte nesse esforço, politicamente. É um grupo internamente muito diverso, mas a direita religiosa é igualmente diversa no seu interior. O que realmente vai importar são os assuntos.

O foco em questões como casamento entre pessoas do mesmo sexo e aborto provavelmente ajudará a direita religiosa e prejudicará os religiosos liberais. Mas, se o foco for transferido para a justiça, o bem-estar social e o ambiente, provavelmente teremos o efeito inverso. Muito depende da agenda política nos próximos anos.

Recentemente, o “New York Times” publicou uma reportagem sobre o fechamento das igrejas mais conservadoras no Estado de Kansas, por causa de falta de público. Isso está acontecendo no país inteiro? É conseqüência da recessão e da guerra?

Não acho que seja um fenômeno nacional. Há uma metáfora que descreve muito bem os EUA. Somos um mercado de religião. Como em todo mercado, há altos e baixos, alguns negócios quebram, outros florescem. O mesmo acontece com a religião no país. Você tem uma certa quantidade de fracassos. Isso pode acontecer em qualquer lugar e em qualquer época. Mas não há nenhuma indicação mais geral de que os conservadores cristãos estejam em declínio. Ao contrário, temos indicações de que continuam a crescer.

Isso não significa que certas igrejas não possam fracassar. Em alguns lugares, entretanto, e Kansas é um ótimo exemplo, parece estar havendo uma espécie de desvio ou afastamento do cerne da política da direita religiosa. Parte disso tem a ver com uma mudança geracional. Os jovens evangélicos são teologicamente tão conservadores quanto seus pais e avós, mas politicamente eles têm um ponto de vista muito diferente.

Muitos dos novos líderes (quando falamos de jovens líderes, estamos falando de gente com menos de 50 anos) que estão surgindo, gente como Rick Warren, na Califórnia, e Joel Hunter, na Flórida, são pessoas com uma agenda bem diferente quando se trata de assuntos de interesse público, muito diferente de um Pat Robertson ou de um Jerry Falwell [apresentadores de TV e cristãos conservadores].

Parte disso é, sem dúvida nenhuma, uma reação a uma política muito áspera por parte da direita religiosa. Não acho que a ênfase ou a dimensão desses grupos estejam mudando muito, mas há certamente um foco bem diferente em relação aos interesses públicos.

Os Batistas do Sul tinham até outro dia um presidente relativamente mais moderado em termos políticos do que seus predecessores. Isso muda alguma coisa?

Os Batistas do Sul são a maior denominação protestante dos EUA. Depois da Igreja Católica, são a maior denominação de qualquer tipo no país. De um jeito ou de outro, eles têm um grande impacto. Quando a direita religiosa ganhou destaque nos anos 80, e ao longo dos anos 90, a Convenção dos Batistas do Sul elegeu presidentes conservadores.

Agora estão elegendo presidentes mais moderados. São ainda muito conservadores do ponto de vista religioso, mas sua relação com o mundo é bem mais moderada. No caso de Frank Page, que foi presidente até meados de junho, o que ele propunha eram duas coisas: primeiro, que os batistas voltassem suas atenções para a religião e não para a política; segundo, que, ao se envolverem em política (e ele não estava dizendo que os batistas tinham que deixar a esfera pública), deviam dar ênfase a questões mais amplas.

Ele é certamente contra o aborto e condena o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas acha que há toda uma gama de outras questões que são importantes e pelas quais os conservadores cristãos deveriam se interessar, contribuindo com seus valores. Podemos estar vendo um compromisso menor dos Batistas do Sul em relação a causas conservadoras, e um lado mais moderado na sua relação com a política.

Qual é a situação das igrejas negras hoje nos EUA?

Sempre houve muita diversidade, mas, por causa da importância da raça e da luta pelos direitos civis, havia um grau de unidade entre as igrejas afro-americanas que encobria a diversidade interna. É claro que, quando entramos no âmbito da política americana, a raça deixa de ser o fator unificador de outrora. Algumas dessas distinções entre as igrejas negras estão começando a aparecer.

Se você for a uma igreja negra típica, batista ou metodista, vai perceber que, em muitos aspectos, ela se assemelha demais a uma igreja batista ou metodista branca. A teologia é muito parecida, a moral é muito tradicional. É claro que há outras preocupações, porque são negros e por causa da história dos afro-americanos nos EUA. A perspectiva radical da teologia da libertação negra não é nem nunca foi popular entre esses círculos.

Isto posto, a maioria dos protestantes afro-americanos concordaria com as queixas e o ressentimento do reverendo Wright sobre a opressão aos negros, as condições sociais em que muitos afro-americanos vivem etc. Eles só não concordariam com as soluções. Há muita gente conservadora nessas igrejas e, sempre que questões como aborto e homossexualidade se tornam temas de eleição, elas tendem a se alinhar com o Partido Republicano.

É claro que os mais moderados não podem se alinhar com os republicanos por causa da sua posição em relação aos direitos civis. Então a igreja afro-americana está numa espécie de encruzilhada. O que a unia, que era a luta pelos direitos civis, se torna cada vez menos importante. É claro que, se Barack Obama for eleito presidente, a importância desses fatores vai se reduzir ainda mais. Agora resta saber para onde eles vão. Vão dar uma guinada à esquerda? Vão para a direita? Vão tentar encontrar um lugar no centro?

Na sua opinião, qual é a conclusão mais notável da pesquisa do Fórum Pew sobre o cenário religioso americano?

A religião no país é extraordinariamente diversa e dinâmica. E está ficando cada vez mais. Há uma diversidade notável de religiões nos EUA. O país é incontestavelmente o mais diversificado em termos de religião no mundo, embora haja outros com grande diversidade. Mas nenhum se equipara aos EUA em termos de dinamismo da religião, o nível de mudança e inovação.

Isso apenas na esfera religiosa, para não falar nas muito complexas conexões que essa religião diversa e dinâmica pode ter na política. Há muitas razões pelas quais a política e a religião têm tanto destaque na vida pública do país, e muito disso remonta à diversidade e ao dinamismo da religião nos EUA.

Falando em diversidade, qual é o papel de grupos menos visíveis, como os muçulmanos e os mórmons, nessa eleição?

São grupos pequenos, mas que crescem bem rápido. Há muita diversidade dentro de ambos, mas, por serem minorias na política americana, tendem a ser mais unidos. Na maioria das pesquisas, os mórmons são os mais republicanos de todos os grupos religiosos dos EUA.

E, em muitas pesquisas, os muçulmanos, se não são os mais democratas, estão muito perto de o serem. Em parte isso tem a ver com a sua posição de minoria. No geral, as chances de influenciarem a eleição são modestas, por serem grupos pequenos, mas é importante lembrar que elegemos as pessoas por Estado. Não há nada que se assemelhe a uma eleição nacional nos EUA.

Os mórmons e os muçulmanos estão concentrados em alguns lugares. Por exemplo, os mórmons têm uma influência enorme nos Estados das Montanhas Rochosas, do Oeste, como Utah, é claro, mas também Nevada, Colorado, Arizona. Os muçulmanos estão muito presentes em Michigan, Ohio, Flórida, Nova Jersey. São todos Estados críticos.

Numa eleição com disputa muito apertada, um pequeno grupo concentrado em um Estado, que vota em massa por um partido, pode fazer uma grande diferença. Quando os políticos, Obama e John McCain, olham para o mapa dos EUA, eles vêem vários desses pequenos grupos e se dão conta de que em Estados-chave eles podem ser cruciais.

Fonte: Folha Online

Barack Obama e John McCain disputam voto evangélico

Os virtuais candidatos democrata e republicano à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama e John McCain, tentaram conquistar o voto dos evangélicos ao participar de um fórum religioso transmitido em televisão nacional mediado pelo pastor evangélico Rick Warren.

O debate marcou a primeira aparição pública conjunta dos principais rivais na corrida pela Casa Branca desde o início da campanha eleitoral.

Durante o fórum, que durou cerca de duas horas, Obama e McCain falaram sobre suas crenças religiosas, sobre aborto, casamento e o fracasso moral pessoal e dos Estados Unidos. O debate foi o último encontro entre os rivais antes das convenções de seus respectivos partidos, que acontecem dentro de poucas semanas e onde devem ser oficialmente nomeados como candidatos para as eleições presidenciais de novembro.

Depois das convenções, três outros debates estão agendados entre os candidatos dos partidos Democrata e Republicano. Opiniões O primeiro a falar foi Obama, que defendeu seu apoio pelo aborto e pelas uniões civis homossexuais, mas ressaltou que o casamento deve ser apenas entre um homem e uma mulher. Já o republicano McCain, que é contra o aborto, demonstrou seu apoio pelo status do casamento.

“Serei um presidente pró-vida e meu mandato terá políticas pró-vida. Esse é meu compromisso com vocês”, disse o republicano. No início da entrevista, Obama disse ao pastor que o principal fracasso moral do país havia sido a ajuda insuficiente que deu aos menos favorecidos.

Questionado sobre sua opinião a respeito do fracasso moral dos americanos, o republicano McCain disse que “talvez não tenhamos nos dedicado a causas maiores que nosso próprio interesse”. Em uma aparente crítica ao atual presidente, George W. Bush, McCain afirmou que o governo deveria ter incentivado o serviço militar, a participação das pessoas em programas de paz e outras organizações voluntárias depois dos atentados de 11 de setembro, ao invés de fazer campanha por “ir às compras”.

Voto cristão O Pastor Warren, que serviu de anfitrião e de entrevistador, é conhecido por ter construído uma das principais “macroigrejas” dos Estados Unidos, a paróquia de Saddleback, em Lake Forest, no sul da Califórnia, da qual fazem parte cerca de 20 mil fiéis.

Os cristãos conservadores formam cerca de 25% do eleitorado americano. A maioria apóia o Partido Republicano, mas não demonstrou grande entusiasmo pela campanha de McCain. O republicano se identifica como Batista e fez um apelo forte aos conservadores sociais e cristãos evangélicos durante sua campanha. No entanto, ele raramente fala sobre a fé.

No início deste ano, McCain afirmou que “não tem vergonha sobre sua profunda fé em Deus”, mas que “obviamente, não tentava impor suas opiniões para os outros”. Já o senador pelo estado do Illinois, Barack Obama, que se considera cristão, discutiu a religião durante toda a trajetória de sua campanha e vem tentando conquistar eleitores religiosos com participações em programas cristãos de rádio, blogs e outros eventos.

Fonte: Folha Online

Chineses apreendem mais de 300 bíblias de cristãos americanos

Oficiais chineses confiscaram neste domingo mais de 300 bíblias de quatro cristãos missionários americanos na cidade de Kunming, sudoeste da China.

Os americanos pertencem a um grupo chamado Visão Além Fronteira, responsável por propagar a religião católica distribuindo bíblias e materiais com ensinamentos cristãos ao redor do mundo.

As bíblias foram confiscadas do grupo ainda no aeroporto de Kunming, de acordo com Pat Klein, porta-voz do grupo. Ele confirmou que a intenção deles era distribuir os livros pela cidade.

Uma oficial chinesa negou o confisco das bíblias. Ela afirmou que as autoridades estavam apenas cuidando do material e em seguida declarou que não estava autorizada à falar com a imprensa.

Um jornal estatal chinês noticiou mês passado a apreensão de 10 mil cópias da bíblia, que seriam distribuídas na Vila Olímpica. O livro só pode ser impresso por meio de supervisão do governo comunista. Oficialmente, a China é um país ateu que permite o uso da bíblia apenas em igrejas pré-autorizadas pelo governo, geralmente localizadas em hotéis e freqüentadas por estrangeiros.

“Nós não estamos vendendo os livros. Nós os damos para as pessoas. Não viemos causar problemas. Apenas trazer as bíblias para ajudar os chineses cristãos”, disse Klein. De acordo com ele, as bíblias haviam sido impressas no idioma chinês.

Klein disse que, segundo os oficiais, era permitido apenas um exemplar do livro por pessoa. Os oficiais ainda insistiram que os americanos deixassem o aeroporto. “Não iremos sem os livros. Custou dinheiro trazer eles até aqui”, disse Klein.

A China enfrenta uma rotina de críticas de desrespeito aos direitos humanos e repressão à liberdade religiosa. A prática religiosa é duramente regulada pelo Partido Comunista chinês. Um ativista cristão chinês foi detido no último dia 10 em Pequim, durante a semana de abertura dos Jogos Olímpicos, enquanto se dirigia para uma cerimônia religiosa na qual estaria presente o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

Grupos de direitos humanos informaram que o ativista havia conseguido fugir e que estava escondido.

Fonte: Folha Online

EUA pode rever custódia de crianças resgatadas de seita polígama

Dois meses após a Justiça do Texas devolver a guarda de 440 crianças aos seus respectivos pais, habitantes de um rancho de poligamia na cidade de Eldorado, autoridades locais querem revisão da guarda de oito crianças entre 5 e 17 anos.

Suas mães são acusadas de manter relações com homens envolvidos em casamentos entre adultos e crianças.

A Justiça já havia determinado que as mães se distanciassem dos acusados, o que não ocorreu. As quatro mulheres serão ouvidas pela Justiça na próxima quarta-feira (20).

Nenhuma das crianças vive no rancho Zion, onde se praticava a poligamia. Entretanto, de acordo com oficiais, suas respectivas mães se relacionam com homens da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Últimos Dias (FLDS, sigla em inglês), mantenedora do rancho.

De acordo com oficiais, a igreja força garotas menores de idade a se casarem com adultos.

A FDSL surgiu de uma cisão, há mais de um século, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, os Mórmons, quando esta abandonou a prática da poligamia.

Atualmente, a FDSL tem cerca de 10 mil seguidores e domina as cidades de Colorado City, no Estado americano do Arizona, e Hildale, no Estado americano de Utah.

Os integrantes da seita acreditam que o homem precisa casar com ao menos três mulheres para subir ao céu. As mulheres, por sua vez, são ensinadas que seu caminho para o céu é a subserviência ao marido.

Fonte: Folha Online

Bento 16 pede que católicos lutem contra o racismo

O papa Bento 16 pediu neste domingo que os católicos ajudem a acabar com a intolerância aos estrangeiros, em meio a uma polêmica que envolve na Itália o governo e uma das principais revistas católicas do país.

Um artigo publicado na revista semanal “Famiglia Cristiana” criticou o governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi pela linha dura adotada para combater o crime. O governo, por exemplo, decidiu enviar o Exército às ruas e irá recolher as impressões digitais de ciganos.

Falando em sua residência de verão, perto de Roma, o papa disse que há sinais preocupantes de racismo em alguns países.

Embora não tenha citado nenhum país, analistas acreditam que o papa estava claramente se referindo à Itália.

Ele citou uma passagem do Velho Testamento que fala do dever de dar boas-vindas aos estrangeiros, e disse que a paz e a justiça poderão apenas ser criadas em um mundo em que cada ser humano seja respeitado.

“Fascismo”

O artigo da “Famiglia Cristiana” disse que a decisão das autoridades italianas de colocar o Exército nas ruas para combater crimes é “inútil” e fala sobre o renascimento do que qualificou de “novas formas de fascismo”.

Na Itália, muitos italianos associam o aumento da criminalidade à chegada de milhares de novos imigrantes ao país. Muitos deles chegam ilegalmente, trazidos de barco, em condições precárias, da África.

O governo do país protestou contra o artigo, e o porta-voz oficial do Vaticano procurou distanciar tanto a Santa Sé quando o clero católico da visão apresentada na revista.

A “Famiglia Cristiana” pertence a uma ordem religiosa católica, é editada por um sacerdote católico e tem uma tiragem de cerca de um milhão de cópias.

Fonte: BBC Brasil

Governo firma convênio com Assembléia de Deus de Cruzeiro do Sul

O governo do Acre repassou ontem, 16, R$ 30 mil à Igreja Evangélica Assembléia de Deus para obras assistenciais e atividades culturais em Cruzeiro do Sul.

O convênio foi celebrado entre o governador Binho Marques e o pastor Carlos Alberto Santos, presidente da AD em Cruzeiro, instituição que em 2008 comemora 80 anos de presença no Vale do Juruá.

Estiveram presentes à cerimônia de celebração do convênio o vice-governador César Messias; o senador Tião Viana, vice-presidente do Senado; o ex-governador Jorge Viana; o presidente da Assembléia Legislativa, Edvaldo Magalhães e a deputada estadual Maria Antônia.

“A Assembléia de Deus tem procurado fazer este trabalho de assistência social, tão importante para todos”, disse o pastor Carlos Alberto. “Temos contado com o apoio de todos e, por isso, agradeço a este trabalho. Cada vez mais no Acre temos um ambiente harmônico e o trabalho em comunidade deve ser partilhado por todos”, afirmou Binho Marques ao ressaltar a importância do trabalho voluntário no fortalecimento das famílias e das comunidades. “Esta é uma família que dá certo e que se multiplica”, observou o ex-governador Jorge Viana.

“O Governo se preocupa muito com as manifestações religiosas e o trabalho das igrejas no nosso Estado”, completou César Messias durante entrevista à Rádio Juruá FM.

Fonte: Página 20

Cartas de arcebispo anglicano sobre homossexualismo provocam polêmica

Relacionamentos homossexuais podem “refletir o amor de Deus” de forma comparável ao casamento, se for duradouro e fiel – escreveu o arcebispo de Canterbury, Inglaterra, e primaz da Igreja Anglicana, Rowan Williams, 58, em cartas trocadas com um psiquiatra evangélico entre os anos 2000 e 2001, quando ainda era arcebispo de Gales.

Os escritos repercutiram na imprensa britânica. Em meio à crise sobre casamento homossexual e ordenação de mulheres e gays, o bloco conservador de bispos majoritariamente africanos ameaçam rachar a Comunhão Anglicana, terceiro maior grupo cristão, com 77 milhões de fiéis.

A Conferência de Lambeth – cúpula anglicana que acontece a cada dez anos – propôs neste mês um acordo conciliatório, o que pode acontecer em cinco anos. Enquanto isso, Williams pediu que “as igrejas norte-americanas” mantenham moratória na ordenação e celebração de casamento de homossexuais. A crise estourou em 2003, quando a Igreja Episcopal dos EUA ordenou um bispo gay assumido.

Com as cartas, a situação do arcebispo pode complicar-se. Segundo as correspondências de Williams, as proibições bíblicas referem-se apenas a heterossexuais que buscam uma “diversidade de experiências eróticas” e não às pessoas “homossexuais por natureza”.

Por outro lado, o arcebispo separou a opinião enquanto teólogo da posição como líder religioso. Williams, que antes se opunha aos homossexuais, diz ter mudado de opinião depois de, como professor em Cambridge, debater com estudantes, nos anos 1980, que acreditavam que a Bíblia não proibia a homossexualidade, mas a promiscuidade.

Fonte: O Povo

Peregrinos retornam a suas casas após ritual sagrado no Iraque

Centenas de milhares de peregrinos xiitas deixaram a cidade sagrada iraquiana de Kerbala no domingo, ao final de um ritual sagrado anual que, este ano, aconteceu sem a violência sectária que o marcou no ano passado.

Vários ataques com bombas contra peregrinos a caminho do ritual mataram mais de 30 pessoas nos últimos dias, mas o ritual propriamente dito, em Kerbala, passou-se em paz, segundo as autoridades. No ano passado, milicianos xiitas entraram em choque com a polícia durante a peregrinação, provocando grandes tiroteios nas ruas de Kerbala.

Na conclusão do ritual Sha’abiniya, durante a noite de lua cheia, os fiéis lotaram as margens de um afluente do rio Eufrates, colocando velas acesas na água sob o luar.

Em seguida os peregrinos começaram a embarcar em ônibus para deixar Kerbala, situada a 80 quilômetros ao sul de Bagdá. A cidade foi extremamente vigiada esta semana por cerca de 40 mil policiais e soldados iraquianos, com o apoio de atiradores de elite, helicópteros e cães farejadores de bombas.

A peregrinação marca um dos dias mais sagrados do islamismo xiita: o aniversário do nascimento do imã Mohammed al Mehdi. Os xiitas acreditam que o retorno do “Imã Escondido”, que desapareceu no século 9, vai inaugurar a paz na Terra.

As multidões de xiitas que fazem a peregrinação todos os anos evidenciam a influência da maioria religiosa iraquiana, cinco anos após a invasão liderada pelos EUA em 2003.

A participação nas peregrinações xiitas vem crescendo muito desde a queda de Saddam Hussein, árabe sunita que reprimia as manifestações xiitas e controlava as lideranças xiitas. Os eventos religiosos xiitas têm sido alvos frequentes de ataques de militantes sunitas.

Um atentado suicida matou 19 peregrinos perto da cidade de Iskandariya na quinta-feira. Eles estavam a caminho de Kerbala.

“Este ano a peregrinação foi muito boa, excetuando o incidente em Iskandariya”, comentou Yousif Mohammed Ali, 41 anos, de Basra, antes de retornar a sua cidade.

Em outros ataques a peregrinos, nove foram mortos na sexta-feira numa estação de ônibus em Balad, ao norte de Bagdá, e outros seis em Bagdá no sábado.

Mas não houve repetição dos enfrentamentos sectários xiitas do ano passado, que converteram a área em volta do santuário em zona de batalha durante dias e levaram o influente clérigo xiita Moqtada al Sadr a declarar um cessar-fogo de sua milícia, o exército Mehdi.

Fonte: Reuters

Religião e infância sofrida ajudam carreira de Madonna, diz jornal

Artigo do jornalista Stephen Dalton no site do jornal “Times” destaca os segredos do sucesso da cantora Madonna, que completa 50 anos neste sábado. Ele compara Madonna a outro popstar cinqüentão, Michael Jackson, e conclui que a cantora leva mais jeito para a vida de celebridade.

O jornalista lembra a infância conturbada de Madonna, que perdeu a mãe aos cinco anos, mas destaca que a cantora costumava exagerar ao descrever a pobreza de sua família no meio-oeste dos EUA. Ele chama de “mito de criação cuidadosamente adornado” a história de que ela teria se mudado para Nova York levando apenas US$ 35 e um sonho.

Como David Bowie, Madonna tem encarnado diversos personagens ao longo das décadas, surpreendendo o público. O artigo destaca ainda que a cantora, ao contrário de Michael Jackson, tem na controvérsia e no escândalo um de seus pontos fortes. O casamento com o ator Sean Penn, na década de 80, também serviu para atrair a atenção da mídia de todo o mundo.

Outro aspecto que contribui para o sucesso da diva é a religião. Desde o vídeo polêmico de “Like a Prayer”, em que ela beijava um santo negro, até a sua adesão à cabala, a religião ajuda a manter Madonna na mídia.

Mais curiosos são outros “segredos” de Madonna relatados no artigo. O jornalista cita que a carreira pífia de Madonna no cinema nada mais é do que a marca de um popstar, e que desavenças familiares também despertam o interesse do público.

Fonte: Folha Online

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